Versão de um conto publicado na 4ª f. 13 de Maio de 2004 no blogue 'Contos do Assento da Sanita'
Eu sei que não passo de um pastor ignorante e que sou um pecador, pois não deixo as ovelhas sossegadas. Trago os miolos cozidos pelo vinho, pela aguardente e por chupar o ácido das pilhas derretidas, que é uma mania que tenho. Mas, eu bem disse à minha irmã Lúcia que a N. Sra. não podia ser. Isto foi no outro dia quando lhe estava a zurzir a xarifa na casa do burro. Eu bem a vi, a Nossa Senhora: tinha escamas verdes, um olhinho a mais no meio da testa, umas antenas na cabeça e “take me to your leader” não é propriamente um segredo que mereça estar trinta anos por revelar. Eu acho que ela tinha vindo estacionar o disco, como aqueles senhores que param na beira da auto-estrada com quatro piscas para pôr a picha a escorrer. Mas eu, em boa verdade, nem quero saber nada disto de padres e santinhos. Eu quero é agasalhar a morcela, nas cabras ou na minha irmã tanto faz. As cabrinhas sempre cheiram um bocadinho menos mal a tripas de peixe pôdre. Estou a ser injusto, coitadinha: é mais naquela altura do mês. Ela também não usa cuecas, para poder mudar a água ás azeitonas em todo o lado. Vai andando pela aldeia de perna aberta e por aqui me sirvo; é poça de mijo em todo o lado. Por isso lhe chamam 'a porca que se mija em todo o lado e dá a xarifa a toda a gente'. O meu tio, que também é gente, ofereceu-lhe umas cuecas de serapilheira, porque se vomitava todo de ver os coágulos dela espalhados sempre que entrava lá em casa. Ou por causa disso ou por causa do metro de bosta onde nos enterramos até aos joelhos. É o que dá ter os animais em casa.
Por outro lado, minha irmã Jacinta até marchava, mas se calhar é pecado…Ela tem aquelas manias de querer ser freira e tem uns óculos que parecem uns pisa-papeis. Faz-me um bocado de impressão.
- “Huh! Ó Jacinta, anda cá carago!”
- “Huh!?”
- “Huh! Vamos brincar aos médicos ali para trás daquela azinheira?”
- “Huh! Boa!...ainda tens aquele prurido purulento na sarda?”
- “Huh.Tenho, pois.”
-“Ó meninos…o que é isso? O que é que estão a fazer?”
- “Huh! É a gaja!”
- “Onde?”
- “Aqui em cima, na azinheira.”
- “Huh.O que é que a senhora está a fazer aí em riba?”
- “Estava a mudar o Modess Aderente, rapazinho.”
-“Huh! Que vergonha...importa-se de não pingar para cima de nós? Isso é o quê? Traz o saco do talho a pingar?”
- “Não propriamente….”
- “Bom., meninos, vão lá dizer ao senhor padre, para dizer ao bispo, para dizer ao Salazar e ao Papa que eu apareci.”
- “Huh! E quem é afinal a senhora?”
- “Ó filhos, sou a Vossa Senhora…”
-“Tem algum recado especial…ou?”
- “Não filho….Espera, tenho. Diz ao senhor padre que eu mando dizer que a de Lourdes é uma vaca, uma usurpadora, uma puta rafada, uma falsa.”
-“Não precisa de se irritar. Será entregue.”
- “Pois.”
- “Olarilas.”
- “ Puta”.
FIM
quarta-feira, 13 de maio de 2009
O MISTÉRIO DE FÁTIMA E O FENÓMENO OVNI ou AS CONFISSÕES DE FRANCISCO (2ª versão)
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219 comentários:
1 – 200 de 219 Mais recente› Mais recente»Ainda acho que a melhor descrição das aparições de Fátima é a de José Rodrigues Miguéis.
Pois. Lê essa então.
Lê tu, imbecil.
Eu já a li há muito.
Já li quando era pequeno. Pensas que ando aqui por ver andar os outros, atrasada mental?
Ah, ah, ah!!!!
As saudades que eu tinha de uma posta destas.
Isto não é uma posta, é uma próstata.
Levanto o meu cálsse e ergo-o à saúde do AdaS: NAZAROVIA!
fINO, LARGA A SEGÓVIA E ERGUE TEU CÁLSSE.
Já não se levanta?
Pois. Olha na Feira do Livro no stand da Taschen vi uma complicação muito jeitosa do Tom of Finland. talvez assim o consigas erguer.
AHAHAHAHAHAHAH...
Eeeiiishh, Mon!
A N.Senhora a pingar como um saco do talho? E logo num 13 de Maio...! Mais uma pedrada na tua já mais do que improvável salvação! (sinal da cruz repetido várias vezes sobre a testa, peito, ombro esquerdo e ombro direito)
Deves pensar que esse nick engana alguém, ò chica esperta.
Vou-me embora, que isto não é uma sessão de terapia.
Eish, caralho.
Cheira a incenso.
Mas por baixo sente-se algo de podre.
Bom. Antes de me ir embora confesso que estou com muito mau feitio. As minhas deculpas. Até depois, que as obrigações familiares chamam 'Ó Assento!...huh?...' 'Sim, obrigações, já vou.'
desculpas, digo
baix'as calcinhas, labrego!
E depois pede desculpas (ao fininhO), mas é pela apresetação dessa bufa imunda!
A amiga da mulher do FPM irritou-me...
E essa merda da cadeira do St. Germain...ui ui, o que por aí anda, pá.
Desculpa lá a bufa. É o que se arranja. Custa-me muito descolar as catotas que fazem a ponte entre os pintelhos das duas margens.
Dizes bem: ui, ui!
Podes crer. O melhor é amolecer com água quente primeiro.
Não são pintelhos, mas sim cuelhos.
A menos que te estejas a referir aos que são deixados por terceiros alambazadores e pouco asseados, claro, caso em que serão pintelhos...
Nunca tinha pensado nisso. Ele há coisas....Bazo *plim*
melhor que a posta são as turras amorosas do sanita com a cona com dentes... é amor, são umas doidivanas.
vocês já repararam na casa das máquinas temos lá dois seguidores do blogue... um é o dum dum. E o outro com aquela fronha meio deslavada a preto e branco com um nome por baixo, é o Maronês?
Fininh0, tás com ciúmes, caralho?
VD: o fininh0 tem ciúmes teus, pá.
Não é todos os dias, caralho.
AdaS: baba-te todo para aí.
ciúmes! foda-se!
vou de cona mas sem dentes...
VRRRUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM...
Sim, ciúmes.
How low can you get, thin onE?
VEEERDDDEEEEEEEEE!
Calai-vos, fressureiras!
Já me inha esquecido da VD, mas não há dúvidas de que é ela mesmo. Afinal, quem mais poderia comentar referindo-se a José Rodrigues Miguéis?
Pois é.
Ideassoprarpalhinhas.
chOURIÇO
Vai tu abeiçar palhinhas oh degustador de caipichinhas ou, como tu gostas, mesmo, mesmo, assim mesmo, mesmo, mesmo, caipichotas.
sono
mono.
cono.
fanchono.
suborno.
estorno.
Morno.
Herético, heteroerótico, bucólico, epistólico insano.
Àparte o goof imperdoável: não era a Jacinta que queria ser freira e que tinha óculos que pareciam fundos de copo de taberna, mas sim Lúcia, sua irmã.
Jacinta, desejava seguir uma simples e anónima carreira de vidente astróloga, cartomante e lançadora de búzios.
Estorno.
Estornas?
Estorna-mos então, mas não me chames pançudo!
Tu é que chupas o ácido das pilhas, ADAS...
E toma lá um abraço, sem complexos, mesmo que esses larilas comecem logo a salivar!
lástima
Porquê, sentes que estou a invadir a reserva da tua vida privada, é?
Se for o caso diz, que eu apago já o comentário, caralho!!!!!
Isto aqui ou comem todos ou não comem ninguém!
Em sentido figurado, claro. Eu como, desde que não seja , como dizia o outro, seráfico, dentro da peida.
aveee avee avee maria
a vé , a vé ,a vé Maria
Ya minha.
Não sou panssudo, mas sou ceráfico.
Vê lá se te cai um dentinho com esses trocadilhos bacocos. Da-se, pobreza.
Ides todos para o Inferno onde sereis feitos espetadas, com um pau. E aterrareis no Funchal.
O milagre segundo sanita salomé, como diria o outro, pá.
Entrefolho rabal que palpita pelo pau de loiro, vomitando a poncha e a malta que lhe faz a vontade em cubinhos de milho frito com farrapos de couve e ñquanto lhe zurze o bolo do caco uma vez e outra zus zus zus caté guincha e se ouve no Cabo Girão.
É assim o Inferno. A hora e meia de distância, porque a distância- assevera o principio ergódico - se mede com um relógio.
Pintor.
Era essa a quantidade para fazer um cigarrinho dos ye-yes. Tabaquinho dos guedelhudos.
Não é bonita, não senhor com a aquele quisto tamanho de uma batata mesmo no meio do clitóris, incomoda. Ó filha, tens de ir tirar esse nascido senão não me caso contigo, ou então só fazemos anal. No canal.
Rectal.
Eu era um tumor do endométrio que teve sorte e por piedade criaram a sopas de leite e peixe frito num convento para depois me porem a pedir não está certo, por isso é que sou agarrado. Oitenta por cento dos lucros revertem para o cavalo da madre.
Sim. Mas anal e vaginal são mais mil escudos. Primeiro anal. Depois limpas do outro lado, que sempre poupas no papel higiénico que são a 2$50 cada quadradinho.
É de tanto a zurzir com uma maçaroca. Cá no campo é assim, com a arreata da mula presa a uma maçaroca pela cintura fazemos o amor umas com as outras, quais strap ons...ha..é o hás. Não há cá nada disso. Nós nem sabemos ler... E é com manteiga corada que comi muita quando era pequena durante a guerra dos 100 anos. No tempo da telegrafia e da água radiocativa que fazia bem à bexiga. E do volfrâmio. E da cebola albarrã para fazer açucar, que a havia os moitões pelos campos. No tempo do Carmona. E do Sidónio. Ora pois. A maçaroca é a picha dos pobres. É preciso é ter cuidado com os dentes, no entanto.
Ui, ca lindo.
Anda um pai de família a abrir caixas de comentários para dar com isto: drogados com insónias - provavelmente a triparem depois de um caldo de Vim Limão cortado com farinha 33 - a fazerem escrita automática.
Que o espírito de Maria vos acompanhe por onde quer que andeis: aos seráficos, aos drogados (sobretudo agora que devem estar prestes a acordar com suores frios, tremras e caganeira) e até, vá lá, aos amigos de Sodoma, coitadinhos, seres doentes e decadentes e dignos de Pena, que são mesmo os mais merecedores da nossa compaixão, misericórdia e caridade cristã, antes mesmo dos violadores, pedófilos, falsários, e até emsmo antes dos senhoers de colarinhos brancos e outros que tais. Doentes, todos eles.
Ide em Paz e, nesta quadra Mariana, confiai na vossa Fé.
Precisa-se de um psiquiatra com urgência, aqui na vara.
Bons dias...
Numa pequena vila e estância na costa sul da França, chove, e nada de especial acontece.
A crise sente-se.
Toda a gente deve a toda a gente, carregada de dívidas.
Subitamente, um rico turista russo, chega ao foyer do pequeno hotel local.
Pede um quarto e coloca uma nota de E100 sobre o balcão, pede uma chave de quarto e sobe ao 3º andar para inspeccionar o quarto que lhe indicaram, na condição de desistir se lhe não agradar.
O dono do hotel pega na nota de E100 e corre ao fornecedor de carne aquem deve E100.
O talhante pega no dinheiro e corre ao fornecedor de leitões a pagar E100 que devia há algum tempo.
Este por sua vez corre ao criador de gado que lhe vendera a carne e este por sua vez corre a entregar os E100 a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito.
Esta recebe os E100 e corre ao hotel aquem devia E100 pela utilização casual de quartos à hora para atender clientes.
Neste momento o russo rico desce à recepção e informa o dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos E100. Recebe o dinheiro e sai.
Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido.
Contudo, todos liquidaram as suas dividas e este elementos da pequena vila costeira encaram agora optimisticamente o futuro
Um casal de namorados estava no maior marmelanço no sofá da casa da garota e de repente ouvem a mãe dela gritar:
- Olha o lanchiiiinho !!!!
O rapaz, depois do susto, vai até a cozinha com a namorada e prova os pastelinhos que a mãe da garota fez:
- Huuummmm !!!! Uma delícia esses pastelinhos de bacalhau que a senhora fez!!!!
E a sogra responde:
- Vai lavar as mãos rapaz ! Esses pastelinhos são de coco !!!!
Bem visto, pop caralhudo.
Nunca te vi por cá.
Mas tendo tu o epíteto de 'caralhudo', recuso-me a fazer-te a pergunta da praxe.
Até porque algo me diz que provavelmente nem sequer és cara nova cá na tasca, terás apenas mudado um pouco a indumentária...
para ti tudo o que tenha a haver com caralhos não é novidade... já sabes tudo.
Bock, um gajo que diz de si próprio que é caralhudo, deve ter uma pilinha do tamanho de uma boleta!
claro que sei.
sobre o meu, evidentemente.
sei do que é que ele gosta e do que é que não gosta.
Sei também o que é que o faz subir ou descer.
Sei muita coisa sobre o meu.
tanta que não vejo grande necessidade em apurar mais informação sobre o de terceiros.
atraem-me mais os opostos.
Já tu perdes anos de vida a apurar as diferenças entre o teu e os dos outros, se mais ou menos veiúdos, se a cabeça é mais romba ou mais arredondada, mais isto, mais aquilo, com extensas e prolongadas experimentações sujeitas aos testes do tacto, paladar e capacidade de perfuração.
Tristeza, pá.
e tudo ao som caralhudo dos modern talking, wham! e imagination.
Its just an illusion...
Bock, cala-te!
Tu fazes-me lembrar um bocado os Imagination; aquelas cuecas fio-dental com lantejoulas e as beiças em poses convidativas ao oral.
Especialmente aquela parte uh uh uh aha, ilusion, uh uh uh aha, ilusion...(bis)
Porquê, eras tu o Pop Caralhudo?
que tristeza, pá.
Não, não sou. Mas deZconfio quem seja.
Bis?
bisonte!!!!
Quem é que taz lembrar o não sei quantos, pá????
Isso era comigo, mon????
Mas tu perdeste o amor à vida??????
ès um desconafiado muita mal parido... ou mal cagado mesmo, eras o bacado de semente mais dura no meio duma dierreia incontinental.
bock, apalpa-me os colhões.
Tsch.
E tu ficas-te AdaS?
Arrota-lhe já em cima, pá.... ou reduZ-te à tua insignificância: dos fracos não reza a história.
Vóz zois un bando de homossexualiztas rezabiados! Ide orar (não oralizar!) pela paz no mundo, em izrael, na paleztina e nesta pozilga! Abztei-vos de enfiar zenas con veias e glandes tumefactas nos vozzos anuz e rezai! Rezai muito a Maria e a Zão Ezcribá.
PS - eu não fui da juventude hitleriana!
PPS - os meuz zapatos não zão Prada!... zão Tenente.
O gajo quer é eu lhe vá. Mas isto aqui não é a mitra dos furores anais de carecas meio fora do armário.
Não acredito.
Que razão levaria a raZão a não ser raZão? Não é um calhau qualquer que se disfarça de raZão, foda-se...
Poop: in you dreams.
TáZ aqui táZ a ser trespassado por um Zagalote enferruZado.
Pá, tenho umas fotos de umas rosas muito giras... Posso pô-las aqui?
:)
É melhor não, foda-se... Vós conspurcais tudo, conspurcadores panilas do caralho!
olha um frangueiro de antanho...
Guarda-as para o grupo de jovens.
Outro dia estive num enterro de um senhor daqueles que já não há. E -espanto - o grupo de jovens do coro da igreja cantou com uma letra idiota daquelas católicas 'O senhor ... lá, lá e mais não sei quê com a musica do 'only you' dos Yazoo!
tenrinhos do caralho!
pop caralhudo:
chupas?
podes crer, sobretudo se fores tu a vir cá mamá-lo, não tenhas dúvida que de é e continuará tenrinho.
agora, traz-me cá a Escarlata Só Anhosson que eu logo te digo.
Palhaço!
O Pop quer é esmegma coalhado. E deglutir almece de forro colhoal.
Z, estes abortos pensam que eu sou tu... tenrinhos.
chupo conas e mamas, pá... diz-te alguma coisa?
Ganda pop caralhudo
desfarssado de zulu
entra calado e sai mudo
com um dvd no cu
pop, beijas?
bock, apalpa-me os colhões...
É muita paneleirice. Bazo.
Bazaroco.
Isto anda bonito, anda...
Não me parece que seja o Z, pás.
Bons dias.
Idelevarnabolha.
chOURIÇO
Este blogue é uma associação de paneleiros sem classe, mas que se acham muito intelectuais.
Até aqui Doutorados, dizem-se, mas só em bazófia e em artes de levar na peida.
Fodam-se uns aos outros, como têm andado a fazer nos últimos tempos, que é para ficarem reduzidos apenas à elite da escumalha blogosférica.
há
Esporra,
nhanha,
meita,
mel de macho,
langonha,
seiva,
leitinho...
Fosga-se, que sede!
...mas são verdes.
Vai-te lavar por baixo, padre, e depois anda cá.
Temos um cavalo especialista em padres, não temos ME????
Paneleiros!
Ninguém me come!
E ós despois dizem que é a crise!
Crise, o caralho!
Vocês são é uns invertidos!
Têm cona ao fundo das costas é o que é!
Cala-te, Sandro.
é em gordas sardas
que anda a mamar o gêdois
e chama-lhes doces regionais
ós despois.
maronês: vai comer no cu.
Ah, ah, ah!!!!!!
Boa, Mole.
fininh0, pá, atão eras tu o facínora?
O meliante?
O maltrapilho?
O malHandro?
O filha duma ganda puta?
Mh?
Eras?
Só por causa disso já não te mando aquela foto tão linda que te tirei a ti e ao chOURIÇO, ombro-com-ombro no Café Império...
Pop: apalpo mazé o caralho!
Padre Hélder: cala-te puta ressabiada.
Bem apanhado, AdaS.
A amargura e os acometimentos de bíles e fel que a mesma proporciona poderão ser grosso conforto para quem está carente de rechear os entrefolhos com grossos e túrgidos veiúdos marsapos, mas serão fraco consolo para quem os tem de ler.
Podes dizê-lo, bem pode tricar de nick, que tem sempre inequívoco rabo de fora. Á espera que lho arromebem, claro.
tá bem, bock... apalap-mo.
Bem apanhado?
O caralho mazé.
A assentadeira acaba por dar razão ao panasca do padre e tu dizes bem apanhado?
Foda-se para esta merda toda.
trocar
fininho preto, vai andando pra dentro, fecha a janela... a tua mulher está chamar, vai lá ver o que ela quer...
há fininho com zero e fininho com ó?
o preto é um zero à esquerda à espera que lhe fertilizem o cólon.
E no fundo no fundo, onde estão os paneleiros afinal?
Não, há fininh0 cagão e paneleiro, mete nojo filha da puta sorvedor de esmegma, bêbado camelo, mentecapto e putanheiro sevilhano songa-monga enrabado por gajos da transportadora Galamas num monta cargas do Tagus Park...
E depois há o clone.
Exageras, bêbado é difamatório.
Vocês vão todos para o inferno.
Rezai por penitência.
Indignos.
e, cona das vossas primas todas mais as vossas suposições a respeito de a minha excelsa personalidade andar vestida desses nicks pretos que por aqui pululam que nem Mariamélias de nenúfar em nenúfar armadas em giras ofendidas.
sim, vai chamar bêbado ao caralho que ta fode!
bébé, vai uma guitarrada na pintelheira?
Foda-se! vou mazé alomçar que tou cheio da fome...
vrrrummmm... conas
E hoje, na Feira do Livro:
As FOdas Antero de Quental / il. Raquel Pinheiro NOVA VEGA
O Último Unicorno Peter Beagle
3, 2,1 ... Cama Sam Lloyd; Ben Cort - semiótica dos 3 pratinhos
ERVA MILAGROSA ROSA LOBATO DE FARIA
(droga, loucura, morte)
AS VELAS ARDEM ATÉ AO FIM SANDOR MARAI
(tratado de BDSM)
Conferencistas do Casino Antero de Quental; Eça de Queiroz
(manual sobre branqueamento de capitais em 10 lições)
MULHERES DO MEU PAI JOSE EDUARDO AGUALUSA
(magano!)
AS ÚLTIMAS TARDES COM TERESA Juan Marsé
(manual fodengo)
ADA OU ARDOR VLADIMIR NABOKOV
(AdaS com o nabo a arder, lá está... manual sopbre como o AdaS sobreviveu à gonorreia)
enjoy.
fininh0: vai levar no cu do fininh0 preto!
agora vou almoçar... vai tu.
Não vou.
Nem uma coisa nem outra.
Vai mamar em ciganos agarrados para a ramona do Intendente.
Guitarradas para mim...
Ehhh.
Try again!!!
Ah! Chegaste, Me...
Uma lufada de ar fresco aqui na vara!
Já viram como eu fui esperto, Hã?
Me, anda cá falar comigo, que eu falo de coisas lindas: gostas de malmequeres?
Foda-se, g2, ainda és mais imbecil do que eu pensava.
