Perco todos os dias, pelo menos por uma vez, dois minutos e trinta segundos (assim mesmo por extenso e em bold, para verem bem a quantidade de tempo que são dois minutos e trinta segundos) só para aquecer o leite dentro de uma chávena...
Ponho a chávena com leite dentro do microondas e depois... ali fico aquele tempo todo sem nada fazer, a ver a chávena a andar à roda, até que uns pi-pi's irritantes me digam "tira a chávena para fora, pá, que o tempo que escolheste esgotou-se".
Claro que posso aproveitar para pôr manteiga no pão, ou fazer sudoku, ou zapping na tv... Mas a verdade é que fico ali, hipnotizado, sem nada mais poder fazer, talvez seja esse o efeito que as ondas, ditas micro, provoquem nas pessoas, pelo menos nas que são boas pessoas e incautas, que é o que eu sou (entre outras coisas).
Não sei porque é que neste tempo de tanta tecnologia, de tanta evolução, de tanta procura pelo óbvio, de tanta guerra, de tanta trama financeira, de tanta ganância, de tanta fome, de tanta vida desesperada, de tanta mulher que não tem homem, de tanta luta por isto ou por aquilo, de tanta conversa fiada, de tanta angústia, de tanta avaliação, de tanta vontade de comer ovos moles, de tanta gripe, de tanta gente ao relento, de tanta tecnologia, de tanta ida às compras, de tanta mão dada, de tanta criança sem medicamentos, enfim, não haja ainda à venda leite aquecido à temperatura que cada um dos compradores queira...
É que não me conformo por ter de perder todos os dias, pelo menos por uma vez, dois minutos e trinta segundos do meu tempo que devia ser dedicado ao estudo dos malmequeres e das sementes que deles caem... (ou de outra coisa qualquer, claro)
E isso deixa-me angustiado!
domingo, 11 de janeiro de 2009
O tempo que se perde...
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19 comentários:
Obrigado por partilhares esta pérola connosco, g2.
Imagino que essas sejam angústias típicas de gente nova, coisas de tempos que já se me esvaíram na noite da memória, quando ainda não tinha queimado metade dos neurónios com coisas estupidamente boas...
É bonito ver moços novos com problemas existenciais. A maior parte da juventude de hoje em dia não tem qualquer tipo de preocupação que não seja arranjar um novo argumento para que os pais lhes comprem o telelé de última geração, e de preferência que combine com a cor do GTI.
Estás, pois, de parabéns, puto.
Diria mesmo mais: é em xavalos como tu que reside o futuro deste planeta!
Obrigado, pá... Até me vieram as lágrimas aos olhos, ca...raças!
Prontos, prontos, não comeces agora é cá com ideias, hã?
Nem nada... Neste momento, só ideia mesmo de ir dormir...
Que coisa tão retro hi-tech essa de aquecer leite em microondas!
Os nossos antepassados andaram milénios a aquecer o leite em fogões, lareiras ou fogueiras. Não vejo porque razão havemos de mudar esse hábito.
E durante esses milénios utilizaram para o efeito fervedores que não rodopiavam.
Por isso não augura nada de bom andar a beber leite de chávenas que rodopiam.
Como todos sabemos, uma chávena é uma tigela com a mão na anca.
Hummm....
Achas que os fervedores têm assim tantos milénios, pá?!
E dantes, os nossos ancestrais bebiam leite de dinossaura, pá que isso é que dava força...
Pois eu cá tenho para mim que pior do que esse flagelo da humanidade que são as mulheres que não têm homem, são as mulheres que têm homens que têm outras mulheres.
G2, sabias que nevou em Beja? E em Aljustrel, also!
Sabia, sim, comadre... Mas não sabia que tinha nevado em Aljustrel, ainda bem que me dizes...
Porque chamar flagelo da humanidade ao caso das "mulheres que têm homens que têm outras mulheres" ?
Que conceito judaico-cristão tão ginecocêntrico!
São precisamente algumas mulheres que proporcionam haver homens predispostos a saltar a cerca. Há milénios que isso acontece e em quase todas as culturas.
Os homens cobiçam a mulher do próximo menos do que as mulheres seduzem e saciam o homem da próxima.
E ainda bem, diz a Natureza, essa devassa.
e por falar em cornos...,
sim, g2, os fervedores existem há milénios também.
Acredita-se que os gregos e os romanos, nos seus tempos áureos, não bebessem leite diretamente da teta das vacas ou das cabras.
Acredita-se, sim... E claro que há peças dessas há milénios. Já Jesus Cristo no Evangelho segundo Saramago, levava com ele uma tijela que a mãe lhe deu. E quem sou eu para duvidar de tal fonte?
Os gregos e os romanos não bebiam leite de vaca nem de cabra: tomavam banho nele. Beber, bebiam vinho, os decadentes.
É sabido de ciência certa que os romanos bebiam leite da teta da loba, e que os gregos bebiam leite da teta da Sophia, por quem nutriam profundo philos.
Calha que, tradicionalmente, a teta da Sophia tendia a situar-se no baixo ventre dos peripatéticos (e não só) pensadores...
Anaximamem-mos!
Entales de mileitem-mos!
Pleitãonem-mos!
Esparmenidem-mos!
E, Banzé, mais uma vez não podia deixar de conacordar inteiramente contigo!
Vai ver in"Astérix, O Gaulês", ou "Astérix, le Gladiateur"...
Verás que é que bebiam as romanas pessoas, e em que leites se banhavam as romanas mulheres...
Ou vai ver in outros, claro...
E há uns Dum-dums que não valem nenhum…e é por isso que as mulheres não lhes ligam…
X's Ana
Mai'nada, X's Ana... Assim é que se fala... Se bem que de um dum-dum se espera somente que matem alguns mosquitos.
Diz-me: também te sentes angustiada com o tempo que o microondas te faz (eventualmente) perder?
Olá G2!
O meu micro ondas não me causa grande ansiedade mas deve ser porque é melhor que o teu! Mas posso perceber o que dizes quando penso no meu despertador e há agora umas balanças que falam que também me irritam!
Mas agora falando de outras coisas, onde arranjas esses deliciosos cartuxos?
X' s Ana
O meu microondas tem montes de botões e de luzes e apitos...
Balanças que falam, não tenho, só na farmácia é que há uma que, quando lá entro, desata a falar comigo, a fazer-me perguntas íntimas sobre o meu peso e sei lá que mais...
Os cartuxos (ou cartuchos, não sei) há na Pastelaria.Avenida em Aveiro-sur-Mer.
Não sei bem o nome do bolo. Não sei se o criador dele lhe deu esse nome por o achar anatomicamente parecido com um frade dessa ordem (então será cartuxo), se com aqueles cartuchos onde os merceeiros (já há poucos, mas ainda há) punha algumas compras das freguesas (e aí o bolo é um cartucho).
Resumindo: mais um dúvida causadora de ansiedade! Ai, valha-me Deus Nosso Senhor...
(Não mostres este comentário àquele cujo nome é melhor não dizer...)
:)
Ah, ah, ah!
As mulheres detestam ouvir as verdades. Aquelas verdades mais incómodas e tabu.
Como, por exemplo, o exigirem IGUALDADE em todos os sectores da sociedade, excepto no que toca a ir buscar as bilhas de gás, trabalhar nas obras, não passar mais de uma hora em cada boutique a experimentar roupa, ter uma equipa de futebol na 1ª Liga e consolar vizinhas carentes e boas.
dum,dum, tens toda a razão. E é por isso que eu também prefiro os homens.
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