Como é que se chamam aquelas vacas malhadas que vêm recolher os touros nas touradas?
Lembrei-me.
Verba ligant homines, taurorum cornua funes
Pois sou, Fã e depois?!
Muuuuuuuuuuuuu!
Mu, mu, mu...
...mu...
Mutumbo!
Tá a dar na TV o Mutumbo a encusar-vos, um a um, com todo o carinho e delicadeza típicos do Motumbo.
É na RTP África.
Mutumbo ou Motumbo não interessa.
Vocês estão virados de costas pra ele, portanto isso agora não interessa nada.
Também está a dar a vossa primeira vez com o Motumbo, mas na RTP Memória.
E a forma como o chOURIÇO converteu o Motumbo ao cristianismo, no canal Ecclesia.
Brrrop!
Almocei bem, mas parcamente.
O que significa que tarda nada tá a marchar uma bucha...
Burps.
O cu nunca embucha.
Sim, pela tua peida acima.
Bela música do fausto
A minha música é: "Por esse enfio acima"
Isso é o teu que é uma freeway em sentido descendente e ascendente.
Con segues a proeza de ascender e descender em simultâneo!
...ganda javardolas!
Olá g2,
Malmequeres?
Atão eu não disse já que eu é mais bitoques???
Que queres tu conversar comigo? Hmmmm??????
E por que carga de água andavam aqui a falar de cabrestos????
Bichos irrequietos, esses. Não se metam nisso, pázinhos.
SALVE POMBA GIRA MARIA PADILHA RAINHA DAS SETE ENCRUZILHADAS! TE PEÇO! ASSIM: AGORA GIRA, VAI MULHER GIRAR AO MEU FAVOR TRAZENDO o chOURIÇO PARA mim, PEDINDO ASSIM... Ar move, fogo transforma, Ar move, Fogo transforma Água forma, Terra cura, e a Roda vai girando, vai girando, E a Roda vai girando, vai trazer o chOURIÇO de volta o mais rápido possível para perto de mim definitivamente. Que ame somente a mim e me faça feliz. Que não consiga olhar para mulher alguma, que se sinta bem só ao meu lado. Que ele sinta a minha falta e venha ao meu encontro e me peça para que eu nunca o abandone. Que o chOURIÇO sinta tesão somente por mim e não consiga mais parar de pensar em nós dois juntos. Assim seja e assim será. Salve Pomba Gira! Salve SETE SAIAS! Salve suas irmãs, Maria Molambo, Maria Padilha, Arrepiada, e todas as outras da falange! Salve SETE SAIAS! Minha boa amiga, mulher de 7 exus, defensora das MULHERES!E DOS HOMENS Salve SETE SAIAS! Minha boa e gloriosa princesa! Conheço a tua força e o teu poder, te peço que atenda o seguinte pedido: que o chOURIÇO não durma se não tiver a certeza que estamos juntos; Que o corpo de o chOURIÇO queime de desejo por MIM; Que o desejo de o chOURIÇO por mim o deixe cego para outras mulheres, que elas não consigam mais vê-lo como homem; Que e outras mulheres nunca consigam fazer com que o chOURIÇO sinta desejos e prazer para com elas nem com machos viados, somente EU terei esse poder; Que o chOURIÇO deixe de vez de amar, beijar e abraçar QUALQUER Mulher e o Motumbo e Me assuma em seu coração.
WTF???????
Cyndy, larga a droga, pá.
Chouriço é bom é assado com bagaço.
(podes sempre perguntar se ele te deixaria fazer isso... mas pronto... foi só uma sugestão...)
EU PROFETIZO EM NOME DO PAI DO FILHO DO ESPÍRITO SANTO, QUE o chOURIÇO VAI VOLTAR PARA SEMPRE PARA TI, Ó Cyndy, mulher transexual, muito carinhosa com bumbum gostoso E O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, CONFIO NAS FALANGES DE POMBA GIRA RAINHA DAS 7 ENCRUZILHADAS, CADA VEZ QUE FOR LIDA ESSA ORAÇÃO MAIS FORTE ELA SE FARÁ, POR ISSO VOU MANDAR AOS QUATROS CANTOS DO MUNDO PEDINDO Ó MÃE QUE TE CONCEDA, Cyndy, mulher transexual, muito carinhosa com bumbum gostoso O PEDIDO DE TE TRAZER URGENTE o chOURIÇO SEI QUE OS ESPÍRITOS DAS FALANGES DE POMBA GIRA JÁ ESTÃO SOPRANDO NO OUVIDO DELE O TEU NOME DE DIA E DE NOITE, Ó Cyndy, mulher transexual, muito carinhosa com bumbum gostoso.
ELE DAQUI MAIS UM POUCO NÃO VAI COMER, DORMIR OU FAZER ALGUMA COISA A NÃO SER SE ESTIVER CONTIGO, CONFIO NO PODER DAS 7 ENCRUZILHADAS E VOU CONTINUAR DIVULGANDO ESTA ORAÇÃO PODEROSA, POREM, NÃO VOU VOLTAR ATRÁS, POIS, A PESSOA QUE PEDIR PARA AMARRAR, SE AMARRARÁ, JAMAIS DEIXARÁ DE CORRER ATRÁS DE TI, Ó Cyndy, mulher transexual, muito carinhosa com bumbum gostoso. QUE ASSIM SEJA E QUE ASSIM SERÁ! E ASSIM ESTÁ FEITO!
O MOTUMBO VAI CAIR NO OLVIDO, PODES TERE A CERTEZA, Ó Cyndy, mulher transexual, muito carinhosa com bumbum gostoso
A traveca anda a chutar caldo de jardineira de vitela radioactiva nas veias das têmporas, foda-se lá.
AH, AH, AH, AH, AH!!!!!!!!
Bock,
esses AH, AH, AH parecem um cadito dementes...
medo. muito medo.
O chOURIÇO curtia o Motumbo????
Dassse!
Tou toda Arrepiada!
Caralhostefodamcomveemência, AdaS.
A tua loucura qualquer dia ainda te vai levar ao sítio certo: à carreira política.
Foda-seeeee...
chOURIÇO
O Motumbo tem um talento muito especial para seduzir.
23 cm de talento.
O tripé humano!
Ai, ai...!
Ui, até que consigo ver os slogans... as fotos com piacabá na mão...
Pobre chouriço. Vilipendiado por uma mulher que comeu demasiadas peles de frango cheios de hormonas e agora se não agasalha o seu hipertrofiado clitóris fica com aquilo atravessado. Olha, vai-te aquela não-sei-quê da mulher a ver se lhe afogas a frustação de ter lido a metro mas não lhe servir para nada, em enxurradas de gorda enxúndia.
Esguicha a enxúndia pelas orelhas; escorre o almece pelos olhinhos.
Esgaça o entrefolho até aos intestinhos.
Medo?
Se ainda nem baixei as calcinhas, môr!!!!!
Adiante: isto tá a ficar esquisito.
Anda aí megera amargada, parece-me.
Já se escorrega em Fel.
Temos de mandar vir a D. Tânia para dar uma limpeza nesta merda, já começa a feder a miolo em decomposição e sucos gástricos vomitados em jorro.
Isto não é esquisito.
Tu é que és.
É a puta da loucura. Ou o contrário.
Ensandecem as megeras, quais bacantes tresloucadas.Foge o sangue dos varões, do cérebro para as vergas túrgidas de gorda enxúndia.
Então mudemos de assunto. Proponho coelhinhos, flores, borboletas. O g2 enfim.
Adas, lambes-me a crica? :) (paz)
O g2, enfim, queres tu dizer, obviamente, as coisas lindas do g2...
Eu compreendo-te amigo ADAS e sei que quando não tomas nada, andas bem!
Me, os malmequeres existem e são o MÁXIMO, por uma só razão, toma bem nota e arrepia-te:
PARA OS IRMOS APANHAR AO CAMPO.
Que dizes? Com ou sem lancheira, com ou sem manta, tanto faz!
Môr????
MÔR?!?!?!?!?
Ai que não aguento o almoço (pataniscas de camarão... muito boas).
Bock, tu és MESMO esquisito.
Vai jorrar qualquer coisa para cima de um colega teu, vá.
Vai-te lá lavar, prontos.
Enganas-te g2. A Natureza não é um supermercado.
A culpa da crise ambiental e do risco de ultrapassarmos a capacidade de sustentação da Terra é da Igreja. É a ideia de supermercado, que deus pôs a criação ao serviço do homem, para nos servirmos á vontade. Servirmo-nos á vontade só do cu do chouriço. O resto não. Fazemos parte dela. Isso de apanhar malmequeres não pode ser nada.
g2, o teu convite ao Adas é de uma paneleirice imensa. Mesmo para ti.
Mesmo para o Sandro ´.
Eu sei que não!
Mas tu, se não pensasses à "marikita seja eu" (influência deles, eu sei e por isso te desculpo), saberias que eu, se for com a Me apanhar malmequeres ao campo, nem com uma flor lhe tocamos, pois não, Me?!
Tás a perceber? Vocês pensam pouco nas coisas lindas na vida, como esta de ir ao campo apanhar malmequeres e nem com uma flor lhes tocar!
Quando muito, se for de todo em todo impossível, amarrotamos uns quantos, não é, Me?
(A ver se a Me me ajuda a explicar-te certas coisa, ADAS, pá...)
Diz...
Chupa-mos, Me. Bastante.
E viste como eu cavaheirescamente declinei, sem ofender a orientação sexual, viste? Puxando ao INTELECTUAL.
g2,
Só se me levares às cavalitas.
fininh0, vai apanhar no....
...malmequer!
Comam-me os colhões, se fazem favor!
Sandro,
Cata-os primeiro.
Lindo g2. "ir ao campo apanhar malmequeres e nem com uma flor lhes tocar!" Fui às lágrimas. Por baixo, mas fui ás lágrimas.
ADAS, agora não tenho vagar de falar mais contigo.
Vou ali com a Me...
Anda cá, Me, salta-me para cima das costas, que eu levo-te às cavalitas (dividimos ao meio, que eu imagino que também gostes de levar às cavalitas)
Oh g2,
Amarrotar malmequeres é legal?
Não sei, não...
ADAS, muito falas tu no "por baixo"...
Mas olha, podias pegar nessa minha frase e escrever um post!
Tu, g2, foste escolhido!!
Não para me comer os culhões, mas sim para me lamberes as mamas, o cu, os sovacos e aqui o malmequer mais bem cheiroso de todo o universo e arredores.
Chega-te aqui...
Medo. Seremos salvos por bidons de lítio. Arranjas aí num retalhista, g2?
Ah, e tenho lítio na cona. Alguém quer "carregar o telemóvel", hihihi... SCHLÉP!
Não é legal, Me, mas o fruto proibido, etc e tal, tu sabes o resto...
Não preciso. Tenho-os depilados.
Podes vir já.
g2 vai encher a anilha de malmequeres.
Sim, Môr.
Môrcona.
Sandro,
Isso é TÃO gay. Depilar os tomates.
LARILAS!!!!! Não tarda e também vens dizer que depilas o rego do bum-bum para reduzir a aderência...
g2,
Eu também gosto de levar às cavalitas? Não gosto nada! Trabalhos me dessem! Caredo!
Frutos??? Atão mas não eram malmequeres? Tu decide lá isso que eu assim não me arranjo.
E ainda dizem que as gajas é que são indecisas.
O Papa Bento XVI disse hoje que nenhuma «técnica mecânica» pode substituir o acto de amor «que o esposo e a esposa partilham como sinal de um mistério maior, que os torna protagonistas e co-participantes na criação».
O Sumo Pontífice deixou esta mensagem no discurso que dirigiu no Vaticano aos participantes num convénio internacional promovido pela Pontificia Universidade Lateranense.
Assim se vê que sois pecadores sempre que mudais as pilhas de litio de vossos vibradores e strap-ons.
Môrgalho (bock, bock, bock),
"Sim, Môr" os tomates depilados do Sandro.
Oh AdaS,
Tu usas strap-ons com pilhas???
Foda-se.
Preguiçoso.
este anormal é ateu até última, mas gosta muito de ouvir e ler o que o Papa diz, não perde nada relacionado, não é capaz de apenas se borrifar para ele e prontos.
Me, já foste ao cu ao G2?
Dinho, em 31/12/2008 - 23h54
Só ha genero: masculino e feminino . Há naturezas incli nadas ao homossexualismo, que deveriam aceitar-buscar ajuda. Mas isso não pode ser aceito como comportamento . Agora, em vez de concertar os deficientes, o que estamos vendo é uma tentativa de perversão da natureza humana em massa procurando impor o homossexualismo à sociedade atual por indução e por corrupção declarada às gerações que estão vindo. Isso é como um aidético sair propositalmente contagiando todo mundo.
Danilo, em 31/12/2008 - 14h14
Parabéns ao papa por não se imtimidar pelo politicamente correto. "Quem pratica o sexo anal desce ao nível das fezes". Deus fez o Homem e a Mulher o resto é lixo humano.
Dogmas são perigosos e causam vítimas com maior freqüência do que se imagina. Exemplo disso, a respeito da Aids, é o caso da África do Sul, onde a crença do ex-presidente Thabo Mbeki de que a doença poderia ser curada com uma mistura de alho e outras coisas.
Esfrega-te com alho ò anónimo!
Amarrotar malmequeres é bom...
E comer fruta, também!
Minha vida de boneca lésbica começou bem...
Sandro é a minha melhor amiga. Nós nos conhecemos em um dia qualquer, em um concurso de poesia realizado em uma biblioteca pública. No final daquele concurso, trocamos o número dos nossos telefones, mas eu não pensei que fôssemos realmente fazer amizade. Depois do primeiro encontro, Sandro começou a me ligar com bastante freqüência e passamos a nos conhecer um pouco melhor. Ela é uma mulher de vinte e sete anos, casada e tem uma filhinha de cinco anos chamada Thaís que é uma verdadeira princesinha. Sandro mora com o marido e com a filha em uma casinha alugada, perto de uma estação do metrô. Ela trabalha como cabeleireira e manicure em um salão de beleza no bairro do Bexiga e posso assegurar que é uma ótima profissional. Quando nós nos conhecemos, a coitadinha estava passando por uma grave crise conjugal e pensava em se separar do marido. Quase todos os dias ela me ligava e eu procurava ouvi-la com bastante carinho e também dava-lhe os melhores conselhos possíveis. De forma alguma eu gostaria de vê-la sofrendo. Foi durante uma de suas crises que recebi um dos seus telefonemas, mas sei que ela procurou disfarçar os seus sentimentos. Desta vez ela se mostrou mais alegre, não mencionou nenhum tipo de problema e inventou uma desculpa qualquer para acabar me convidando para encontrá-la no seu horário de almoço e me mostrar alguns de seus novos poemas. Por coincidência, eu tinha um compromisso naquela região no dia seguinte e acabei aceitando o convite.
Nos encontramos por volta do meio-dia e fomos até a uma cantina da rua Treze de Maio. Pedimos o nosso almoço e começamos a conversar descontraidamente. Rimos, brincamos e nos divertimos bastante falando apenas sobre as coisas mais banais possíveis. Quando está tranqüila, Sandro é uma pessoa maravilhosa, muito alegre e bem humorada. Acabamos de comer, pedimos uma sobremesa e enquanto esperávamos, percebi que ela estava olhando profundamente nos meus olhos. Eu não estava entendendo muito bem quais eram as suas reais intenções, mas senti que ela começou a se insinuar demais para mim, fazendo muitos elogios e tentando me agradar. Eu estava com uma das mãos sobre a mesa. Sandro colocou sua mão sobre a minha e passou a acariciar-me com a ponta dos seus dedos finos e delicados. Quando ela fez isso, uma luzinha vermelha, sinalizando perigo, quase se acendeu dentro da minha cabeça, mas eu não falei nada; fiquei apenas esperando para ver até onde ela iria chegar. Ficamos em silêncio por alguns minutos. Ela ficou um pouco tensa, com o coração acelerado e de repente ouvi sua voz me dizendo: "Eu acho que estou ficando apaixonada por você..." Eu simplesmente não respondi nada, fiquei apenas contemplando os traços do seu rosto, percebendo o quanto ela era bonita com seus olhos castanhos, seus lábios finos e com os cabelos crespos e muito compridos.
Eu sabia que ela não tinha nenhuma culpa por estar me dizendo aquilo, porque até aquele dia ela não sabia nada sobre mim e conhecia apenas a minha porção masculina. Como eu não queria de forma alguma ter mais problemas do que todos os que eu já tinha, pensei muito rápido e em uma fração de segundo decidi que a melhor coisa a fazer naquele momento seria dar-lhe um verdadeiro tratamento de choque. Pensei muito bem em tudo o que iria dizer, segurei suas duas mãos entre as minhas de uma forma carinhosa e comecei a lhe falar: "Meu amor, você apenas deve estar um pouco confusa por causa do momento que está passando. Você nem ao menos me conhece direito, não sabe nada sobre mim e nem sobre a minha intimidade e por isso é impossível que você realmente esteja me amando. Vou lhe falar uma coisa sobre mim, para que você me compreenda melhor: Nós gostamos praticamente das mesmas coisas. Eu sou travesti e gosto muito de usar roupas de mulher e, mais do que isso, de me sentir como uma verdadeira mulher sendo tratado dessa forma. As pessoas que me conhecem de verdade só me chamam de Me e para todas elas eu sou tão mulher quanto você, minha querida. Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre isso, eu posso até ir qualquer dia desses no seu salão para, quem sabe, depilar as pernas ou fazer as unhas dos pés..."
Sua reação foi ficar boquiaberta ouvindo tudo o que eu dizia, mas mesmo assim ainda deu um leve sorriso quando imaginamos que seria mesmo muito engraçado se o que eu havia dito no final acontecesse de verdade. Para completar eu disse ainda: "Agora que você me conhece um pouco melhor, vai poder pensar um pouco mais sobre o que me disse e tenho certeza que irá concordar que é impossível que você se apaixone por mim, minha querida." Ela me olhou com um ar de seriedade e me disse que eu estava brincando com ela e que não acreditava em nada do que eu estava falando. Para ela, eu estava mentindo, inventando tudo aquilo apenas para que ela perdesse todas as esperanças sobre mim. Quando a ouvi dizer aquilo, simplesmente abri a minha agenda e retirei uma fotografia, que imediatamente coloquei nas suas mãos. Ela olhou para a foto por alguns instantes, voltou a olhar para o meu rosto e depois para o papel novamente, vendo-me usando uma saia longa indiana, uma blusa de manga comprida, descalça e fazendo pose, apoiando-me em uma parede. Sandro não disse mais nada e devolveu-me a fotografia. O garçon veio trazer a nossa conta, que eu já havia pedido. Pagamos e saímos do restaurante, deixando a gorjeta em cima da mesa. Quando chegamos lá fora, ela me disse que tinha que voltar depressa para o serviço porque já estava muito atrasada. Nos despedimos e ela atravessou a rua, voltando para o trabalho. Eu subi em minha motocicleta para ir embora também e no caminho, sentia o vento refrescante da tarde batendo em meu rosto. Pensei que com certeza eu estava acabando de perder mais uma amizade por causa da minha personalidade diferente. Fiquei um pouco triste, mas no fundo eu sabia que era bem melhor que as coisas tivessem acontecido daquela maneira, porque eu não queria mais magoar nem a mim e nem a ninguém...
Muitas semanas se passaram. Sandro nunca mais me ligou e eu já havia esquecido aquele capítulo da minha vida, quando em uma tarde de sexta-feira, véspera de um feriado prolongado que iria até terça, meu telefone tocou. Eu atendi e pude reconhecer a voz de Sandro, do outro lado da linha, dizendo: "Boa tarde. Por favor, eu poderia falar com a G2?" Pude perceber que ela estava descontraída e contente. Da forma como ela havia falado, pude perceber que aquele tratamento de choque que eu havia lhe dado tinha surtido efeito e respondi pelo aparelho: "É ela mesmo que está falando." Ela continuou, dizendo: "G2, aqui é a Sandro. Tudo bom com você, amiga? Eu estou te ligando para dizer uma coisa. O meu marido vai viajar amanhã para a praia e vai levar a Thaís com ele. Eu não poderei ir porque vou ter que trabalhar até tarde amanhã e também na segunda-feira. Mas no domingo ficarei sozinha em minha casa. Você não quer dar uma passada por lá para nós duas colocarmos as fofocas em dia?" Desta vez, quem ficou com a boca aberta fui eu. Ela não disse nem uma palavra sequer sobre tudo o que havíamos conversado na última vez em que nos encontramos. E talvez por causa disso, eu acabei aceitando o seu convite novamente...
No domingo, logo após o almoço, tive que deixar a moto em casa e comecei meu longo trajeto para chegar na casa da minha amiga. Eu teria que pegar um ônibus, depois o metrô, descer na estação Santa Cruz, depois pegar outro ônibus novamente e descer em uma longa avenida. O endereço que ela havia me dado era o de uma travessa daquela avenida e era a primeira vez que eu passava por aquele lugar. Fazia sol e muito calor naquele dia. Eu pensei que já estava chegando e dei sinal para o coletivo parar. Quando desci do ônibus, conferi a numeração da avenida e fiquei puta da vida, porque havia descido no ponto errado e tive que andar quase um quilômetro a mais para chegar na rua indicada. Quando finalmente encontrei o local onde Sandro morava eu já estava cansada por ter andado tanto e estava também completamente suada por causa do calor infernal que estava fazendo. Bati palmas e pude vê-la abrindo e fechando um pouco a cortina. Depois, Sandro desceu correndo uma escada lateral para abrir o cadeado do portãozinho de ferro da entrada. Ela convidou-me para entrar e nós fomos direto para a cozinha. Chegando lá, disse-me para sentar um pouco em uma cadeira para descansar, enquanto me oferecia um copo de água gelada. E então, ela sentou-se em minha frente e ficamos ali conversando durante uns vinte minutos. Estávamos falando sobre tudo o que vinha em nossas cabeças, mas nada do que dizíamos era realmente importante. Falamos sobre o último capítulo da novela que havia acabado no dia anterior e também sobre um monte de outras besteirinhas. Sandro me disse para irmos até ao seu quarto porque ela queria me mostrar o álbum com as fotos do seu casamento.
Quando fomos para o quarto, pude perceber que a sua casinha era pequena, mas muito bem arrumadinha. Ela é uma mulher extremamente caprichosa e gosta de deixar todas as suas coisas no lugar certo. Eu sentei-me na beirada da cama e vi minha amiga abrir uma gaveta e retirar o álbum com as fotos, que ela me passou e que comecei a folhear. Depois disso ela olhou para mim e me disse: "Nossa, como está calor, G2. Eu não estou agüentando. Não sei como é que você consegue ficar com essa roupa quente, menina! Eu vou emprestar para você alguma coisa mais leve." E dizendo isso, com a maior naturalidade, abriu a porta do seu guarda-roupas e retirou um vestido curtinho, aberto nas costas e estampado, que entregou para mim. Eu, também com a maior naturalidade, o peguei e tirei a camiseta e a calça jeans para me trocar ali, bem na sua frente e ela pôde ver que eu estava usando uma calcinha vermelha. Coloquei o vestido que serviu direitinho em mim porque nós temos, por uma coincidência muito feliz, quase a mesma altura e também quase o mesmo peso. Após me trocar, sentei-me novamente na beirada da cama até terminar de ver todas as fotos do álbum. Entreguei-o, pedindo para que ela o guardasse, e ela me disse que queria que fôssemos até a cozinha. Ela disse também que queria que eu ficasse descalça, porque havia preparado uma pequena surpresa para mim. Chegando lá, pediu-me para sentar novamente na mesma cadeira, entrou no banheiro e depois voltou com uma pequena bacia com água e sabão, uma toalha e um estojinho. Disse-me que tinha se lembrado da nossa última conversa e por isso havia ficado com vontade de fazer as minhas unhas dos pés e disse ainda que teria que fazer isso ali na sua casa, porque o seu salão estava fechado. Eu brinquei dizendo que ela estava querendo trabalhar até no domingo e eu não iria poder pagar suas horas extras. Ela se fingiu de zangada comigo, falou que eu era a sua melhor amiga e que por isso jamais teria coragem de cobrar qualquer coisa de mim. Pediu-me para colocar os pés na água por alguns minutos e sentou-se em um banquinho em minha frente. Sandro estava usando uma mini-saia de cotton-lycra, dessas que ficam bem esticadinhas, uma blusinha bem justinha e um par de tamancos. Cruzou as pernas, colocando a toalha no seu colo, pediu-me para eu pôr um dos pés sobre ela e começou a fazer o trabalho. Preparou todas as unhas dos meus pés, passou uma base e depois me mostrou dois vidros de esmalte dizendo-me para eu escolher a cor que achasse melhor.
Preferi o rosinha claro e ela concordou comigo, dizendo que também achava mais bonito. Eu, particularmente, não me importo muito com a moda para os esmaltes e prefiro sempre os tons pastéis, clarinhos e não-cintilantes. Em poucos minutos estava tudo pronto e havia ficado ótimo! Para finalizar, ela passou um óleo secante e ficamos ali, conversando e confidenciando detalhes sobre nossas vidas. Acabamos descobrindo que no fundo até tínhamos muitas coisas em comum. O tempo passou e, embora o esmalte já tivesse secado completamente ela continuou com os meus pés em seu colo, fazendo massagens enquanto conversávamos. É claro que eu não me importei com aquilo, porque até estava achando muito gostoso. Ela passava suas mãos suaves sobre eles, subindo até às batatas das minhas pernas e voltava, fazendo movimentos circulares, pressionando levemente minha pele. Percebi que ela havia descruzado as pernas. Deixei um dos meus pés deslizar e encaixei-o entre suas coxas, forçando um pouco como se quisesse que ela as abrisse, para sentir qual seria a sua reação. Sua resposta ao meu gesto foi um suspiro e então tentei partir para uma ação mais ousada, querendo colocar meu pé direito por dentro da sua saia. Mas ela percebeu e simplesmente se levantou, dizendo para irmos até ao seu quarto, porque agora ela queria dar um jeito nos meus cabelos.
Sandro pediu-me para sentar no banquinho em frente à penteadeira do quarto e soltou os meus cabelos. Pegou uma escova e começou a desembaraçá-los até ficarem soltinhos. Meus cabelos são lisinhos e compridos. Ela passou a brincar um pouco com eles, dizendo-me que iria fazer um penteado preso. Puxava todos os fios para trás e depois para a frente. Dividia os cabelos ao meio e depois para os lados, indecisa sobre o que fazer com eles. No final, puxou todos os fios para cima, prendendo-os com uma presilha dourada, mas deixou alguns fiozinhos soltos nos lados. Deixei ela fazer tudo o que quisesse comigo. Depois, ela passou um pouco de base no meu rosto e um batonzinho cor-de-rosa, dizendo-me finalmente que tudo havia ficado perfeito: eu estava até parecendo uma noiva, pronta para ir para uma igreja. Dei risada ao ouvir aquilo e lhe disse que ela estava exagerando demais. Depois ela pegou uma sandália e pediu para que eu a calçasse e abriu outra gaveta, retirando o seu par de óculos escuros. Pediu-me para que eu os colocasse e que me sentasse no sofá da sala porque ela queria fazer uma coisa. Fui para a sala e sentei-me, como ela havia pedido; cruzei as pernas, ajeitei o vestido, coloquei as mãos sobre os joelhos e fiquei aguardando. Ela veio logo em seguida e abriu completamente as cortinas da sala para que entrasse o máximo possível de luz. Foi até a porta e então eu percebi que ela estava com uma máquina fotográfica. Sandro me disse que tinha também se lembrado da minha foto que eu havia mostrado para ela no restaurante e por isso teve a idéia de fazer uma só para ela. Apontou a máquina para mim, apertou o botão duas vezes seguidas e depois veio sentar-se ao meu lado. Sandro me perguntou se eu estava gostando de passar a tarde com ela e eu só pude dizer que estava adorando a sua companhia e que nosso dia não poderia ter sido melhor. Mas eu estava errada, porque tudo ainda iria ficar muito mais interessante...
No momento em que estávamos conversando, lado a lado, seguramos nossas mãos, exatamente como havíamos feito naquele dia em que almoçamos juntas. Ficamos alguns minutos sem dizer nenhuma palavra e resolvi perguntar a ela se já havia acertado os "ponteiros" com o seu marido. Ela, com um ar de desânimo, respondeu que tudo ainda estava na mesma. Eles praticamente não estavam se falando e a cada dia que passava se desentendiam mais. Não sei se fui indiscreta, mas acabei perguntando se aquela situação valia para todos os momentos, quer dizer, se eles estavam se desentendendo na cama também. Com um jeito de mulher muito carente, ela me disse que sim e que eles estavam transando no máximo duas ou três vezes por mês. E para piorar a situação, ela me disse que as coisas aconteciam sempre da mesma maneira: Depois que a filhinha dormia e quando os dois também já haviam se deitado, o marido de Sandro subia em cima dela na cama, na famosa posição de papai-e-mamãe e a penetrava friamente, sem beijá-la nem ao menos uma única vez. Em poucos minutos ele se satisfazia e depois virava de lado para dormir e não se importava mais com sua companheira. É claro que Sandro não conseguia ter nenhum prazer com aquilo... No outro dia, ela sempre acordava mal humorada e às vezes até brigava também com a filha. Eu ouvia aquilo e não conseguia entender, porque comecei a olhar melhor para ela e cada vez mais eu via uma mulher maravilhosa, bonita e muito exuberante. Ela tem um par de coxas grossas, muito bonitas mesmo, um quadril um pouco largo, mas na medida exata. Seus seios são generosos, sem ser muito grandes e nem pequenos demais. Sua pele é macia, um pouco queimada pelo sol. Ela gosta muito de se cuidar, principalmente dos seus longos cabelos cacheados e usa perfumes muito gostosos. Além de tudo isso, também é bonita de rosto e como eu já mencionei, é muito alegre e bem humorada, quando está feliz. Por tudo isso, eu não conseguia mesmo entender o que é que havia de errado para que o seu marido não visse todas as inúmeras qualidades da minha amiga. Depois de me dizer tudo isso, ela acabou ficando um pouco triste e apoiou sua cabeça no meu ombro. Comecei a acariciar seus cabelos, consolando-a com um abraço e depois passei a acariciar também os seus braços e beijei o seu rosto. Num impulso praticamente instintivo, acabamos nos deitando de lado no sofá e nossos lábios se tocaram.
A partir daí, não conseguimos mais parar... Minhas mãos passaram a acariciar suas coxas macias e depois foram subindo, dando a volta pelo bumbum. Puxei a blusinha apertada de Sandro para cima, até que aquele par de seios suculentos pudessem se libertar e comecei a sugá-los de todas as formas possíveis. Passava minha língua lentamente, mordiscava os biquinhos e depois engolia cada um deles, para dar o maior prazer possível para minha amiga. Ela começou a gemer baixinho. Com uma das mãos, abaixei a alcinha do meu vestido e pedi para que ela fizesse o mesmo em mim. Senti seus lábios tocarem timidamente nos meus mamilos e depois senti a pontinha da sua lingua e também tive muito prazer. Ela continuou me sugando e então coloquei a mão nas suas coxas, acariciando, subindo por dentro da sua saia até encontrar o seu púbis. Passei a mão por cima da calcinha e percebi que ela estava toda molhadinha.
Sem que ela parasse de chupar os meus seios, coloquei também a outra mão por dentro da sua saia puxando sua calcinha para baixo, até que ela chegasse nos joelhos e abri suas pernas. Resolvi conferir de perto o tesouro que eu havia encontrado e pedi para que ela parasse de chupar meus peitinhos. Virei-me na posição contrária, colocando meu rosto bem de frente para aquela bocetinha gostosa e parei para admirá-la por alguns instantes. Propositadamente, consegui deixar o meu membro bem na frente do seu rosto. Ela percebeu e passou a imitar os meus gestos. Primeiro, comecei a beijar a parte interna das coxas de Sandro e ela fez o mesmo comigo. Depois, comecei a lamber seu clitóris, chupando-o com meus lábios e tive uma surpresa bastante agradável, pois senti meu pênis, ainda meio mole, sendo completamente engolido pela boca gulosa da minha amiga. Passei a chupá-la com muito mais vontade e senti que aos poucos o meu pênis ia endurecendo dentro de sua boquinha quente. Fizemos um sessenta e nove maravilhoso, do qual eu jamais irei me esquecer. Era muito gostoso chupá-la e ao mesmo tempo ser chupada por ela. Eu passava a minha língua pelos grandes e pelos pequenos lábios vaginais e forçava a ponta da língua para dentro da sua entradinha, fazia movimentos circulares no grelinho, apertava-os com meus lábios, sugava-os e dava mordidinhas delicadas. Para excitá-la ainda mais, resolvi enfiar um dedo da minha mão direita dentro da bocetinha e ouvi um gemido um pouquinho mais forte saindo de sua boca. Comecei a massageá-la, enfiando e tirando todo o meu dedo. Percebi que sua bocetinha era um pouco larga e deduzi que seu marido deveria ter uma rola enorme. Passei então a enfiar dois dedos para que ela pudesse sentir um pouco mais as minhas carícias. Ela gostou, gemeu bastante e começou a por e a tirar o meu pênis da boca, lambendo bastante por fora e voltando a engoli-lo totalmente. Eu não sabia mais o que fazer para que ela gozasse bastante. Continuei a beijar e sugar a boceta de Sandro, mantendo meus dedos dentro dela. Tive então a idéia mexer também no seu rabinho. Umedeci um dos dedos da minha mão esquerda e passei a massagear simultaneamente a sua boceta e o seu cuzinho. Percebi que ela gostou ainda mais da minha iniciativa e por isso enfiei aos poucos o dedo inteirinho dentro dela. Descobri que ela estava realmente me imitando pois senti Sandro fazer a mesma coisa comigo, enfiando um dos seus dedos no meu cuzinho também, sem tirar o meu pau da boca. Naquele delírio, ela parecia até estar sufocada e eu não podia entender nada do que ela tentava dizer, distinguindo apenas os seus gemidos enquanto eu a fodia com minhas mãos.
Ficamos nos curtindo por um bom tempo até que achei que havia chegado o momento de parar e partir para uma nova etapa da nossa transa. Parei de chupá-la e pedi para que ela fizesse o mesmo. Nesse momento, ela estava excitadíssima. Levantei-me do sofá, peguei duas almofadas e coloquei-as no chão. Pedi que ela se ajoelhasse nas almofadas e quando ela fez isso, abri mais um pouco as suas pernas e pedi para que abaixasse a cabeça no sofá. Comecei a fazer carinho nas suas costas e nos seus cabelos. Depois, apalpei bastante o seu bumbum, alisando com carinho, passei as mãos por trás até chegar à bocetinha que estava completamente molhada. Ela parecia uma cachorrinha no cio, com as pernas abertas, com o bumbum empinado e prontinha para ser penetrada. Coloquei a cabeça do meu pau, que depois de tantas carícias estava bem durinho, na entrada da bocetinha e enterrei-o todinho naquela grutinha quente bem devagarinho, sentindo-o acomodar-se milímetro por milímetro. Levantei um pouco o meu corpo e passei a fazer um vai-e-vem gostoso. Minha amiga começou a gemer cada vez mais alto, balançando o quadril para cima e para baixo, acompanhando os meus movimentos. Tudo o que eu queria naquele momento era dar-lhe muito prazer, o máximo de prazer que eu pudesse retirar da minha amiga. Por isso, acho até que me esforcei bastante metendo nela com muita vontade. Meu esforço começou a ser recompensado com os seus gemidos de prazer. Levantei um pouco o meu corpo sem parar de tirar e enfiar o meu pau da sua boceta, umedeci mais um pouco um dos dedos da minha mão esquerda e enfiei-o lentamente e com muito carinho no seu cu, para sentir qual seria a sua reação. Enquanto isso, eu pensava em fazer algo diferente para agradá-la ainda mais.
Sandro demonstrou estar gostando muito de tudo o que eu fazia com ela e pedia para que eu não parasse. Mas eu já estava ficando cansada e percebi que meu pênis era pequeno demais para ela, que devia estar acostumada a levar a rola enorme do marido. Resolvi não me intimidar com esta descoberta porque isto de forma alguma iria me frustrar e eu sabia muito bem que poderia superar o fato de meu pau ser pequeno de algum outro modo. Afinal, como sabemos muito bem, tamanho não é documento. E então, estiquei o meu braço e consegui alcançar a minha bolsa que estava no outro sofá ao lado. Sem tirar o meu pênis de dentro dela, abri a bolsa e peguei um consolo que eu havia levado comigo, de dezoito centímetros de comprimento e com quatro centímetros de diâmetro. Ele seria ideal para o que eu pretendia fazer. Meus movimentos foram bastante rápidos para que Sandro não perdesse nem um pouco do tesão que estava sentindo.
Comecei a enfiar e a tirar todo o cacete de dentro daquela bocetinha larga e abaixei-me um pouquinho. Ela estava completamente molhadinha e no mesmo momento em que tirei meu pênis de dentro dela pela última vez, enfiei imediatamente o consolo para substituir-me. Ela sentiu a diferença de tamanho e deu um gemido de prazer um pouco mais alto. Eu enfiei todinho o vibrador dentro dela, até sentir que não conseguiria empurrar mais nada, e liguei-o somente quando já estava todinho enterrado. Fechei um pouquinho as suas pernas e pedi para que ela mesma segurasse o vibrador para que ele não saísse. Com as duas mãos livres, pude separar bem as suas nádegas, vendo aquele cuzinho gostoso pedir para ser devorado. Enfiei novamente um dedo dentro dele para fazer com que Sandro ficasse um pouco mais relaxada. Ela estava adorando sentir o vibrador tremer dentro da boceta e isto iria me ajudar a continuar a minha parte. Lubrifiquei bastante o rabinho dela e também a cabeça do meu pau, coloquei-o na entrada do cuzinho e fui empurrando com cuidado, vendo-o entrar todinho. Abracei-a e passei eu mesma a segurar o consolo com uma das mãos. Com a outra mão, passei a acariciar o seu clitóris. Sozinha eu estava conseguindo fazer uma dupla penetração com a minha melhor amiga carente e aposto que com certeza ela jamais havia tido a sensação de ser penetrada na frente e atrás ao mesmo tempo. Aliás, acho que ela nunca havia sido penetrada atrás também, porque senti que seu cu era apertado e comecei a arrombá-lo um pouquinho, iniciando um vai-e-vem com movimentos curtos para não machucá-la. Disse para Sandro que eu mesma já estava acostumada a sentir prazer dando o rabo e agora iria ensiná-la a sentir o mesmo prazer também. Passei a mexer com o consolo, sincronizando e alternando os meus movimentos.
Quando eu tirava o meu pau do seu cu, enfiava imediatamente o consolo na boceta. Quando tirava o consolo da boceta, enfiava meu pau novamente naquele rabinho quente. Quando eu enfiava meu pau o máximo que podia, dava para sentir o vibrador tremendo do outro lado da parede que separa o reto da vagina e isso me dava muito prazer. Comecei a acelerar os movimentos sincronizados fodendo-a de um jeito que eu nunca havia feito antes com ninguém. Eu já estava suando sobre ela e enquanto a fodia, acariciava suas costas com os meus cabelos, que agora estavam soltos. Senti uma grande satisfação ao ouví-la dizer: "Como você é gostosa, G2. Se eu soubesse que transar com uma mulher igual a você era tão bom assim, eu já teria feito isso há muito tempo... Ai, meu amor, você é uma mulher maravilhosa, você vai acabar me matando, Me, eu vou gozar..." Sandro passou a gemer e a gritar tão alto que eu fiquei com receio que algum vizinho pudesse acabar ouvindo. Mas ela mesma pareceu não se preocupar nem um pouquinho e continuou com seus gemidos até ficar exausta e saciada de tanto prazer. Depois de gozar, ela pediu para que eu tirasse meu pau de dentro dela, e eu fiz isso com bastante cuidado, devagarinho para não machucá-la. Tirei também aquele vibrador enorme de dentro da bocetinha e ajudei-a a se deitar no sofá para que ela descansasse um pouco e eu também. Dei um beijo na sua boquinha gostosa, beijei o seu rosto e seus seios até não poder mais... Sandro também me beijou bastante e ficamos namorando como duas gatas apaixonadas, dispostas a se entregar totalmente e fazendo juras de amor. Em poucos minutos eu estava de novo sugando os seus seios, lambendo-a como uma louca, dando um verdadeiro banho de língua em todo o seu corpo, até chegar novamente na bocetinha, que ainda estava toda molhada. Apesar de já ter gozado, percebi que minha amiga ainda estava um pouco excitada. Eu, que estava completamente endiabrada naquele momento, me transformei numa verdadeira lésbica e decidi que poderia retirar ainda mais prazer daquele corpinho gostoso. Coloquei uma almofada sob as suas nádegas e abri bem as suas pernas. Enfiei um dedo totalmente dentro da boceta, o máximo que eu consegui e passei a lamber o clitóris, sugando e passando a língua de um jeito bem gostoso.
Com a ponta do dedo eu podia sentir toda a vagina por dentro. Conseguia alcançar até a entrada do útero e passei a massagear o canal vaginal lentamente, por todos os lados. Como ela já estava excitada novamente, eu acabei encontrando o que procurava: um pequeno ponto áspero, do tamanho de um pequeno botão, perdido ali dentro e não tirei mais a ponta do dedo de cima dele. Eu havia acabado de encontrar o "ponto G" da minha queridinha. Coloquei a outra mão embaixo da bundinha dela para segurá-la melhor e continuei a sugar o clitóris. Ao mesmo tempo, passava a ponta do dedo lá dentro, em volta daquele pontinho do prazer, fazendo movimentos circulares e massageando bastante. Sandro começou a gemer alto novamente. Ela abriu completamente as pernas, depois colocou os pés nas minhas costas me prendendo e começou a contorcer-se toda, tentando rebolar sobre a minha mão. Ela apenas gemia e passava suavemente as mãos delicadas sobre os meus cabelos, acariciando-me e acabou me falando: "Me, meu amor, ai que gostoso... eu nunca havia sentido isso na minha vida. Que delícia! Por favor, não pára não, minha querida, minha mulher maravilhosa, eu faço tudo o que você quiser..." Senti que sua bocetinha foi ficando cada vez mais molhada e inundada, ela gemia, tremia, se contorcia toda e foi tendo um orgasmo múltiplo atrás do outro até acabar-se completamente em meus braços...
Eu também acabei me sentindo muito satisfeita, porque ajudei uma outra mulher a ter muito prazer e fiquei contente porque consegui fazer tudo direitinho com ela. Ficamos abraçadas por algum tempo, bem agarradinhas no sofá, mas nossa transa ainda não havia acabado, porque minha melhor amiga olhou para mim e me disse: "Eu não vi e nem senti você gozar, Me. Não quero fazer com você a mesma coisa que o meu marido faz comigo. Quero vê-la gozando também e te dar o mesmo prazer que você acabou de me dar. Me ajude a fazer você gozar também, vai? O quê você quer que eu faça para te fazer feliz, meu amor?" Ela disse tudo isso de um jeito tão carinhoso que eu resolvi aceitar o seu convite para o prazer. Primeiro, pedi que ela chupasse os meus seios da mesma forma como eu havia feito com ela e achei uma maravilha sentir a sua boquinha me sugando, me fazendo delirar de tanto tesão. Depois, pedi para ela acariciar todo o meu corpo com suas mãos delicadas. Eu descobri que sou muito sensível e uma mão carinhosa pode até me fazer desmaiar de tanto prazer.
Falei para ela chupar o meu pênis da mesma forma que ela já havia feito no começo da nossa transa com a sua boca gulosa, engolindo todo o meu membro. Ele ficou duro novamente dentro da sua boca, que passou a me sugar desesperadamente. Quase que eu gozei dentro da sua boca, mas eu queria sentir mais prazer antes do gozo final e antes que isso acontecesse, pedi para que ela parasse. Abri novamente a minha bolsa, retirei um cinto anatômico e prendi nele o mesmo consolo com o qual eu a havia penetrado poucos minutos atrás. Pedi para que Sandro se levantasse e ajudei-a a prender de um jeito bem firme o vibrador na sua cintura e em volta das suas coxas. A partir de agora ela é que seria o meu "homem". Coloquei as duas almofadas no chão e fiquei na mesma posição em que ela havia ficado. Ela é inteligente e percebeu na mesma hora o meu desejo, descobriu o que eu queria sentir. Eu mesma lubrifiquei o meu cuzinho antes de ficar de quatro na sua frente. Senti suas mãos abrindo as minhas nádegas, mas como eu sabia que ela jamais havia feito aquilo, resolvi ajudá-la, colocando a ponta do vibrador no lugar certo. Pedi para que ela empurrasse devagar a cintura e enfiasse lentamente o consolo dentro de mim. Com a minha ajuda, o vibrador foi entrando todinho no meu rabo. Depois, pedi que ela começasse a me foder gostoso, tirando e empurrando o vibrador de dentro do meu cu. Apesar de não ter experiência e nunca ter feito aquilo, Sandro aprendeu muito rápido. Segurou-me pela cintura e passou a fazer um vai-e-vem que me deixou louquinha. Minha amiga, com sua sensibilidade feminina, me comeu de um jeito que nenhum homem jamais conseguiria fazer. Levei minhas mãos até ao meu pênis e comecei a me masturbar sentindo aquela mulher exuberante, feminina, bonita e sensual me foder com maestria. Ela percebeu que eu estava perto do gozo e começou a aumentar a velocidade dos movimentos do quadril, ao mesmo tempo em que dizia: "Goza, Me, minha mulher gostosa. Eu quero ver você gozar bastante porque você é linda e maravilhosa". Quando ela acabou de dizer esta frase, eu explodi completamente em um gozo indescritível e senti as gotinhas de porra escorrendo pelas minhas pernas...
Nos levantamos, ambas saciadas e felizes e nos abraçamos e nos beijamos loucamente. Parecia que nunca mais nós iríamos descolar nossos lábios, trocando nossas salivas enquanto eu passava a pontinha da língua no céu da sua boca. "Que foda maravilhosa!" eu pensei comigo mesma. Eu havia ido ao encontro de Sandro pensando que nós iríamos apenas conversar e acabei tendo uma das melhores transas da minha vida com uma outra mulher e tenho certeza absoluta de que ela também estava pensando a mesma coisa que eu. Nós ficamos agarradinhas ainda por um bom tempo, numa espécie de competição amorosa para ver qual de nós duas conseguia fazer mais carinhos na outra... Até que finalmente nos levantamos do sofá para nos recompor. Nos limpamos, vestimos nossas calcinhas, ela ajeitou a saia e a blusinha enquanto eu arrumava meu vestido.
O tempo havia passado rápido. Olhei no relógio e vi que já eram quase sete horas da noite. E então eu disse para Sandro que eu precisava ir embora porque senão iria ficar muito tarde. Ela concordou comigo, mas disse que antes nós iríamos tomar um lanchinho. Todo aquele exercício despertou o nosso apetite e eu também estava com fome. Fomos para a cozinha e eu ajudei-a a arrumar a mesa, trocando a toalhinha de crochê por outra maior e ajeitando as xícaras e os talheres, enquanto ela providenciava alguns pãezinhos, bolachinhas, patês e café com leite. Sentamo-nos na mesa e eu fiquei de costas para a janela que dava para o corredor lateral da casa. De repente, eu ouvi um barulho do cadeado do portão da frente sendo aberto. Sandro me disse que eram os vizinhos do fundo que deveriam estar chegando. Para ir até a casa dos fundos eles teriam que passar bem na frente da janela da cozinha. Os vizinhos eram uma senhora de meia idade, desquitada, que morava com seu filho de dezessete anos. Ao passarem pelo corredor eles nos viram sentadas na mesa, mas como eu estava de costas para a janela, de vestido e com os cabelos soltos, eles apenas devem ter pensado que a vizinha da frente havia passado a tarde com uma amiga. Eu nunca fui exibicionista, mas não sei porquê, aquela pequena exposição pública estranhamente deu-me uma grande satisfação. Terminamos o nosso lanche e eu ajudei Sandro a arrumar a mesa. Eu já ia dizer para ela que eu iria me trocar para ir embora, mas Sandro me interrompeu, dizendo: "Me, hoje de manhã eu fui na videolocadora e peguei as fitas do Titanic. Fica mais um pouquinho comigo para assistirmos juntas, vai?"
Ela insistiu tanto e de uma forma tão dengosa que eu não pude recusar o convite, esquecendo completamente que o filme tem uma duração muito longa. Fomos para a sala e ela colocou a primeira fita no videocassete e depois veio sentar-se ao meu lado. Ficamos assistindo juntinhas, abraçadas como duas namoradas, trocando carícias enquanto as cenas se passavam na tela da televisão. Durante aquelas três horas praticamente não paramos de nos beijar. No final do filme, nós duas quase choramos juntas feito bobas, com aquele desfecho romântico, mas muito triste e que todos já conhecem. A fita começou a ser rebobinada automaticamente. Olhei para o relógio e levei um susto: já eram quase 23:30 hs.! Como eu iria fazer para ir embora agora? Mesmo que eu corresse o mais rápido que pudesse e chegasse até ao metrô antes da meia-noite, com certeza acabaria ficando sem condução no meio do caminho. Eu disse isso para a Sandro e ela ainda quis dar uma de engraçadinha comigo, dizendo que eu parecia uma Cinderela por ter que ir embora antes da meia-noite. Mas depois, ficou séria e disse que eu teria que dormir com ela naquela noite. Fiquei sem opção e percebi que realmente teria que ficar com Sandro e ir embora no outro dia de manhã, quando ela fosse para o trabalho. Mas para me vingar, impus uma condição: nós teríamos que tomar banho juntas!
Tive a certeza de que ela gostou desta imposição quando notei um sorriso maroto em seus lábios. Nós duas fomos juntas para o banheiro e tiramos nossas roupas. Sandro ligou o chuveiro e entrou debaixo do jato forte de água quente. Cheguei perto dela e passei a ensaboar todo o seu corpo, percorrendo com as minhas mãos cada centímetro quadrado daquela pele morena acetinada. Comecei pelos seus peitos generosos e depois fui descendo, passando pela barriguinha, até chegar nas coxas e no bumbum, deixando todo o seu corpo coberto de espuma. Ela pegou o sabonete e fez a mesma coisa comigo. Depois nós nos abraçamos e ficamos esfregando nossos corpos, com nossos lábios colados e sentindo a água escorrer até que toda a espuma se acabasse. Nós até poderíamos transar novamente naquele momento, mas já estávamos bastante satisfeitas e ficamos apenas nos carinhos. Sandro saiu do chuveiro e pegou a única toalha que havia no banheiro para se enxugar. Depois ela se enrolou na toalha e saiu em direção ao quarto, para se trocar. Eu continuei debaixo da água, para relaxar mais um pouco. Depois de alguns minutos, ela voltou com uma outra toalha para mim e trouxe também um baby-doll preto de seda dizendo que iria emprestá-lo para mim. Desliguei o chuveiro, enxuguei-me muito bem, sentindo que meu corpo estava macio e perfumado, vesti o baby-doll e fui para o quarto. Quando cheguei, Sandro já estava deitada e usava uma camisolinha de algodão cor-de-rosa com algumas rendinhas e estampada com suaves detalhes floridos. Eu deitei-me na cama ao seu lado, no lugar do seu marido. Nós duas ficamos uma de frente para a outra e nos olhamos por alguns instantes, sem dizer nenhuma palavra, apenas nos acariciando levemente. Dentro de uns poucos minutos nós pegamos no sono e começamos a dormir profundamente. Mas mesmo durante o sono, nossos cabelos soltos e entrelaçados se beijavam sobre as fronhas macias dos travesseiros...
No outro dia, acordamos bem cedo. Vesti a calça jeans e a camiseta com que eu havia chegado no dia anterior. Sandro arrumou-se para ir ao trabalho. Nós tomamos um café bastante rápido e saímos em direção ao ponto de ônibus. Depois, nos despedimos discretamente com três beijinhos no rosto, dentro de um vagão do metrô. Sandro foi para o salão e eu voltei para casa, tendo em minha memória as recordações de tudo o que havia acontecido.
Ficamos alguns dias sem nos falar. Depois de quase duas semanas, recebi com surpresa uma carta da minha amiga. Abri o envelope e vi que dentro dele havia uma das fotos que Sandro havia tirado de mim no dia em que ficamos juntas. A outra, provavelmente deve ter ficado com ela. Fiquei bastante contente, porque como Sandro havia me produzido direitinho naquele dia, eu até que fiquei bonitinha na fotografia. No verso, ela escreveu com sua caligrafia bonita e arredondada: "Para minha melhor amiga, Me, como prova de carinho. Beijos. Sandro."
Depois de tudo isso, nós duas nos falamos e nos encontramos muitas vezes e nos tornamos realmente grandes amigas, amigas de verdade. Sandro continua vivendo com seu marido e com sua filhinha. Hoje ela se sente bastante feliz, porque com alguns dos meus conselhos, conseguiu acertar os ponteiros com o maridinho e suas crises conjugais terminaram completamente.
Mas de vez em quando, quando surge uma oportunidade, ela sempre me telefona para batermos um papo e trocar algumas idéias e quando ela me diz: "Alô, Me, tudo bem? Aqui é a Sandro... Porquê você não vem na minha casa amanhã, para nós duas colocarmos as fofocas em dia?" - eu já sei que devo ir preparada para passar uma noite daquelas de tirar o fôlego de tanto sentir prazer...
Ai é? Então e se tu fosses mamar no caralho do teu avô, enquanto ele lambe a crica da tua mãe e ao mesmo tempo amanda uma bruta larada (miam) nas beiças da tua irmã? hã, boi?
Um pires de pontos negros
Um croquete de fístulas
Um rissol de carnicões
Iogurte de chulé com pedaços de unhas do pé
Bolo mil-crostas
Empadão de moscas varejeiras
Pastéis de pústulas
Arroz de caspa
Suco de langonha blenorrágica
Muco nasal de mendigo com tuberculose
Vomitei isto tudo.
Tudinho!
O meu lauto almoço, vejam bem!
Mas guardei tudo em boiões.
Para fazer açorda.
Mais tarde.
Açorda rica.
Schlép, schlép schlép!
Até lambo os dedos...
...dos pés...
...do Motumbo.
A langonha do Motumbo tem preteínas. Preteínas são proteínas de....
you know what i mean...
Mas eu agora olho para o Motumbo e já não sinto nada.
Nada!
Desculpem, eu não estou bem....
A Cyndy, mulher transexual, muito carinhosa com bumbum gostoso, está a pôr-me louco!
chOURIÇO
Expulse todas as informações da sua mente
Vamos jogar fora nossas alianças e roupas
Pois devemos estar
Exatamente como viemos ao mundo
Também nossos complexos, nossos ódios e traumas
Vamos ser felizes, tocando nossas mãos
Diante deste céu
Que nos ilumina
Pense no gesto maior
De sermos dois num só
Saia dos seus olhos por um segundo apenas
Vamos, num esforço, tentar fundir nossas cabeças
Abençoadas
Como queremos que seja
Deixe a sua energia, misture com a minha
Creia que somos os primeiros seres do planeta
Purificados
Deus salve seu novo filho
Que vamos conceber
Mas por trás
Já se sabe
Vai ser castanho, mole e sem esqueleto
E com nervos de bife
Eu conheço essa do boi, ò boi. Vê lá se não te descuidas tanto.
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CARTA ENCÍCLICA
DEUS CARITAS EST
DO SUMO PONTÍFICE
BENTO XVI
AOS BISPOS
AOS PRESBÍTEROS E AOS DIÁCONOS
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS
E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS
SOBRE O AMOR CRISTÃO
INTRODUÇÃO
1. « Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele » (1 Jo 4, 16). Estas palavras da I Carta de João exprimem, com singular clareza, o centro da fé cristã: a imagem cristã de Deus e também a consequente imagem do homem e do seu caminho. Além disso, no mesmo versículo, João oferece-nos, por assim dizer, uma fórmula sintética da existência cristã: « Nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem ».
Nós cremos no amor de Deus — deste modo pode o cristão exprimir a opção fundamental da sua vida. Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. No seu Evangelho, João tinha expressado este acontecimento com as palavras seguintes: « Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho único para que todo o que n'Ele crer (...) tenha a vida eterna » (3, 16). Com a centralidade do amor, a fé cristã acolheu o núcleo da fé de Israel e, ao mesmo tempo, deu a este núcleo uma nova profundidade e amplitude. O crente israelita, de facto, reza todos os dias com as palavras do Livro do Deuteronómio, nas quais sabe que está contido o centro da sua existência: « Escuta, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças » (6, 4-5). Jesus uniu — fazendo deles um único preceito — o mandamento do amor a Deus com o do amor ao próximo, contido no Livro do Levítico: « Amarás o teu próximo como a ti mesmo » (19, 18; cf. Mc 12, 29-31). Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um « mandamento », mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro.
Num mundo em que ao nome de Deus se associa às vezes a vingança ou mesmo o dever do ódio e da violência, esta é uma mensagem de grande actualidade e de significado muito concreto. Por isso, na minha primeira Encíclica, desejo falar do amor com que Deus nos cumula e que deve ser comunicado aos outros por nós. Estão assim indicadas as duas grandes partes que compõem esta Carta, profundamente conexas entre elas. A primeira terá uma índole mais especulativa, pois desejo — ao início do meu Pontificado — especificar nela alguns dados essenciais sobre o amor que Deus oferece de modo misterioso e gratuito ao homem, juntamente com o nexo intrínseco daquele Amor com a realidade do amor humano. A segunda parte terá um carácter mais concreto, porque tratará da prática eclesial do mandamento do amor ao próximo. O argumento aparece demasiado amplo; uma longa explanação, porém, não entra no objectivo da presente Encíclica. O meu desejo é insistir sobre alguns elementos fundamentais, para deste modo suscitar no mundo um renovado dinamismo de empenhamento na resposta humana ao amor divino.
I PARTE
A UNIDADE DO AMOR
NA CRIAÇÃO
E NA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
Um problema de linguagem
2. O amor de Deus por nós é questão fundamental para a vida e coloca questões decisivas sobre quem é Deus e quem somos nós. A tal propósito, o primeiro obstáculo que encontramos é um problema de linguagem. O termo « amor » tornou-se hoje uma das palavras mais usadas e mesmo abusadas, à qual associamos significados completamente diferentes. Embora o tema desta Encíclica se concentre sobre a questão da compreensão e da prática do amor na Sagrada Escritura e na Tradição da Igreja, não podemos prescindir pura e simplesmente do significado que esta palavra tem nas várias culturas e na linguagem actual.
Em primeiro lugar, recordemos o vasto campo semântico da palavra « amor »: fala-se de amor da pátria, amor à profissão, amor entre amigos, amor ao trabalho, amor entre pais e filhos, entre irmãos e familiares, amor ao próximo e amor a Deus. Em toda esta gama de significados, porém, o amor entre o homem e a mulher, no qual concorrem indivisivelmente corpo e alma e se abre ao ser humano uma promessa de felicidade que parece irresistível, sobressai como arquétipo de amor por excelência, de tal modo que, comparados com ele, à primeira vista todos os demais tipos de amor se ofuscam. Surge então a questão: todas estas formas de amor no fim de contas unificam-se sendo o amor, apesar de toda a diversidade das suas manifestações, em última instância um só, ou, ao contrário, utilizamos uma mesma palavra para indicar realidades totalmente diferentes?
« Eros » e « agape » – diferença e unidade
3. Ao amor entre homem e mulher, que não nasce da inteligência e da vontade mas de certa forma impõe-se ao ser humano, a Grécia antiga deu o nome de eros. Diga-se desde já que o Antigo Testamento grego usa só duas vezes a palavra eros, enquanto o Novo Testamento nunca a usa: das três palavras gregas relacionadas com o amor — eros, philia (amor de amizade) e agape — os escritos neo-testamentários privilegiam a última, que, na linguagem grega, era quase posta de lado. Quanto ao amor de amizade (philia), este é retomado com um significado mais profundo no Evangelho de João para exprimir a relação entre Jesus e os seus discípulos. A marginalização da palavra eros, juntamente com a nova visão do amor que se exprime através da palavra agape, denota sem dúvida, na novidade do cristianismo, algo de essencial e próprio relativamente à compreensão do amor. Na crítica ao cristianismo que se foi desenvolvendo com radicalismo crescente a partir do iluminismo, esta novidade foi avaliada de forma absolutamente negativa. Segundo Friedrich Nietzsche, o cristianismo teria dado veneno a beber ao eros, que, embora não tivesse morrido, daí teria recebido o impulso para degenerar em vício. [1] Este filósofo alemão exprimia assim uma sensação muito generalizada: com os seus mandamentos e proibições, a Igreja não nos torna porventura amarga a coisa mais bela da vida? Porventura não assinala ela proibições precisamente onde a alegria, preparada para nós pelo Criador, nos oferece uma felicidade que nos faz pressentir algo do Divino?
4. Mas, será mesmo assim? O cristianismo destruiu verdadeiramente o eros? Vejamos o mundo pré-cristão. Os gregos — aliás de forma análoga a outras culturas — viram no eros sobretudo o inebriamento, a subjugação da razão por parte duma « loucura divina » que arranca o homem das limitações da sua existência e, neste estado de transtorno por uma força divina, faz-lhe experimentar a mais alta beatitude. Deste modo, todas as outras forças quer no céu quer na terra resultam de importância secundária: « Omnia vincit amor — o amor tudo vence », afirma Virgílio nas Bucólicas e acrescenta: « et nos cedamus amori — rendamo-nos também nós ao amor ». [2] Nas religiões, esta posição traduziu-se nos cultos da fertilidade, aos quais pertence a prostituição « sagrada » que prosperava em muitos templos. O eros foi, pois, celebrado como força divina, como comunhão com o Divino.
A esta forma de religião, que contrasta como uma fortíssima tentação com a fé no único Deus, o Antigo Testamento opôs-se com a maior firmeza, combatendo-a como perversão da religiosidade. Ao fazê-lo, porém, não rejeitou de modo algum o eros enquanto tal, mas declarou guerra à sua subversão devastadora, porque a falsa divinização do eros, como aí se verifica, priva-o da sua dignidade, desumaniza-o. De facto, no templo, as prostitutas, que devem dar o inebriamento do Divino, não são tratadas como seres humanos e pessoas, mas servem apenas como instrumentos para suscitar a « loucura divina »: na realidade, não são deusas, mas pessoas humanas de quem se abusa. Por isso, o eros inebriante e descontrolado não é subida, « êxtase » até ao Divino, mas queda, degradação do homem. Fica assim claro que o eros necessita de disciplina, de purificação para dar ao homem, não o prazer de um instante, mas uma certa amostra do vértice da existência, daquela beatitude para que tende todo o nosso ser.
5. Dois dados resultam claramente desta rápida visão sobre a concepção do eros na história e na actualidade. O primeiro é que entre o amor e o Divino existe qualquer relação: o amor promete infinito, eternidade — uma realidade maior e totalmente diferente do dia-a-dia da nossa existência. E o segundo é que o caminho para tal meta não consiste em deixar-se simplesmente subjugar pelo instinto. São necessárias purificações e amadurecimentos, que passam também pela estrada da renúncia. Isto não é rejeição do eros, não é o seu « envenenamento », mas a cura em ordem à sua verdadeira grandeza.
Isto depende primariamente da constituição do ser humano, que é composto de corpo e alma. O homem torna-se realmente ele mesmo, quando corpo e alma se encontram em íntima unidade; o desafio do eros pode considerar-se verdadeiramente superado, quando se consegue esta unificação. Se o homem aspira a ser somente espírito e quer rejeitar a carne como uma herança apenas animalesca, então espírito e corpo perdem a sua dignidade. E se ele, por outro lado, renega o espírito e consequentemente considera a matéria, o corpo, como realidade exclusiva, perde igualmente a sua grandeza. O epicurista Gassendi, gracejando, cumprimentava Descartes com a saudação: « Ó Alma! ». E Descartes replicava dizendo: « Ó Carne! ». [3] Mas, nem o espírito ama sozinho, nem o corpo: é o homem, a pessoa, que ama como criatura unitária, de que fazem parte o corpo e a alma. Somente quando ambos se fundem verdadeiramente numa unidade, é que o homem se torna plenamente ele próprio. Só deste modo é que o amor — o eros — pode amadurecer até à sua verdadeira grandeza.
Hoje não é raro ouvir censurar o cristianismo do passado por ter sido adversário da corporeidade; a realidade é que sempre houve tendências neste sentido. Mas o modo de exaltar o corpo, a que assistimos hoje, é enganador. O eros degradado a puro « sexo » torna-se mercadoria, torna-se simplesmente uma « coisa » que se pode comprar e vender; antes, o próprio homem torna-se mercadoria. Na realidade, para o homem, isto não constitui propriamente uma grande afirmação do seu corpo. Pelo contrário, agora considera o corpo e a sexualidade como a parte meramente material de si mesmo a usar e explorar com proveito. Uma parte, aliás, que ele não vê como um âmbito da sua liberdade, mas antes como algo que, a seu modo, procura tornar simultaneamente agradável e inócuo. Na verdade, encontramo-nos diante duma degradação do corpo humano, que deixa de estar integrado no conjunto da liberdade da nossa existência, deixa de ser expressão viva da totalidade do nosso ser, acabando como que relegado para o campo puramente biológico. A aparente exaltação do corpo pode bem depressa converter-se em ódio à corporeidade. Ao contrário, a fé cristã sempre considerou o homem como um ser uni-dual, em que espírito e matéria se compenetram mutuamente, experimentando ambos precisamente desta forma uma nova nobreza. Sim, o eros quer-nos elevar « em êxtase » para o Divino, conduzir-nos para além de nós próprios, mas por isso mesmo requer um caminho de ascese, renúncias, purificações e saneamentos.
6. Concretamente, como se deve configurar este caminho de ascese e purificação? Como deve ser vivido o amor, para que se realize plenamente a sua promessa humana e divina? Uma primeira indicação importante, podemos encontrá-la no Cântico dos Cânticos, um dos livros do Antigo Testamento bem conhecido dos místicos. Segundo a interpretação hoje predominante, as poesias contidas neste livro são originalmente cânticos de amor, talvez previstos para uma festa israelita de núpcias, na qual deviam exaltar o amor conjugal. Neste contexto, é muito elucidativo o facto de, ao longo do livro, se encontrarem duas palavras distintas para designar o « amor ». Primeiro, aparece a palavra « dodim », um plural que exprime o amor ainda inseguro, numa situação de procura indeterminada. Depois, esta palavra é substituída por « ahabà », que, na versão grega do Antigo Testamento, é traduzida pelo termo de som semelhante « agape », que se tornou, como vimos, o termo característico para a concepção bíblica do amor. Em contraposição ao amor indeterminado e ainda em fase de procura, este vocábulo exprime a experiência do amor que agora se torna verdadeiramente descoberta do outro, superando assim o carácter egoísta que antes claramente prevalecia. Agora o amor torna-se cuidado do outro e pelo outro. Já não se busca a si próprio, não busca a imersão no inebriamento da felicidade; procura, ao invés, o bem do amado: torna-se renúncia, está disposto ao sacrifício, antes procura-o.
Faz parte da evolução do amor para níveis mais altos, para as suas íntimas purificações, que ele procure agora o carácter definitivo, e isto num duplo sentido: no sentido da exclusividade — « apenas esta única pessoa » — e no sentido de ser « para sempre ». O amor compreende a totalidade da existência em toda a sua dimensão, inclusive a temporal. Nem poderia ser de outro modo, porque a sua promessa visa o definitivo: o amor visa a eternidade. Sim, o amor é « êxtase »; êxtase, não no sentido de um instante de inebriamento, mas como caminho, como êxodo permanente do eu fechado em si mesmo para a sua libertação no dom de si e, precisamente dessa forma, para o reencontro de si mesmo, mais ainda para a descoberta de Deus: « Quem procurar salvaguardar a vida, perdê-la-á, e quem a perder, conservá-la-á » (Lc 17, 33) — disse Jesus; afirmação esta que se encontra nos Evangelhos com diversas variantes (cf. Mt 10, 39; 16, 25; Mc 8, 35; Lc 9, 24; Jo 12, 25). Assim descreve Jesus o seu caminho pessoal, que O conduz, através da cruz, à ressurreição: o caminho do grão de trigo que cai na terra e morre e assim dá muito fruto. Partindo do centro do seu sacrifício pessoal e do amor que aí alcança a sua plenitude, Ele, com tais palavras, descreve também a essência do amor e da existência humana em geral.
7. Inicialmente mais filosóficas, as nossas reflexões sobre a essência do amor conduziram-nos agora, pela sua dinâmica interior, à fé bíblica. Ao princípio, colocou-se o problema de saber se os vários, ou melhor opostos, significados da palavra amor subentenderiam no fundo uma certa unidade entre eles ou se deveriam ficar desligados um ao lado do outro. Mas, acima de tudo, surgiu a questão seguinte: se a mensagem sobre o amor, que nos é anunciada pela Bíblia e pela Tradição da Igreja, teria algo a ver com a experiência humana comum do amor ou se, pelo contrário, se opusesse a ela. A este respeito, fomos dar com duas palavras fundamentais: eros como termo para significar o amor « mundano » e agape como expressão do amor fundado sobre a fé e por ela plasmado. As duas concepções aparecem frequentemente contrapostas como amor « ascendente » e amor « descendente ». Existem outras classificações afins como, por exemplo, a distinção entre amor possessivo e amor oblativo (amor concupiscentiæ – amor benevolentiæ), à qual, às vezes, se acrescenta ainda o amor que procura o próprio interesse.
No debate filosófico e teológico, estas distinções foram muitas vezes radicalizadas até ao ponto de as colocar em contraposição: tipicamente cristão seria o amor descendente, oblativo, ou seja, a agape; ao invés, a cultura não cristã, especialmente a grega, caracterizar-se-ia pelo amor ascendente, ambicioso e possessivo, ou seja, pelo eros. Se se quisesse levar ao extremo esta antítese, a essência do cristianismo terminaria desarticulada das relações básicas e vitais da existência humana e constituiria um mundo independente, considerado talvez admirável, mas decididamente separado do conjunto da existência humana. Na realidade, eros e agape — amor ascendente e amor descendente — nunca se deixam separar completamente um do outro. Quanto mais os dois encontrarem a justa unidade, embora em distintas dimensões, na única realidade do amor, tanto mais se realiza a verdadeira natureza do amor em geral. Embora o eros seja inicialmente sobretudo ambicioso, ascendente — fascinação pela grande promessa de felicidade — depois, à medida que se aproxima do outro, far-se-á cada vez menos perguntas sobre si próprio, procurará sempre mais a felicidade do outro, preocupar-se-á cada vez mais dele, doar-se-á e desejará « existir para » o outro. Assim se insere nele o momento da agape; caso contrário, o eros decai e perde mesmo a sua própria natureza. Por outro lado, o homem também não pode viver exclusivamente no amor oblativo, descendente. Não pode limitar-se sempre a dar, deve também receber. Quem quer dar amor, deve ele mesmo recebê-lo em dom. Certamente, o homem pode — como nos diz o Senhor — tornar-se uma fonte donde correm rios de água viva (cf. Jo 7, 37-38); mas, para se tornar semelhante fonte, deve ele mesmo beber incessantemente da fonte primeira e originária que é Jesus Cristo, de cujo coração trespassado brota o amor de Deus (cf. Jo 19, 34).
Os Padres viram simbolizada de várias maneiras, na narração da escada de Jacob, esta conexão indivisível entre subida e descida, entre o eros que procura Deus e a agape que transmite o dom recebido. Naquele texto bíblico refere-se que o patriarca Jacob num sonho viu, assente na pedra que lhe servia de travesseiro, uma escada que chegava até ao céu, pela qual subiam e desciam os anjos de Deus (cf. Gn 28, 12; Jo 1, 51). Particularmente interessante é a interpretação que dá o Papa Gregório Magno desta visão, na sua Regra pastoral. O bom pastor — diz ele — deve estar radicado na contemplação. De facto, só assim lhe será possível acolher de tal modo no seu íntimo as necessidades dos outros, que estas se tornem suas: « per pietatis viscera in se infirmitatem cæterorum transferat ». [4] Neste contexto, São Gregório alude a São Paulo que foi arrebatado para as alturas até aos maiores mistérios de Deus e precisamente desta forma, quando desce, é capaz de fazer-se tudo para todos (cf. 2 Cor 12, 2-4; 1 Cor 9, 22). Além disso, indica o exemplo de Moisés que repetidamente entra na tenda sagrada, permanecendo em diálogo com Deus para poder assim, a partir de Deus, estar à disposição do seu povo. « Dentro [da tenda] arrebatado até às alturas mediante a contemplação, fora [da tenda] deixa-se encalçar pelo peso dos que sofrem: Intus in contemplationem rapitur, foris infirmantium negotiis urgetur ». [5]
8. Encontramos, assim, uma primeira resposta, ainda bastante genérica, para as duas questões atrás expostas: no fundo, o « amor » é uma única realidade, embora com distintas dimensões; caso a caso, pode uma ou outra dimensão sobressair mais. Mas, quando as duas dimensões se separam completamente uma da outra, surge uma caricatura ou, de qualquer modo, uma forma redutiva do amor. E vimos sinteticamente também que a fé bíblica não constrói um mundo paralelo ou um mundo contraposto àquele fenómeno humano originário que é o amor, mas aceita o homem por inteiro intervindo na sua busca de amor para purificá-la, desvendando-lhe ao mesmo tempo novas dimensões. Esta novidade da fé bíblica manifesta-se sobretudo em dois pontos que merecem ser sublinhados: a imagem de Deus e a imagem do homem.
A novidade da fé bíblica
9. Antes de mais nada, temos a nova imagem de Deus. Nas culturas que circundam o mundo da Bíblia, a imagem de deus e dos deuses permanece, tudo somado, pouco clara e em si mesma contraditória. No itinerário da fé bíblica, ao invés, vai-se tornando cada vez mais claro e unívoco aquilo que a oração fundamental de Israel, o Shema, resume nestas palavras: « Escuta, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! » (Dt 6, 4). Existe um único Deus, que é o Criador do céu e da terra, e por isso é também o Deus de todos os homens. Dois factos se singularizam neste esclarecimento: que verdadeiramente todos os outros deuses não são Deus e que toda a realidade onde vivemos se deve a Deus, é criada por Ele. Certamente a ideia de uma criação existe também alhures, mas só aqui aparece perfeitamente claro que não um deus qualquer, mas o único Deus verdadeiro, Ele mesmo, é o autor de toda a realidade; esta provém da força da sua Palavra criadora. Isto significa que esta sua criatura Lhe é querida, precisamente porque foi desejada por Ele mesmo, foi « feita » por Ele. E assim aparece agora o segundo elemento importante: este Deus ama o homem. A força divina que Aristóteles, no auge da filosofia grega, procurou individuar mediante a reflexão, é certamente para cada ser objecto do desejo e do amor — como realidade amada esta divindade move o mundo [6] —, mas ela mesma não necessita de nada e não ama, é somente amada. Ao contrário, o único Deus em que Israel crê, ama pessoalmente. Além disso, o seu amor é um amor de eleição: entre todos os povos, Ele escolhe Israel e ama-o — mas com a finalidade de curar, precisamente deste modo, a humanidade inteira. Ele ama, e este seu amor pode ser qualificado sem dúvida como eros, que no entanto é totalmente agape também. [7]
Sobretudo os profetas Oseias e Ezequiel descreveram esta paixão de Deus pelo seu povo, com arrojadas imagens eróticas. A relação de Deus com Israel é ilustrada através das metáforas do noivado e do matrimónio; consequentemente, a idolatria é adultério e prostituição. Assim, se alude concretamente — como vimos — aos cultos da fertilidade com o seu abuso do eros, mas ao mesmo tempo é descrita também a relação de fidelidade entre Israel e o seu Deus. A história de amor de Deus com Israel consiste, na sua profundidade, no facto de que Ele dá a Torah, isto é, abre os olhos a Israel sobre a verdadeira natureza do homem e indica-lhe a estrada do verdadeiro humanismo. Por seu lado, o homem, vivendo na fidelidade ao único Deus, sente-se a si próprio como aquele que é amado por Deus e descobre a alegria na verdade, na justiça — a alegria em Deus que Se torna a sua felicidade essencial: « Quem terei eu nos céus? Além de Vós, nada mais anseio sobre a terra (...). O meu bem é estar perto de Deus » (Sal 73/72, 25.28).
10. O eros de Deus pelo homem — como dissemos — é ao mesmo tempo totalmente agape. E não só porque é dado de maneira totalmente gratuita, sem mérito algum precedente, mas também porque é amor que perdoa. Sobretudo Oseias mostra-nos a dimensão da agape no amor de Deus pelo homem, que supera largamente o aspecto da gratuidade. Israel cometeu « adultério », rompeu a Aliança; Deus deveria julgá-lo e repudiá-lo. Mas precisamente aqui se revela que Deus é Deus, e não homem: « Como te abandonarei, ó Efraim? Entregar-te-ei, ó Israel? O meu coração dá voltas dentro de mim, comove-se a minha compaixão. Não desafogarei o furor da minha cólera, não destruirei Efraim; porque sou Deus e não um homem, sou Santo no meio de ti » (Os 11, 8-9). O amor apaixonado de Deus pelo seu povo — pelo homem — é ao mesmo tempo um amor que perdoa. E é tão grande, que chega a virar Deus contra Si próprio, o seu amor contra a sua justiça. Nisto, o cristão vê já esboçar-se veladamente o mistério da Cruz: Deus ama tanto o homem que, tendo-Se feito Ele próprio homem, segue-o até à morte e, deste modo, reconcilia justiça e amor.
O aspecto filosófico e histórico-religioso saliente nesta visão da Bíblia é o facto de, por um lado, nos encontrarmos diante de uma imagem estritamente metafísica de Deus: Deus é absolutamente a fonte originária de todo o ser; mas este princípio criador de todas as coisas — o Logos, a razão primordial — é, ao mesmo tempo, um amante com toda a paixão de um verdadeiro amor. Deste modo, o eros é enobrecido ao máximo, mas simultaneamente tão purificado que se funde com a agape. Daqui podemos compreender por que a recepção do Cântico dos Cânticos no cânone da Sagrada Escritura tenha sido bem cedo explicada no sentido de que aqueles cânticos de amor, no fundo, descreviam a relação de Deus com o homem e do homem com Deus. E, assim, o referido livro tornou-se, tanto na literatura cristã como na judaica, uma fonte de conhecimento e de experiência mística em que se exprime a essência da fé bíblica: na verdade, existe uma unificação do homem com Deus — o sonho originário do homem —, mas esta unificação não é confundir-se, um afundar no oceano anónimo do Divino; é unidade que cria amor, na qual ambos — Deus e o homem — permanecem eles mesmos mas tornando-se plenamente uma coisa só: « Aquele, porém, que se une ao Senhor constitui, com Ele, um só espírito » — diz São Paulo (1 Cor 6, 17).
11. Como vimos, a primeira novidade da fé bíblica consiste na imagem de Deus; a segunda, essencialmente ligada a ela, encontramo-la na imagem do homem. A narração bíblica da criação fala da solidão do primeiro homem, Adão, querendo Deus pôr a seu lado um auxílio. Dentre todas as criaturas, nenhuma pôde ser para o homem aquela ajuda de que necessita, apesar de ter dado um nome a todos os animais selvagens e a todas as aves, integrando-os assim no contexto da sua vida. Então, de uma costela do homem, Deus plasma a mulher. Agora Adão encontra a ajuda de que necessita: « Esta é, realmente, osso dos meus ossos e carne da minha carne » (Gn 2, 23). Na base desta narração, é possível entrever concepções semelhantes às que aparecem, por exemplo, no mito referido por Platão, segundo o qual o homem originariamente era esférico, porque completo em si mesmo e auto-suficiente. Mas, como punição pela sua soberba, foi dividido ao meio por Zeus, de tal modo que agora sempre anseia pela outra sua metade e caminha para ela a fim de reencontrar a sua globalidade. [8] Na narração bíblica, não se fala de punição; porém, a ideia de que o homem de algum modo esteja incompleto, constitutivamente a caminho a fim de encontrar no outro a parte que falta para a sua totalidade, isto é, a ideia de que, só na comunhão com o outro sexo, possa tornar-se « completo », está sem dúvida presente. E, deste modo, a narração bíblica conclui com uma profecia sobre Adão: « Por este motivo, o homem deixará o pai e a mãe para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne » (Gn 2, 24).
Aqui há dois aspectos importantes: primeiro, o eros está de certo modo enraizado na própria natureza do homem; Adão anda à procura e « deixa o pai e a mãe » para encontrar a mulher; só no seu conjunto é que representam a totalidade humana, tornam-se « uma só carne ». Não menos importante é o segundo aspecto: numa orientação baseada na criação, o eros impele o homem ao matrimónio, a uma ligação caracterizada pela unicidade e para sempre; deste modo, e somente assim, é que se realiza a sua finalidade íntima. À imagem do Deus monoteísta corresponde o matrimónio monogâmico. O matrimónio baseado num amor exclusivo e definitivo torna-se o ícone do relacionamento de Deus com o seu povo e, vice-versa, o modo de Deus amar torna-se a medida do amor humano. Esta estreita ligação entre eros e matrimónio na Bíblia quase não encontra paralelos literários fora da mesma.
Jesus Cristo – o amor encarnado de Deus
12. Apesar de termos falado até agora prevalentemente do Antigo Testamento, já se deixou clara a íntima compenetração dos dois Testamentos como única Escritura da fé cristã. A verdadeira novidade do Novo Testamento não reside em novas ideias, mas na própria figura de Cristo, que dá carne e sangue aos conceitos — um incrível realismo. Já no Antigo Testamento a novidade bíblica não consistia simplesmente em noções abstratas, mas na acção imprevisível e, de certa forma, inaudita de Deus. Esta acção de Deus ganha agora a sua forma dramática devido ao facto de que, em Jesus Cristo, o próprio Deus vai atrás da « ovelha perdida », a humanidade sofredora e transviada. Quando Jesus fala, nas suas parábolas, do pastor que vai atrás da ovelha perdida, da mulher que procura a dracma, do pai que sai ao encontro do filho pródigo e o abraça, não se trata apenas de palavras, mas constituem a explicação do seu próprio ser e agir. Na sua morte de cruz, cumpre-se aquele virar-se de Deus contra Si próprio, com o qual Ele Se entrega para levantar o homem e salvá-lo — o amor na sua forma mais radical. O olhar fixo no lado trespassado de Cristo, de que fala João (cf. 19, 37), compreende o que serviu de ponto de partida a esta Carta Encíclica: « Deus é amor » (1 Jo 4, 8). É lá que esta verdade pode ser contemplada. E começando de lá, pretende-se agora definir em que consiste o amor. A partir daquele olhar, o cristão encontra o caminho do seu viver e amar.
13. Jesus deu a este acto de oferta uma presença duradoura através da instituição da Eucaristia durante a Última Ceia. Antecipa a sua morte e ressurreição entregando-Se já naquela hora aos seus discípulos, no pão e no vinho, a Si próprio, ao seu corpo e sangue como novo maná (cf. Jo 6, 31-33). Se o mundo antigo tinha sonhado que, no fundo, o verdadeiro alimento do homem — aquilo de que este vive enquanto homem — era o Logos, a sabedoria eterna, agora este Logos tornou-Se verdadeiramente alimento para nós — como amor. A Eucaristia arrasta-nos no acto oblativo de Jesus. Não é só de modo estático que recebemos o Logos encarnado, mas ficamos envolvidos na dinâmica da sua doação. A imagem do matrimónio entre Deus e Israel torna-se realidade de um modo anteriormente inconcebível: o que era um estar na presença de Deus torna-se agora, através da participação na doação de Jesus, comunhão no seu corpo e sangue, torna-se união. A « mística » do Sacramento, que se funda no abaixamento de Deus até nós, é de um alcance muito diverso e conduz muito mais alto do que qualquer mística elevação do homem poderia realizar.
14. Temos agora de prestar atenção a outro aspecto: a « mística » do Sacramento tem um carácter social, porque, na comunhão sacramental, eu fico unido ao Senhor como todos os demais comungantes: « Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão » — diz São Paulo (1 Cor 10, 17). A união com Cristo é, ao mesmo tempo, união com todos os outros aos quais Ele Se entrega. Eu não posso ter Cristo só para mim; posso pertencer-Lhe somente unido a todos aqueles que se tornaram ou tornarão Seus. A comunhão tira-me para fora de mim mesmo projectando-me para Ele e, deste modo, também para a união com todos os cristãos. Tornamo-nos « um só corpo », fundidos todos numa única existência. O amor a Deus e o amor ao próximo estão agora verdadeiramente juntos: o Deus encarnado atrai-nos todos a Si. Assim se compreende por que o termo agape se tenha tornado também um nome da Eucaristia: nesta a agape de Deus vem corporalmente a nós, para continuar a sua acção em nós e através de nós. Só a partir desta fundamentação cristológico-sacramental é que se pode entender correctamente o ensinamento de Jesus sobre o amor. A passagem que Ele faz realizar da Lei e dos Profetas ao duplo mandamento do amor a Deus e ao próximo, a derivação de toda a vida de fé da centralidade deste preceito não é uma simples moral que possa, depois, subsistir autonomamente ao lado da fé em Cristo e da sua re-actualização no Sacramento: fé, culto e ethos compenetram-se mutuamente como uma única realidade que se configura no encontro com a agape de Deus. Aqui, a habitual contraposição entre culto e ética simplesmente desaparece. No próprio « culto », na comunhão eucarística, está contido o ser amado e o amar, por sua vez, os outros. Uma Eucaristia que não se traduza em amor concretamente vivido, é em si mesma fragmentária. Por outro lado — como adiante havemos de considerar de modo mais detalhado — o « mandamento » do amor só se torna possível porque não é mera exigência: o amor pode ser « mandado », porque antes nos é dado.
15. É a partir deste princípio que devem ser entendidas também as grandes parábolas de Jesus. O rico avarento (cf. Lc 16, 19-31) implora, do lugar do suplício, que os seus irmãos sejam informados sobre o que acontece a quem levianamente ignorou o pobre que passava necessidade. Jesus recolhe, por assim dizer, aquele grito de socorro e repete-o para nos acautelar e reconduzir ao bom caminho. A parábola do bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37) leva a dois esclarecimentos importantes. Enquanto o conceito de « próximo », até então, se referia essencialmente aos concidadãos e aos estrangeiros que se tinham estabelecido na terra de Israel, ou seja, à comunidade solidária de um país e de um povo, agora este limite é abolido. Qualquer um que necessite de mim e eu possa ajudá-lo, é o meu próximo. O conceito de próximo fica universalizado, sem deixar todavia de ser concreto. Apesar da sua extensão a todos os homens, não se reduz à expressão de um amor genérico e abstracto, em si mesmo pouco comprometedor, mas requer o meu empenho prático aqui e agora. Continua a ser tarefa da Igreja interpretar sempre de novo esta ligação entre distante e próximo na vida prática dos seus membros. É preciso, enfim, recordar de modo particular a grande parábola do Juízo final (cf. Mt 25, 31-46), onde o amor se torna o critério para a decisão definitiva sobre o valor ou a inutilidade duma vida humana. Jesus identifica-Se com os necessitados: famintos, sedentos, forasteiros, nus, enfermos, encarcerados. « Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes » (Mt 25, 40). Amor a Deus e amor ao próximo fundem-se num todo: no mais pequenino, encontramos o próprio Jesus e, em Jesus, encontramos Deus.
Amor a Deus e amor ao próximo
16. Depois de termos reflectido sobre a essência do amor e o seu significado na fé bíblica, resta uma dupla pergunta a propósito do nosso comportamento. A primeira: é realmente possível amar a Deus, mesmo sem O ver? E a outra: o amor pode ser mandado? Contra o duplo mandamento do amor, existe uma dupla objecção que se faz sentir nestas perguntas: ninguém jamais viu a Deus — como poderemos amá-Lo? Mais: o amor não pode ser mandado; é, em definitivo, um sentimento que pode existir ou não, mas não pode ser criado pela vontade. A Escritura parece dar o seu aval à primeira objecção, quando afirma: « Se alguém disser: "Eu amo a Deus", mas odiar a seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama a seu irmão ao qual vê, como pode amar a Deus, que não vê? » (1 Jo 4, 20). Este texto, porém, não exclui de modo algum o amor de Deus como algo impossível; pelo contrário, em todo o contexto da I Carta de João agora citada, tal amor é explicitamente requerido. Nela se destaca o nexo indivisível entre o amor a Deus e o amor ao próximo: um exige tão estreitamente o outro que a afirmação do amor a Deus se torna uma mentira, se o homem se fechar ao próximo ou, inclusive, o odiar. O citado versículo joanino deve, antes, ser interpretado no sentido de que o amor ao próximo é uma estrada para encontrar também a Deus, e que o fechar os olhos diante do próximo torna cegos também diante de Deus.
17. Com efeito, ninguém jamais viu a Deus tal como Ele é em Si mesmo. E, contudo, Deus não nos é totalmente invisível, não se deixou ficar pura e simplesmente inacessível a nós. Deus amou-nos primeiro — diz a Carta de João citada (cf. 4, 10) — e este amor de Deus apareceu no meio de nós, fez-se visível quando Ele « enviou o seu Filho unigénito ao mundo, para que, por Ele, vivamos » (1 Jo 4, 9). Deus fez-Se visível: em Jesus, podemos ver o Pai (cf. Jo 14, 9). Existe, com efeito, uma múltipla visibilidade de Deus. Na história de amor que a Bíblia nos narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos — até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até às aparições do Ressuscitado e às grandes obras pelas quais Ele, através da acção dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente. Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de homens nos quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia. Na liturgia da Igreja, na sua oração, na comunidade viva dos crentes, nós experimentamos o amor de Deus, sentimos a sua presença e aprendemos deste modo também a reconhecê-la na nossa vida quotidiana. Ele amou-nos primeiro, e continua a ser o primeiro a amar-nos; por isso, também nós podemos responder com o amor. Deus não nos ordena um sentimento que não possamos suscitar em nós próprios. Ele ama-nos, faz-nos ver e experimentar o seu amor, e desta « antecipação » de Deus pode, como resposta, despontar também em nós o amor.
No desenrolar deste encontro, revela-se com clareza que o amor não é apenas um sentimento. Os sentimentos vão e vêm. O sentimento pode ser uma maravilhosa centelha inicial, mas não é a totalidade do amor. Ao início, falámos do processo das purificações e amadurecimentos, pelos quais o eros se torna plenamente ele mesmo, se torna amor no significado cabal da palavra. É próprio da maturidade do amor abranger todas as potencialidades do homem e incluir, por assim dizer, o homem na sua totalidade. O encontro com as manifestações visíveis do amor de Deus pode suscitar em nós o sentimento da alegria, que nasce da experiência de ser amados. Tal encontro, porém, chama em causa também a nossa vontade e o nosso intelecto. O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d'Ele une intelecto, vontade e sentimento no acto globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente em caminho: o amor nunca está « concluído » e completado; transforma-se ao longo da vida, amadurece e, por isso mesmo, permanece fiel a si próprio. Idem velle atque idem nolle [9] — querer a mesma coisa e rejeitar a mesma coisa é, segundo os antigos, o autêntico conteúdo do amor: um tornar-se semelhante ao outro, que leva à união do querer e do pensar. A história do amor entre Deus e o homem consiste precisamente no facto de que esta comunhão de vontade cresce em comunhão de pensamento e de sentimento e, assim, o nosso querer e a vontade de Deus coincidem cada vez mais: a vontade de Deus deixa de ser para mim uma vontade estranha que me impõem de fora os mandamentos, mas é a minha própria vontade, baseada na experiência de que realmente Deus é mais íntimo a mim mesmo de quanto o seja eu próprio. [10] Cresce então o abandono em Deus, e Deus torna-Se a nossa alegria (cf. Sal 73/72, 23-28).
18. Revela-se, assim, como possível o amor ao próximo no sentido enunciado por Jesus, na Bíblia. Consiste precisamente no facto de que eu amo, em Deus e com Deus, a pessoa que não me agrada ou que nem conheço sequer. Isto só é possível realizar-se a partir do encontro íntimo com Deus, um encontro que se tornou comunhão de vontade, chegando mesmo a tocar o sentimento. Então aprendo a ver aquela pessoa já não somente com os meus olhos e sentimentos, mas segundo a perspectiva de Jesus Cristo. O seu amigo é meu amigo. Para além do aspecto exterior do outro, dou-me conta da sua expectativa interior de um gesto de amor, de atenção, que eu não lhe faço chegar somente através das organizações que disso se ocupam, aceitando-o talvez por necessidade política. Eu vejo com os olhos de Cristo e posso dar ao outro muito mais do que as coisas externamente necessárias: posso dar-lhe o olhar de amor de que ele precisa. Aqui se vê a interacção que é necessária entre o amor a Deus e o amor ao próximo, de que fala com tanta insistência a I Carta de João. Se na minha vida falta totalmente o contacto com Deus, posso ver no outro sempre e apenas o outro e não consigo reconhecer nele a imagem divina. Mas, se na minha vida negligencio completamente a atenção ao outro, importando-me apenas com ser « piedoso » e cumprir os meus « deveres religiosos », então definha também a relação com Deus. Neste caso, trata-se duma relação « correcta », mas sem amor. Só a minha disponibilidade para ir ao encontro do próximo e demonstrar-lhe amor é que me torna sensível também diante de Deus. Só o serviço ao próximo é que abre os meus olhos para aquilo que Deus faz por mim e para o modo como Ele me ama. Os Santos — pensemos, por exemplo, na Beata Teresa de Calcutá — hauriram a sua capacidade de amar o próximo, de modo sempre renovado, do seu encontro com o Senhor eucarístico e, vice-versa, este encontro ganhou o seu realismo e profundidade precisamente no serviço deles aos outros. Amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis, constituem um único mandamento. Mas, ambos vivem do amor preveniente com que Deus nos amou primeiro. Deste modo, já não se trata de um « mandamento » que do exterior nos impõe o impossível, mas de uma experiência do amor proporcionada do interior, um amor que, por sua natureza, deve ser ulteriormente comunicado aos outros. O amor cresce através do amor. O amor é « divino », porque vem de Deus e nos une a Deus, e, através deste processo unificador, transforma-nos em um Nós, que supera as nossas divisões e nos faz ser um só, até que, no fim, Deus seja « tudo em todos » (1 Cor 15, 28).
II PARTE
CARITAS – A PRÁTICA DO AMOR
PELA IGREJA
ENQUANTO « COMUNIDADE DE AMOR »
A caridade da Igreja como manifestação do amor trinitário
19. « Se vês a caridade, vês a Trindade » — escrevia Santo Agostinho. [11] Ao longo das reflexões anteriores, pudemos fixar o nosso olhar no Trespassado (cf. Jo 19, 37; Zc 12, 10), reconhecendo o desígnio do Pai que, movido pelo amor (cf. Jo 3, 16), enviou o Filho unigénito ao mundo para redimir o homem. Quando morreu na cruz, Jesus — como indica o evangelista — « entregou o Espírito » (cf. Jo 19, 30), prelúdio daquele dom do Espírito Santo que Ele havia de realizar depois da ressurreição (cf. Jo 20, 22). Desde modo, se actuaria a promessa dos « rios de água viva » que, graças à efusão do Espírito, haviam de emanar do coração dos crentes (cf. Jo 7, 38-39). De facto, o Espírito é aquela força interior que harmoniza seus corações com o coração de Cristo e leva-os a amar os irmãos como Ele os amou, quando Se inclinou para lavar os pés dos discípulos (cf. Jo 13, 1-13) e sobretudo quando deu a sua vida por todos (cf. Jo 13, 1; 15, 13).
O Espírito é também força que transforma o coração da comunidade eclesial, para ser, no mundo, testemunha do amor do Pai, que quer fazer da humanidade uma única família, em seu Filho. Toda a actividade da Igreja é manifestação dum amor que procura o bem integral do homem: procura a sua evangelização por meio da Palavra e dos Sacramentos, empreendimento este muitas vezes heróico nas suas realizações históricas; e procura a sua promoção nos vários âmbitos da vida e da actividade humana. Portanto, é amor o serviço que a Igreja exerce para acorrer constantemente aos sofrimentos e às necessidades, mesmo materiais, dos homens. É sobre este aspecto, sobre este serviço da caridade, que desejo deter-me nesta segunda parte da Encíclica.
A caridade como dever da Igreja
20. O amor do próximo, radicado no amor de Deus, é um dever antes de mais para cada um dos fiéis, mas é-o também para a comunidade eclesial inteira, e isto a todos os seus níveis: desde a comunidade local passando pela Igreja particular até à Igreja universal na sua globalidade. A Igreja também enquanto comunidade deve praticar o amor. Consequência disto é que o amor tem necessidade também de organização enquanto pressuposto para um serviço comunitário ordenado. A consciência de tal dever teve relevância constitutiva na Igreja desde os seus inícios: « Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos de acordo com as necessidades de cada um » (Act 2, 44-45). Lucas conta-nos isto no quadro duma espécie de definição da Igreja, entre cujos elementos constitutivos enumera a adesão ao « ensino dos Apóstolos », à « comunhão » (koinonia), à « fracção do pão » e às « orações » (cf. Act 2, 42). O elemento da « comunhão » (koinonia), que aqui ao início não é especificado, aparece depois concretizado nos versículos anteriormente citados: consiste precisamente no facto de os crentes terem tudo em comum, pelo que, no seu meio, já não subsiste a diferença entre ricos e pobres (cf. também Act 4, 32-37). Com o crescimento da Igreja, esta forma radical de comunhão material — verdade se diga — não pôde ser mantida. Mas o núcleo essencial ficou: no seio da comunidade dos crentes não deve haver uma forma de pobreza tal que sejam negados a alguém os bens necessários para uma vida condigna.
21. Um passo decisivo na difícil busca de soluções para realizar este princípio eclesial fundamental torna-se patente naquela escolha de sete homens que foi o início do ofício diaconal (cf. Act 6, 5-6). De facto, na Igreja primitiva tinha-se gerado, na distribuição quotidiana às viúvas, uma disparidade entre a parte de língua hebraica e a de língua grega. Os Apóstolos, a quem estavam confiados antes de mais a « oração » (Eucaristia e Liturgia) e o « serviço da Palavra », sentiram-se excessivamente carregados pelo « serviço das mesas »; decidiram, por isso, reservar para eles o ministério principal e criar para a outra mansão, também ela necessária na Igreja, um organismo de sete pessoas. Mas este grupo não devia realizar um serviço meramente técnico de distribuição: deviam ser homens « cheios do Espírito Santo e de sabedoria » (cf. Act 6, 1-6). Quer dizer que o serviço social que tinham de cumprir era concreto sem dúvida alguma, mas ao mesmo tempo era também um serviço espiritual; tratava-se, na verdade, de um ofício verdadeiramente espiritual, que realizava um dever essencial da Igreja, o do amor bem ordenado ao próximo. Com a formação deste organismo dos Sete, a « diaconia » — o serviço do amor ao próximo exercido comunitariamente e de modo ordenado — ficara instaurada na estrutura fundamental da própria Igreja.
22. Com o passar dos anos e a progressiva difusão da Igreja, a prática da caridade confirmou-se como um dos seus âmbitos essenciais, juntamente com a administração dos Sacramentos e o anúncio da Palavra: praticar o amor para com as viúvas e os órfãos, os presos, os doentes e necessitados de qualquer género pertence tanto à sua essência como o serviço dos Sacramentos e o anúncio do Evangelho. A Igreja não pode descurar o serviço da caridade, tal como não pode negligenciar os Sacramentos nem a Palavra. Para o demonstrar, bastam alguns exemplos. O mártir Justino († por 155), no contexto da celebração dominical dos cristãos, descreve também a sua actividade caritativa relacionada com a Eucaristia enquanto tal. As pessoas abastadas fazem a sua oferta na medida das suas possibilidades, cada uma o que quer; o Bispo serve-se disso para sustentar os órfãos, as viúvas e aqueles que por doença ou outros motivos passam necessidade, e também os presos e os forasteiros. [12] O grande escritor cristão Tertuliano († depois de 220) conta como a solicitude dos cristãos pelos necessitados de qualquer género suscitava a admiração dos pagãos. [13] E, quando Inácio de Antioquia († por 117) designa a Igreja de Roma como aquela que « preside à caridade (agape) », [14] pode-se supor que ele quisesse, com tal definição, exprimir de qualquer modo também a sua actividade caritativa concreta.
23. Neste contexto, pode revelar-se útil uma referência às estruturas jurídicas primitivas que tinham a ver com o serviço da caridade na Igreja. A meados do século IV ganha forma no Egipto a chamada « diaconia », que é, nos diversos mosteiros, a instituição responsável pelo conjunto das actividades assistenciais, pelo serviço precisamente da caridade. A partir destes inícios, desenvolve-se até ao século VI no Egipto uma corporação com plena capacidade jurídica, à qual as autoridades civis confiam mesmo uma parte do trigo para a distribuição pública. No Egipto, não só cada mosteiro mas também cada diocese acabou por ter a sua diaconia — uma instituição que se expande depois quer no Oriente quer no Ocidente. O Papa Gregório Magno († 604) fala da diaconia de Nápoles. Relativamente a Roma, as diaconias são documentadas a partir dos séculos VII e VIII; mas naturalmente já antes, e logo desde os primórdios, a actividade assistencial aos pobres e doentes, segundo os princípios da vida cristã expostos nos Actos dos Apóstolos, era parte essencial da Igreja de Roma. Este dever encontra uma sua viva expressão na figura do diácono Lourenço († 258). A dramática descrição do seu martírio era já conhecida por Santo Ambrósio († 397) e, no seu núcleo, mostra-nos seguramente a figura autêntica do Santo. Após a prisão dos seus irmãos na fé e do Papa, a ele, como responsável pelo cuidado dos pobres de Roma, fora concedido mais algum tempo de liberdade, para recolher os tesouros da Igreja e entregá-los às autoridades civis. Lourenço distribuiu o dinheiro disponível pelos pobres e, depois, apresentou estes às autoridades como sendo o verdadeiro tesouro da Igreja. [15] Independentemente da credibilidade histórica que se queira atribuir a tais particulares, Lourenço ficou presente na memória da Igreja como grande expoente da caridade eclesial.
24. Uma alusão merece a figura do imperador Juliano o Apóstata († 363), porque demonstra uma vez mais quão essencial era para a Igreja dos primeiros séculos a caridade organizada e praticada. Criança de seis anos, Juliano assistira ao assassínio de seu pai, de seu irmão e doutros familiares pelas guardas do palácio imperial; esta brutalidade atribuiu-a ele — com razão ou sem ela — ao imperador Constâncio, que se fazia passar por um grande cristão. Em consequência disso, a fé cristã acabou desacreditada a seus olhos uma vez por todas. Feito imperador, decide restaurar o paganismo, a antiga religião romana, mas ao mesmo tempo reformá-lo para se tornar realmente a força propulsora do império. Para isso, inspirou-se largamente no cristianismo. Instaurou uma hierarquia de metropolitas e sacerdotes. Estes deviam promover o amor a Deus e ao próximo. Numa das suas cartas, [16] escrevera que o único aspecto do cristianismo que o maravilhava era a actividade caritativa da Igreja. Por isso, considerou determinante para o seu novo paganismo fazer surgir, a par do sistema de caridade da Igreja, uma actividade equivalente na sua religião. Os « Galileus » — dizia ele — tinham conquistado assim a sua popularidade. Havia que imitá-los, senão mesmo superá-los. Deste modo, o imperador confirmava que a caridade era uma característica decisiva da comunidade cristã, da Igreja.
25. Chegados aqui, registemos dois dados essenciais tirados das reflexões feitas:
a) A natureza íntima da Igreja exprime-se num tríplice dever: anúncio da Palavra de Deus (kerygma-martyria), celebração dos Sacramentos (leiturgia), serviço da caridade (diakonia). São deveres que se reclamam mutuamente, não podendo um ser separado dos outros. Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de actividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência. [17]
b) A Igreja é a família de Deus no mundo. Nesta família, não deve haver ninguém que sofra por falta do necessário. Ao mesmo tempo, porém, a caritas-agape estende-se para além das fronteiras da Igreja; a parábola do bom Samaritano permanece como critério de medida, impondo a universalidade do amor que se inclina para o necessitado encontrado « por acaso » (cf. Lc 10, 31), seja ele quem for. Mas, ressalvada esta universalidade do mandamento do amor, existe também uma exigência especificamente eclesial — precisamente a exigência de que, na própria Igreja enquanto família, nenhum membro sofra porque passa necessidade. Neste sentido se pronuncia a Carta aos Gálatas: « Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos, mas principalmente para com os irmãos na fé » (6, 10).
Justiça e caridade
26. Desde o Oitocentos, vemos levantar-se contra a actividade caritativa da Igreja uma objecção, explanada depois com insistência sobretudo pelo pensamento marxista. Os pobres — diz-se — não teriam necessidade de obras de caridade, mas de justiça. As obras de caridade — as esmolas — seriam na realidade, para os ricos, uma forma de subtraírem-se à instauração da justiça e tranquilizarem a consciência, mantendo as suas posições e defraudando os pobres nos seus direitos. Em vez de contribuir com as diversas obras de caridade para a manutenção das condições existentes, seria necessário criar uma ordem justa, na qual todos receberiam a sua respectiva parte de bens da terra e, por conseguinte, já não teriam necessidade das obras de caridade. Algo de verdade existe — devemos reconhecê-lo — nesta argumentação, mas há também, e não pouco, de errado. É verdade que a norma fundamental do Estado deve ser a prossecução da justiça e que a finalidade de uma justa ordem social é garantir a cada um, no respeito do princípio da subsidiariedade, a própria parte nos bens comuns. Isto mesmo sempre o têm sublinhado a doutrina cristã sobre o Estado e a doutrina social da Igreja. Do ponto de vista histórico, a questão da justa ordem da colectividade entrou numa nova situação com a formação da sociedade industrial no Oitocentos. A aparição da indústria moderna dissolveu as antigas estruturas sociais e provocou, com a massa dos assalariados, uma mudança radical na composição da sociedade, no seio da qual a relação entre capital e trabalho se tornou a questão decisiva — questão que, sob esta forma, era desconhecida antes. As estruturas de produção e o capital tornaram-se o novo poder que, colocado nas mãos de poucos, comportava para as massas operárias uma privação de direitos, contra a qual era preciso revoltar-se.
27. Forçoso é admitir que os representantes da Igreja só lentamente se foram dando conta de que se colocava em moldes novos o problema da justa estrutura da sociedade. Não faltaram pioneiros: um deles, por exemplo, foi o Bispo Ketteler de Mogúncia († 1877). Como resposta às necessidades concretas, surgiram também círculos, associações, uniões, federações e sobretudo novas congregações religiosas que, no Oitocentos, desceram em campo contra a pobreza, as doenças e as situações de carência no sector educativo. Em 1891, entrou em cena o magistério pontifício com a Encíclica Rerum novarum de Leão XIII. Seguiu-se-lhe a Encíclica de Pio XI Quadragesimo anno, em 1931. O Beato Papa João XXIII publicou, em 1961, a Encíclica Mater et Magistra, enquanto Paulo VI, na Encíclica Populorum progressio (1967) e na Carta Apostólica Octogesima adveniens (1971), analisou com afinco a problemática social, que entretanto se tinha agravado sobretudo na América Latina. O meu grande predecessor João Paulo II deixou-nos uma trilogia de Encíclicas sociais: Laborem exercens (1981), Sollicitudo rei socialis (1987) e, por último, Centesimus annus (1991). Deste modo, ao enfrentar situações e problemas sempre novos, foi-se desenvolvendo uma doutrina social católica, que em 2004 foi apresentada de modo orgânico no Compêndio da doutrina social da Igreja, redigido pelo Pontifício Conselho « Justiça e Paz ». O marxismo tinha indicado, na revolução mundial e na sua preparação, a panaceia para a problemática social: através da revolução e consequente colectivização dos meios de produção — asseverava-se em tal doutrina — devia dum momento para o outro caminhar tudo de modo diverso e melhor. Este sonho desvaneceu-se. Na difícil situação em que hoje nos encontramos por causa também da globalização da economia, a doutrina social da Igreja tornou-se uma indicação fundamental, que propõe válidas orientações muito para além das fronteiras eclesiais: tais orientações — face ao progresso em acto — devem ser analisadas em diálogo com todos aqueles que se preocupam seriamente do homem e do seu mundo.
28. Para definir com maior cuidado a relação entre o necessário empenho em prol da justiça e o serviço da caridade, é preciso anotar duas situações de facto que são fundamentais:
a) A justa ordem da sociedade e do Estado é dever central da política. Um Estado, que não se regesse segundo a justiça, reduzir-se-ia a uma grande banda de ladrões, como disse Agostinho uma vez: « Remota itaque iustitia quid sunt regna nisi magna latrocinia? ». [18] Pertence à estrutura fundamental do cristianismo a distinção entre o que é de César e o que é de Deus (cf. Mt 22, 21), isto é, a distinção entre Estado e Igreja ou, como diz o Concílio Vaticano II, a autonomia das realidades temporais. [19] O Estado não pode impor a religião, mas deve garantir a liberdade da mesma e a paz entre os aderentes das diversas religiões; por sua vez, a Igreja como expressão social da fé cristã tem a sua independência e vive, assente na fé, a sua forma comunitária, que o Estado deve respeitar. As duas esferas são distintas, mas sempre em recíproca relação.
A justiça é o objectivo e, consequentemente, também a medida intrínseca de toda a política. A política é mais do que uma simples técnica para a definição dos ordenamentos públicos: a sua origem e o seu objectivo estão precisamente na justiça, e esta é de natureza ética. Assim, o Estado defronta-se inevitavelmente com a questão: como realizar a justiça aqui e agora? Mas esta pergunta pressupõe outra mais radical: o que é a justiça? Isto é um problema que diz respeito à razão prática; mas, para poder operar rectamente, a razão deve ser continuamente purificada porque a sua cegueira ética, derivada da prevalência do interesse e do poder que a deslumbram, é um perigo nunca totalmente eliminado.
Neste ponto, política e fé tocam-se. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo — um encontro que nos abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. Ao mesmo tempo, porém, ela serve de força purificadora para a própria razão. Partindo da perspectiva de Deus, liberta-a de suas cegueiras e, consequentemente, ajuda-a a ser mais ela mesma. A fé consente à razão de realizar melhor a sua missão e ver mais claramente o que lhe é próprio. É aqui que se coloca a doutrina social católica: esta não pretende conferir à Igreja poder sobre o Estado; nem quer impor, àqueles que não compartilham a fé, perspectivas e formas de comportamento que pertencem a esta. Deseja simplesmente contribuir para a purificação da razão e prestar a própria ajuda para fazer com que aquilo que é justo possa, aqui e agora, ser reconhecido e, depois, também realizado.
A doutrina social da Igreja discorre a partir da razão e do direito natural, isto é, a partir daquilo que é conforme à natureza de todo o ser humano. E sabe que não é tarefa da Igreja fazer ela própria valer politicamente esta doutrina: quer servir a formação da consciência na política e ajudar a crescer a percepção das verdadeiras exigências da justiça e, simultaneamente, a disponibilidade para agir com base nas mesmas, ainda que tal colidisse com situações de interesse pessoal. Isto significa que a construção de um ordenamento social e estatal justo, pelo qual seja dado a cada um o que lhe compete, é um dever fundamental que deve enfrentar de novo cada geração. Tratando-se de uma tarefa política, não pode ser encargo imediato da Igreja. Mas, como ao mesmo tempo é uma tarefa humana primária, a Igreja tem o dever de oferecer, por meio da purificação da razão e através da formação ética, a sua contribuição específica para que as exigências da justiça se tornem compreensíveis e politicamente realizáveis.
A Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política para realizar a sociedade mais justa possível. Não pode nem deve colocar-se no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça. Deve inserir-se nela pela via da argumentação racional e deve despertar as forças espirituais, sem as quais a justiça, que sempre requer renúncias também, não poderá afirmar-se nem prosperar. A sociedade justa não pode ser obra da Igreja; deve ser realizada pela política. Mas toca à Igreja, e profundamente, o empenhar-se pela justiça trabalhando para a abertura da inteligência e da vontade às exigências do bem.
b) O amor — caritas — será sempre necessário, mesmo na sociedade mais justa. Não há qualquer ordenamento estatal justo que possa tornar supérfluo o serviço do amor. Quem quer desfazer-se do amor, prepara-se para se desfazer do homem enquanto homem. Sempre haverá sofrimento que necessita de consolação e ajuda. Haverá sempre solidão. Existirão sempre também situações de necessidade material, para as quais é indispensável uma ajuda na linha de um amor concreto ao próximo. [20] Um Estado, que queira prover a tudo e tudo açambarque, torna-se no fim de contas uma instância burocrática, que não pode assegurar o essencial de que o homem sofredor — todo o homem — tem necessidade: a amorosa dedicação pessoal. Não precisamos de um Estado que regule e domine tudo, mas de um Estado que generosamente reconheça e apoie, segundo o princípio de subsidiariedade, as iniciativas que nascem das diversas forças sociais e conjugam espontaneidade e proximidade aos homens carecidos de ajuda. A Igreja é uma destas forças vivas: nela pulsa a dinâmica do amor suscitado pelo Espírito de Cristo. Este amor não oferece aos homens apenas uma ajuda material, mas também refrigério e cuidado para a alma — ajuda esta muitas vezes mais necessária que o apoio material. A afirmação de que as estruturas justas tornariam supérfluas as obras de caridade esconde, de facto, uma concepção materialista do homem: o preconceito segundo o qual o homem viveria « só de pão » (Mt 4, 4; cf. Dt 8, 3) — convicção que humilha o homem e ignora precisamente aquilo que é mais especificamente humano.
29. Deste modo, podemos determinar agora mais concretamente, na vida da Igreja, a relação entre o empenho por um justo ordenamento do Estado e da sociedade, por um lado, e a actividade caritativa organizada, por outro. Viu-se que a formação de estruturas justas não é imediatamente um dever da Igreja, mas pertence à esfera da política, isto é, ao âmbito da razão auto-responsável. Nisto, o dever da Igreja é mediato, enquanto lhe compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais, sem as quais não se constroem estruturas justas, nem estas permanecem operativas por muito tempo.
Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem justa na sociedade é próprio dos fiéis leigos. Estes, como cidadãos do Estado, são chamados a participar pessoalmente na vida pública. Não podem, pois, abdicar « da múltipla e variada acção económica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum ». [21] Por conseguinte, é missão dos fiéis leigos configurar rectamente a vida social, respeitando a sua legítima autonomia e cooperando, segundo a respectiva competência e sob própria responsabilidade, com os outros cidadãos. [22] Embora as manifestações específicas da caridade eclesial nunca possam confundir-se com a actividade do Estado, no entanto a verdade é que a caridade deve animar a existência inteira dos fiéis leigos e, consequentemente, também a sua actividade política vivida como « caridade social ». [23]
Caso diverso são as organizações caritativas da Igreja, que constituem um seu opus proprium, um dever que lhe é congénito, no qual ela não se limita a colaborar colateralmente, mas actua como sujeito directamente responsável, realizando o que corresponde à sua natureza. A Igreja nunca poderá ser dispensada da prática da caridade enquanto actividade organizada dos crentes, como aliás nunca haverá uma situação onde não seja precisa a caridade de cada um dos indivíduos cristãos, porque o homem, além da justiça, tem e terá sempre necessidade do amor.
As múltiplas estruturas de serviço caritativo
no actual contexto social
30. Antes ainda de tentar uma definição do perfil específico das actividades eclesiais ao serviço do homem, quero considerar a situação geral do empenho pela justiça e o amor no mundo actual.
a) Os meios de comunicação de massa tornaram hoje o nosso planeta mais pequeno, aproximando rapidamente homens e culturas profundamente diversos. Se, às vezes, este « estar juntos » suscita incompreensões e tensões, o facto, porém, de agora se chegar de forma muito mais imediata ao conhecimento das necessidades dos homens constitui sobretudo um apelo a partilhar a sua situação e as suas dificuldades. Cada dia vamo-nos tornando conscientes de quanto se sofre no mundo, apesar dos grandes progressos em campo científico e técnico, por causa de uma miséria multiforme, tanto material como espiritual. Por isso, este nosso tempo requer uma nova disponibilidade para socorrer o próximo necessitado. Sublinhou-o já o Concílio Vaticano II com palavras muito claras: « No nosso tempo, em que os meios de comunicação são mais rápidos, em que quase se venceu a distância entre os homens, (...) a actividade caritativa pode e deve atingir as necessidades de todos os homens ». [24]
Por outro lado — e trata-se de um aspecto provocatório e ao mesmo tempo encorajador do processo de globalização —, o presente põe à nossa disposição inumeráveis instrumentos para prestar ajuda humanitária aos irmãos necessitados, não sendo os menos notáveis entre eles os sistemas modernos para a distribuição de alimento e vestuário, e também para a oferta de habitação e acolhimento. Superando as fronteiras das comunidades nacionais, a solicitude pelo próximo tende, assim, a alargar os seus horizontes ao mundo inteiro. Justamente o pôs em relevo o Concílio Vaticano II: « Entre os sinais do nosso tempo, é digno de especial menção o crescente e inelutável sentido de solidariedade entre todos os povos ». [25] Os entes do Estado e as associações humanitárias apadrinham iniciativas com tal finalidade, fazendo-o na maior parte dos casos através de subsídios ou descontos fiscais, os primeiros, e pondo à disposição verbas consideráveis, as segundas. E assim a solidariedade expressa pela sociedade civil supera significativamente a dos indivíduos.
b) Nesta situação, nasceram e desenvolveram-se numerosas formas de colaboração entre as estruturas estatais e as eclesiais, que se revelaram frutuosas. As estruturas eclesiais, com a transparência da sua acção e a fidelidade ao dever de testemunhar o amor, poderão animar de maneira cristã também as estruturas civis, favorecendo uma recíproca coordenação que não deixará de potenciar a eficácia do serviço caritativo. [26] Neste contexto, formaram-se também muitas organizações com fins caritativos ou filantrópicos, que procuram, face aos problemas sociais e políticos existentes, alcançar soluções satisfatórias sob o aspecto humanitário. Um fenómeno importante do nosso tempo é a aparição e difusão de diversas formas de voluntariado, que se ocupam duma pluralidade de serviços. [27] Desejo aqui deixar uma palavra de particular apreço e gratidão a todos aqueles que participam, de diversas formas, nestas actividades. Tal empenho generalizado constitui, para os jovens, uma escola de vida que educa para a solidariedade e a disponibilidade a darem não simplesmente qualquer coisa, mas darem-se a si próprios. À anti-cultura da morte, que se exprime por exemplo na droga, contrapõe-se deste modo o amor que não procura o próprio interesse, mas que, precisamente na disponibilidade a « perder-se a si mesmo » pelo outro (cf. Lc 17, 33 e paralelos), se revela como cultura da vida.
Na Igreja Católica e noutras Igrejas e Comunidades eclesiais, também apareceram novas formas de actividade caritativa e ressurgiram antigas com zelo renovado. São formas nas quais se consegue muitas vezes estabelecer uma feliz ligação entre evangelização e obras de caridade. Desejo aqui confirmar explicitamente aquilo que o meu grande predecessor João Paulo II escreveu na sua Encíclica Sollicitudo rei socialis, [28] quando declarou a disponibilidade da Igreja Católica para colaborar com as organizações caritativas destas Igrejas e Comunidades, uma vez que todos nós somos movidos pela mesma motivação fundamental e temos diante dos olhos idêntico objectivo: um verdadeiro humanismo, que reconhece no homem a imagem de Deus e quer ajudá-lo a levar uma vida conforme a esta dignidade. Depois, a Encíclica Ut unum sint voltou a sublinhar que, para o progresso rumo a um mundo melhor, é necessária a voz comum dos cristãos, o seu empenho em « fazer triunfar o respeito pelos direitos e necessidades de todos, especialmente dos pobres, humilhados e desprotegidos ». [29] Quero exprimir aqui a minha alegria pelo facto de este desejo ter encontrado um vasto eco por todo o mundo em numerosas iniciativas.
O perfil específico da actividade caritativa da Igreja
31. O aumento de organizações diversificadas, que se dedicam ao homem em suas várias necessidades, explica-se fundamentalmente pelo facto de o imperativo do amor ao próximo ter sido inscrito pelo Criador na própria natureza do homem. Mas, o referido aumento é efeito também da presença, no mundo, do cristianismo, que não cessa de despertar e tornar eficaz este imperativo, muitas vezes profundamente obscurecido no decurso da história. A reforma do paganismo, tentada pelo imperador Juliano o Apóstata, é apenas um exemplo incipiente de tal eficácia. Neste sentido, a força do cristianismo propaga-se muito para além das fronteiras da fé cristã. Por isso, é muito importante que a actividade caritativa da Igreja mantenha todo o seu esplendor e não se dissolva na organização assistencial comum, tornando-se uma simples variante da mesma. Mas, então quais são os elementos constitutivos que formam a essência da caridade cristã e eclesial?
a) Segundo o modelo oferecido pela parábola do bom Samaritano, a caridade cristã é, em primeiro lugar, simplesmente a resposta àquilo que, numa determinada situação, constitui a necessidade imediata: os famintos devem ser saciados, os nus vestidos, os doentes tratados para se curarem, os presos visitados, etc. As organizações caritativas da Igreja, a começar pela Cáritas (diocesana, nacional e internacional), devem fazer o possível para colocar à disposição os correlativos meios e sobretudo os homens e mulheres que assumam tais tarefas. Relativamente ao serviço que as pessoas realizam em favor dos doentes, requer-se antes de mais a competência profissional: os socorristas devem ser formados de tal modo que saibam fazer a coisa justa de modo justo, assumindo também o compromisso de continuar o tratamento. A competência profissional é uma primeira e fundamental necessidade, mas por si só não basta. É que se trata de seres humanos, e estes necessitam sempre de algo mais que um tratamento apenas tecnicamente correcto: têm necessidade de humanidade, precisam da atenção do coração. Todos os que trabalham nas instituições caritativas da Igreja devem distinguir-se pelo facto de que não se limitam a executar habilidosamente a acção conveniente naquele momento, mas dedicam-se ao outro com as atenções sugeridas pelo coração, de modo que ele sinta a sua riqueza de humanidade. Por isso, para tais agentes, além da preparação profissional, requer-se também e sobretudo a « formação do coração »: é preciso levá-los àquele encontro com Deus em Cristo que neles suscite o amor e abra o seu íntimo ao outro de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor (cf. Gal 5, 6).
b) A actividade caritativa cristã deve ser independente de partidos e ideologias. Não é um meio para mudar o mundo de maneira ideológica, nem está ao serviço de estratégias mundanas, mas é actualização aqui e agora daquele amor de que o homem sempre tem necessidade. O tempo moderno, sobretudo a partir do Oitocentos, aparece dominado por diversas variantes duma filosofia do progresso, cuja forma mais radical é o marxismo. Uma parte da estratégia marxista é a teoria do empobrecimento: esta defende que, numa situação de poder injusto, quem ajuda o homem com iniciativas de caridade, coloca-se de facto ao serviço daquele sistema de injustiça, fazendo-o resultar, pelo menos até certo ponto, suportável. Deste modo fica refreado o potencial revolucionário e, consequentemente, bloqueada a reviravolta para um mundo melhor. Por isso, se contesta e ataca a caridade como sistema de conservação do status quo. Na realidade, esta é uma filosofia desumana. O homem que vive no presente é sacrificado ao moloch do futuro — um futuro cuja efectiva realização permanece pelo menos duvidosa. Na verdade, a humanização do mundo não pode ser promovida renunciando, de momento, a comportar-se de modo humano. Só se contribui para um mundo melhor, fazendo o bem agora e pessoalmente, com paixão e em todo o lado onde for possível, independentemente de estratégias e programas de partido. O programa do cristão — o programa do bom Samaritano, o programa de Jesus — é « um coração que vê ». Este coração vê onde há necessidade de amor, e actua em consequência. Obviamente, quando a actividade caritativa è assumida pela Igreja como iniciativa comunitária, à espontaneidade do indivíduo há que acrescentar também a programação, a previdência, a colaboração com outras instituições idênticas.
c) Além disso, a caridade não deve ser um meio em função daquilo que hoje é indicado como proselitismo. O amor é gratuito; não é realizado para alcançar outros fins. [30] Isto, porém, não significa que a acção caritativa deva, por assim dizer, deixar Deus e Cristo de lado. Sempre está em jogo o homem todo. Muitas vezes é precisamente a ausência de Deus a raiz mais profunda do sofrimento. Quem realiza a caridade em nome da Igreja, nunca procurará impor aos outros a fé da Igreja. Sabe que o amor, na sua pureza e gratuidade, é o melhor testemunho do Deus em que acreditamos e pelo qual somos impelidos a amar. O cristão sabe quando é tempo de falar de Deus e quando é justo não o fazer, deixando falar somente o amor. Sabe que Deus é amor (cf. 1 Jo 4, 8) e torna-Se presente precisamente nos momentos em que nada mais se faz a não ser amar. Sabe — voltando às questões anteriores — que o vilipêndio do amor é vilipêndio de Deus e do homem, é a tentativa de prescindir de Deus. Consequentemente, a melhor defesa de Deus e do homem consiste precisamente no amor. É dever das organizações caritativas da Igreja reforçar de tal modo esta consciência em seus membros, que estes, através do seu agir — como também do seu falar, do seu silêncio, do seu exemplo —, se tornem testemunhas credíveis de Cristo.
Os responsáveis da acção caritativa da Igreja
32. Por último, devemos ainda fixar a nossa atenção sobre os responsáveis pela acção caritativa da Igreja, a que já aludimos. Das reflexões feitas anteriormente, resulta claramente que o verdadeiro sujeito das várias organizações católicas que realizam um serviço de caridade é a própria Igreja — e isto a todos os níveis, a começar das paróquias passando pelas Igrejas particulares até chegar à Igreja universal. Por isso, foi muito oportuna a instituição do Pontifício Conselho Cor Unum, feita pelo meu venerado predecessor Paulo VI, como instância da Santa Sé responsável pela orientação e coordenação entre as organizações e as actividades caritativas promovidas pela Igreja Católica. Depois, é cônsono à estrutura episcopal da Igreja o facto de, nas Igrejas particulares, caber aos Bispos enquanto sucessores dos Apóstolos a primeira responsabilidade pela realização, mesmo actualmente, do programa indicado nos Actos dos Apóstolos (cf. 2, 42-44): a Igreja enquanto família de Deus deve ser, hoje como ontem, um espaço de ajuda recíproca e simultaneamente um espaço de disponibilidade para servir mesmo aqueles que, fora dela, têm necessidade de ajuda. No rito de Ordenação Episcopal, o acto verdadeiro e próprio de consagração é precedido por algumas perguntas ao candidato, nas quais se exprimem os elementos essenciais do seu ofício e são-lhe lembrados os deveres do seu futuro ministério. Neste contexto, o Ordenando promete expressamente que será, em nome do Senhor, bondoso e compassivo com os pobres e todos os necessitados de conforto e ajuda. [31] O Código de Direito Canónico, nos cânones relativos ao ministério episcopal, não trata explicitamente da caridade como âmbito específico da actividade episcopal, falando apenas em geral do dever que tem o Bispo de coordenar as diversas obras de apostolado no respeito da índole própria de cada uma. [32] Recentemente, porém, o Directório para o ministério pastoral dos Bispos aprofundou, de forma mais concreta, o dever da caridade como tarefa intrínseca da Igreja inteira e do Bispo na sua diocese, [33] sublinhando que a prática da caridade é um acto da Igreja enquanto tal e que também ela, tal como o serviço da Palavra e dos Sacramentos, faz parte da essência da sua missão originária. [34]
33. No que diz respeito aos colaboradores que realizam, a nível prático, o trabalho caritativo na Igreja, foi dito já o essencial: eles não se devem inspirar nas ideologias do melhoramento do mundo, mas deixarem-se guiar pela fé que actua pelo amor (cf. Gal 5, 6). Por isso, devem ser pessoas movidas antes de mais nada pelo amor de Cristo, pessoas cujo coração Cristo conquistou com o seu amor, nele despertando o amor ao próximo. O critério inspirador da sua acção deveria ser a afirmação presente na II Carta aos Coríntios: « O amor de Cristo nos constrange » (5, 14). A consciência de que, n'Ele, o próprio Deus Se entregou por nós até à morte, deve induzir-nos a viver, não mais para nós mesmos, mas para Ele e, com Ele, para os outros. Quem ama Cristo, ama a Igreja e quer que esta seja cada vez mais expressão e instrumento do amor que d'Ele dimana. O colaborador de qualquer organização caritativa católica quer trabalhar com a Igreja, e consequentemente com o Bispo, para que o amor de Deus se espalhe no mundo. Com a sua participação na prática eclesial do amor, quer ser testemunha de Deus e de Cristo e, por isso mesmo, quer fazer bem aos homens gratuitamente.
34. A abertura interior à dimensão católica da Igreja não poderá deixar de predispor o colaborador a sintonizar-se com as outras organizações que estão ao serviço das várias formas de necessidade; mas isso deverá verificar-se no respeito do perfil específico do serviço requerido por Cristo aos seus discípulos. No seu hino à caridade (cf. 1 Cor 13), São Paulo ensina-nos que a caridade é sempre algo mais do que mera actividade: « Ainda que distribua todos os meus bens em esmolas e entregue o meu corpo a fim de ser queimado, se não tiver caridade, de nada me aproveita » (v. 3). Este hino deve ser a Magna Carta de todo o serviço eclesial; nele se encontram resumidas todas as reflexões que fiz sobre o amor, ao longo desta Carta Encíclica. A acção prática resulta insuficiente se não for palpável nela o amor pelo homem, um amor que se nutre do encontro com Cristo. A íntima participação pessoal nas necessidades e no sofrimento do outro torna-se assim um dar-se-lhe a mim mesmo: para que o dom não humilhe o outro, devo não apenas dar-lhe qualquer coisa minha, mas dar-me a mim mesmo, devo estar presente no dom como pessoa.
35. Este modo justo de servir torna humilde o agente. Este não assume uma posição de superioridade face ao outro, por mais miserável que possa ser de momento a sua situação. Cristo ocupou o último lugar no mundo — a cruz — e, precisamente com esta humildade radical, nos redimiu e ajuda sem cessar. Quem se acha em condições de ajudar há-de reconhecer que, precisamente deste modo, é ajudado ele próprio também; não é mérito seu nem título de glória o facto de poder ajudar. Esta tarefa é graça. Quanto mais alguém trabalhar pelos outros, tanto melhor compreenderá e assumirá como própria esta palavra de Cristo: « Somos servos inúteis » (Lc 17, 10). Na realidade, ele reconhece que age, não em virtude de uma superioridade ou uma maior eficiência pessoal, mas porque o Senhor lhe concedeu este dom. Às vezes, a excessiva vastidão das necessidades e as limitações do próprio agir poderão expô-lo à tentação do desânimo. Mas é precisamente então que lhe serve de ajuda saber que, em última instância, ele não passa de um instrumento nas mãos do Senhor; libertar-se-á assim da presunção de dever realizar, pessoalmente e sozinho, o necessário melhoramento do mundo. Com humildade, fará o que lhe for possível realizar e, com humildade, confiará o resto ao Senhor. É Deus quem governa o mundo, não nós. Prestamos-Lhe apenas o nosso serviço por quanto podemos e até onde Ele nos dá a força. Mas, fazer tudo o que nos for possível e com a força de que dispomos, tal é o dever que mantém o servo bom de Cristo sempre em movimento: « O amor de Cristo nos constrange » (2 Cor 5, 14).
36. A experiência da incomensurabilidade das necessidades pode, por um lado, fazer-nos cair na ideologia que pretende realizar agora aquilo que o governo do mundo por parte de Deus, pelos vistos, não consegue: a solução universal de todo o problema. Por outro lado, aquela pode tornar-se uma tentação para a inércia a partir da impressão de que, seja como for, nunca se levaria nada a termo. Nesta situação, o contacto vivo com Cristo é a ajuda decisiva para prosseguir pela justa estrada: nem cair numa soberba que despreza o homem e, na realidade, nada constrói, antes até destrói; nem abandonar-se à resignação que impediria de deixar-se guiar pelo amor e, deste modo, servir o homem. A oração, como meio para haurir continuamente força de Cristo, torna-se aqui uma urgência inteiramente concreta. Quem reza não desperdiça o seu tempo, mesmo quando a situação apresenta todas as características duma emergência e parece impelir unicamente para a acção. A piedade não afrouxa a luta contra a pobreza ou mesmo contra a miséria do próximo. A Beata Teresa de Calcutá é um exemplo evidentíssimo do facto que o tempo dedicado a Deus na oração não só não lesa a eficácia nem a operosidade do amor ao próximo, mas é realmente a sua fonte inexaurível. Na sua carta para a Quaresma de 1996, esta Beata escrevia aos seus colaboradores leigos: « Nós precisamos desta união íntima com Deus na nossa vida quotidiana. E como poderemos obtê-la? Através da oração ».
37. Chegou o momento de reafirmar a importância da oração face ao activismo e ao secularismo que ameaça muitos cristãos empenhados no trabalho caritativo. Obviamente o cristão que reza, não pretende mudar os planos de Deus nem corrigir o que Deus previu; procura, antes, o encontro com o Pai de Jesus Cristo, pedindo-Lhe que esteja presente, com o conforto do seu Espírito, nele e na sua obra. A familiaridade com o Deus pessoal e o abandono à sua vontade impedem a degradação do homem, salvam-no da prisão de doutrinas fanáticas e terroristas. Um comportamento autenticamente religioso evita que o homem se arvore em juiz de Deus, acusando-O de permitir a miséria sem sentir compaixão pelas suas criaturas. Mas, quem pretender lutar contra Deus tomando como ponto de apoio o interesse do homem, sobre quem poderá contar quando a acção humana se demonstrar impotente?
38. É certo que Job pôde lamentar-se com Deus pelo sofrimento, incompreensível e aparentemente injustificado, presente no mundo. Assim se exprime ele na sua dor: « Oh! Se pudesse encontrá-Lo e chegar até ao seu próprio trono! (...) Saberia o que Ele iria responder-me e ouviria o que Ele teria para me dizer. Oporia Ele contra mim o seu grande poder? (...) Por isso, a sua presença me atemoriza; contemplo-O e tremo diante d'Ele. Deus enervou o meu coração, o Omnipotente encheu-me de terror » (23, 3.5-6. 15-16). Muitas vezes não nos é concedido saber o motivo pelo qual Deus retém o seu braço, em vez de intervir. Aliás Ele não nos impede sequer de gritar, como Jesus na cruz: « Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste? » (Mt 27, 46). Num diálogo orante, havemos de lançar-Lhe em rosto esta pergunta: « Até quando esperarás, Senhor, Tu que és santo e verdadeiro? » (Ap 6, 10). Santo Agostinho dá a este nosso sofrimento a resposta da fé: « Si comprehendis, non est Deus – se O compreendesses, não seria Deus ». [35] O nosso protesto não quer desafiar a Deus, nem insinuar n'Ele a presença de erro, fraqueza ou indiferença. Para o crente, não é possível pensar que Ele seja impotente, ou então que « esteja a dormir » (cf. 1 Re 18, 27). Antes, a verdade é que até mesmo o nosso clamor constitui, como na boca de Jesus na cruz, o modo extremo e mais profundo de afirmar a nossa fé no seu poder soberano. Na realidade, os cristãos continuam a crer, não obstante todas as incompreensões e confusões do mundo circunstante, « na bondade de Deus e no seu amor pelos homens » (Tt 3, 4). Apesar de estarem imersos como os outros homens na complexidade dramática das vicissitudes da história, eles permanecem inabaláveis na certeza de que Deus é Pai e nos ama, ainda que o seu silêncio seja incompreensível para nós.
39. A fé, a esperança e a caridade caminham juntas. A esperança manifesta-se praticamente nas virtudes da paciência, que não esmorece no bem nem sequer diante de um aparente insucesso, e da humildade, que aceita o mistério de Deus e confia n'Ele mesmo na escuridão. A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! Deste modo, ela transforma a nossa impaciência e as nossas dúvidas em esperança segura de que Deus tem o mundo nas suas mãos e que, não obstante todas as trevas, Ele vence, como revela de forma esplendorosa o Apocalipse, no final, com as suas imagens impressionantes. A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz — fundamentalmente, a única — que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir. O amor é possível, e nós somos capazes de o praticar porque criados à imagem de Deus. Viver o amor e, deste modo, fazer entrar a luz de Deus no mundo: tal é o convite que vos queria deixar com a presente Encíclica.
CONCLUSÃO
40. Por fim, olhemos os Santos, aqueles que praticaram de forma exemplar a caridade. Penso, de modo especial, em Martinho de Tours († 397), primeiro soldado, depois monge e Bispo: como se fosse um ícone, ele mostra o valor insubstituível do testemunho individual da caridade. Às portas de Amiens, Martinho partilhara metade do seu manto com um pobre; durante a noite, aparece-lhe num sonho o próprio Jesus trazendo vestido aquele manto, para confirmar a perene validade da sentença evangélica: « Estava nu e destes-Me de vestir (...). Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes » (Mt 25, 36.40). [36] Mas, na história da Igreja, quantos outros testemunhos de caridade podem ser citados! Em particular, todo o movimento monástico, logo desde os seus inícios com Santo Antão Abade († 356), exprime um imenso serviço de caridade para com o próximo. No encontro « face a face » com aquele Deus que é Amor, o monge sente a impelente exigência de transformar toda a sua vida em serviço do próximo, além do de Deus naturalmente. Assim se explicam as grandes estruturas de acolhimento, internamento e tratamento que surgiram ao lado dos mosteiros. De igual modo se explicam as extraordinárias iniciativas de promoção humana e de formação cristã, destinadas primariamente aos mais pobres, de que se ocuparam primeiro as ordens monásticas e mendicantes e, depois, os vários institutos religiosos masculinos e femininos ao longo de toda a história da Igreja. Figuras de Santos como Francisco de Assis, Inácio de Loyola, João de Deus, Camilo de Léllis, Vicente de Paulo, Luísa de Marillac, José B. Cottolengo, João Bosco, Luís Orione, Teresa de Calcutá — para citar apenas alguns nomes — permanecem modelos insignes de caridade social para todos os homens de boa vontade. Os Santos são os verdadeiros portadores de luz dentro da história, porque são homens e mulheres de fé, esperança e caridade.
41. Entre os Santos, sobressai Maria, Mãe do Senhor e espelho de toda a santidade. No Evangelho de Lucas, encontramo-La empenhada num serviço de caridade à prima Isabel, junto da qual permanece « cerca de três meses » (1, 56) assistindo-a na última fase da gravidez. « Magnificat anima mea Dominum – A minha alma engrandece o Senhor » (Lc 1, 46), disse Ela por ocasião de tal visita, exprimindo assim todo o programa da sua vida: não colocar-Se a Si mesma ao centro, mas dar espaço ao Deus que encontra tanto na oração como no serviço ao próximo — só então o mundo se torna bom. Maria é grande, precisamente porque não quer fazer-Se grande a Si mesma, mas engrandecer a Deus. Ela é humilde: não deseja ser mais nada senão a serva do Senhor (cf. Lc 1, 38.48). Sabe que contribui para a salvação do mundo, não realizando uma sua obra, mas apenas colocando-Se totalmente à disposição das iniciativas de Deus. É uma mulher de esperança: só porque crê nas promessas de Deus e espera a salvação de Israel, é que o Anjo pode vir ter com Ela e chamá-La para o serviço decisivo de tais promessas. É uma mulher de fé: « Feliz de Ti, que acreditaste », diz-lhe Isabel (cf. Lc 1, 45). O Magnificat — um retrato, por assim dizer, da sua alma — é inteiramente tecido com fios da Sagrada Escritura, com fios tirados da Palavra de Deus. Desta maneira se manifesta que Ela Se sente verdadeiramente em casa na Palavra de Deus, dela sai e a ela volta com naturalidade. Fala e pensa com a Palavra de Deus; esta torna-se palavra d'Ela, e a sua palavra nasce da Palavra de Deus. Além disso, fica assim patente que os seus pensamentos estão em sintonia com os de Deus, que o d'Ela é um querer juntamente com Deus. Vivendo intimamente permeada pela Palavra de Deus, Ela pôde tornar-Se mãe da Palavra encarnada. Enfim, Maria é uma mulher que ama. E como poderia ser de outro modo? Enquanto crente que na fé pensa com os pensamentos de Deus e quer com a vontade de Deus, Ela não pode ser senão uma mulher que ama. Isto mesmo o intuímos nós nos gestos silenciosos que nos referem os relatos evangélicos da infância. Vemo-lo na delicadeza com que, em Caná, Se dá conta da necessidade em que se acham os esposos e apresenta-a a Jesus. Vemo-lo na humildade com que Ela aceita ser transcurada no período da vida pública de Jesus, sabendo que o Filho deve fundar uma nova família e que a hora da Mãe chegará apenas no momento da cruz, que será a verdadeira hora de Jesus (cf. Jo 2, 4; 13, 1). Então, quando os discípulos tiverem fugido, Maria permanecerá junto da cruz (cf. Jo 19, 25-27); mais tarde, na hora de Pentecostes, serão eles a juntar-se ao redor d'Ela à espera do Espírito Santo (cf. Act 1, 14).
42. À vida dos Santos, não pertence somente a sua biografia terrena, mas também o seu viver e agir em Deus depois da morte. Nos Santos, torna-se óbvio como quem caminha para Deus não se afasta dos homens, antes pelo contrário torna-se-lhes verdadeiramente vizinho. Em ninguém, vemos melhor isto do que em Maria. A palavra do Crucificado ao discípulo — a João e, através dele, a todos os discípulos de Jesus: « Eis aí a tua mãe » (Jo 19, 27) — torna-se sempre de novo verdadeira no decurso das gerações. Maria tornou-Se realmente Mãe de todos os crentes. À sua bondade materna e bem assim à sua pureza e beleza virginal, recorrem os homens de todos os tempos e lugares do mundo nas suas necessidades e esperanças, nas suas alegrias e sofrimentos, nos seus momentos de solidão mas também na partilha comunitária; e sempre experimentam o benefício da sua bondade, o amor inexaurível que Ela exala do fundo do seu coração. Os testemunhos de gratidão, tributados a Ela em todos os continentes e culturas, são o reconhecimento daquele amor puro que não se busca a si próprio, mas quer simplesmente o bem. A devoção dos fiéis mostra, ao mesmo tempo, a infalível intuição de como um tal amor é possível: é-o graças à mais íntima união com Deus, em virtude da qual se fica totalmente permeado por Ele — condição esta que permite, a quem bebeu na fonte do amor de Deus, tornar-se ele próprio uma fonte « da qual jorram rios de água viva » (Jo 7, 38). Maria, Virgem e Mãe, mostra-nos o que é o amor e donde este tem a sua origem e recebe incessantemente a sua força. A Ela confiamos a Igreja, a sua missão ao serviço do amor:
Santa Maria, Mãe de Deus,
Vós destes ao mundo a luz verdadeira,
Jesus, vosso Filho – Filho de Deus.
Entregastes-Vos completamente
ao chamamento de Deus
e assim Vos tornastes fonte
da bondade que brota d'Ele.
Mostrai-nos Jesus.
Guiai-nos para Ele.
Ensinai-nos a conhecê-Lo e a amá-Lo,
para podermos também nós
tornar-nos capazes de verdadeiro amor
e de ser fontes de água viva
no meio de um mundo sequioso.
Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 25 de Dezembro — solenidade do Natal do Senhor — de 2005, primeiro ano de Pontificado.
BENEDICTUS PP. XVI
[1] Cf. Jenseits von Gut und Böse, IV, 168.
[2] X, 69.
[3] Cf. R. Descartes, Œuvres, editado por V. Cousin, vol. 12, Paris 1824, pp. 95ss.
[4] II, 5: SCh 381, 196.
[5] Ibid., 198.
[6] Cf. Metafísica, XII, 7.
[7] Cf. Pseudo-Dionísio Areopagita, que, no seu tratado Sobre os nomes divinos, IV, 12-14: PG 3, 709-713, chama Deus, ao mesmo tempo, eros e agape.
[8] Cf. O banquete, XIV-XV, 189c-192d.
[9] Salústio, De coniuratione Catilinæ, XX, 4.
[10] Cf. Santo Agostinho, Confissões, III, 6, 11: CCL 27, 32.
[11] De Trinitate, VIII, 8, 12: CCL 50, 287.
[12] Cf. I Apologia, 67: PG 6, 429.
[13] Cf. Apologeticum 39, 7: PL 1, 468.
[14] Ep. ad Rom., Inscr.: PG 5, 801.
[15] Cf. Santo Ambrósio, De Officiis ministrorum, II, 28: PL 16, 141.
[16] Cf. Ep. 83: J. Bidez, L'Empereur Julien, Œuvres complètes (Paris2 1960) t. I, 2a, p. 145.
[17] Cf. Congregação dos Bispos, Directório para o ministério pastoral dos Bispos Apostolorum Successores (22 de Fevereiro de 2004), 194.
[18] De Civitate Dei, IV, 4: CCL 47, 102.
[19] Cf. Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 36.
[20] Cf. Congregação dos Bispos, Directório para o ministério pastoral dos Bispos Apostolorum Successores (22 de Fevereiro de 2004), 197.
[21] João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Christifideles laici (30 de Dezembro de 1988), 42: AAS 81 (1989), 472.
[22] Cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Nota doutrinal sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política (24 de Novembro de 2002), 1: L'Ossservatore Romano (ed. portuguesa de 25 de Janeiro de 2003), 42.
[23] Catecismo da Igreja Católica, 1939.
[24] Decr. sobre o apostolado dos leigos Apostolicam actuositatem, 8.
[25] Ibid., 14.
[26] Cf. Congregação dos Bispos, Directório para o ministério pastoral dos Bispos Apostolorum Successores (22 de Fevereiro de 2004), 195.
[27] Cf. João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Christifideles laici (30 de Dezembro de 1988), 41: AAS 81 (1989), 470-472.
[28] Cf. n. 32: AAS 80 (1988), 556.
[29] N. 43: AAS 87 (1995), 946.
[30] Cf. Congregação dos Bispos, Directório para o ministério pastoral dos Bispos Apostolorum Successores (22 de Fevereiro de 2004), 196.
[31] Cf. Pontifical Romano, Ordenação do Bispo, 40.
[32] Cf. cân. 394; Código dos Cânones das Igrejas Orientais, cân. 203.
[33] Cf. Apostolorum Successores, nn. 193-198.
[34] Cf. ibid., 194.
[35] Sermo 52, 16: PL 38, 360.
[36] Cf. Sulpício Severo, Vita Sancti Martini, 3, 1-3: SCh 133, 256-258.
Mau... ai o caralho!
VD, putita mal fodida, estás com o gás todo, caramba! Pá, aqui só para nós...
...tens calcário na serpentina?...
Sabem quem vos inspira estas sandices, os pensamentos luxuriosos e concupiscentes? É o Demo. ah ah ah ah ah
isto tá a precisar dum expurgo... g2, não tens aí nada pra foder as daninhas à volta dos malmequeres?
Atina-te, f.
- “Huh! E quem é afinal a senhora?”
- “Ó filhos, sou a VD…”
-“Tem algum recado especial…ou?”
- “Não filho….Espera, tenho. Diz ao senhor padre que eu mando dizer que a mulher, quando não é fodida, é uma vaca, uma usurpadora, uma puta rafada, uma falsa.”
-“Não precisa de se irritar. Será entregue.”
- “Pois.”
- “Olarilas.”
- “ Puta”.
Já tá no papo!
Obrigado Maria Padilha!
o chOURIÇO agora é todo meu!
MEU, MEU, MEU!!!!
Vem com o cu todo que é uma miséria, mas enfim...
Agradeço na mesma!
O meu clitoris hipertrofiado ainda se vai resfriar naquela corrente de ar.
ou então dum exorcista... não é preciso Deus existir para se ser possuído pelo Demo, pois não?
Claro que não. Nem o Demo.
Foda-se! O Leatherface é o chOURAS.
Uai. Num falai no chifrudo que atrai!
bem me parcia... chamem o campino ou um sapateiro qualquer (desde que more em Trancoso)...
Quereis levar com o livro de S. Cipriano?!!!...
Muito enrroladinho, pelo cu acima, claro.
enroladinho
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