Foi Assento da Sanita, pseudónimo de um regular pai de família, fazendo sair, de forma casuística, uma peculiar e distorcida visão da vida na aldeia sob a forma de saga picaresca. Isto num blogue francamente aos caídos. No entanto, não se perdem esses exercícios de escrita e interessa ora analisar as condições da real biografia do blogger que levaram à criação deste peculiar universo. Estarão na posse do autor ainda mais umas centenas de páginas, mistas de diário, mas tergiversando livremente. Da análise desse espólio é patente que Adozinda é inspirada na sua mulher-a-dias vestida de traços de Maria Papoila. Queixa-se várias vezes de esta levar porcos à socapa lá para casa e mesmo encetar descabidas práticas agrícolas pelos cantos da casa e a ter surpreendido em divagações auto-manipulativas com peixes comprados na loja de congelados: safios, pargos e peixes-espada. Difícil de dissuadir, foge ao patrão, que entretanto se fascinou pelo seu espírito simples mas profundamente livre. Uma página do diário diz assim: ‘ Vanessa [Adozinda] acoitou-se na dispensa e eu tentei convencê-la a deixar-me vê-la a introduzir no bordedo uma garoupa de cinco quilos e meio, besuntada com mel e pasta tandoori. Só consegui convencê-la depois de lhe garantir que não reclamaria a lata de goiabada que introduzira no recto e que agora tinha dificuldade em expulsar. Prometi-lhe sigilo e propus-lhe certas práticas inconfessáveis. A primeira consistia na adoração do bidé, com os seus vários anos de sarro junto ao bordo superior, do lado de dentro, enquanto eu vestia as roupas dela e ela usaria as minhas cuecas ensopadas em piri-piri logo após rapar os pêlos púbicos com uma lâmina de barbear já muito romba. Corri a anotar no meu diário literário que ‘trepou pela parede de azulejos acima e só largou o candeeiro dos lavabos após mangueiradas prolongadas’. Entretanto, descurara o trabalho doméstico e a roupa, loiça suja e porcaria em geral, amontoaram-se pela casa, a ponto de termos dificuldade em circular com facilidade. Vanessa parecia regozijar-se com o factos singelos como o esmagar com o pé, um triângulo de queijo ‘la vache qui rit’ amolecido do calor, quando inadvertidamente pisou umas truces minhas com coraçõezinhos e com os elásticos já à mostra que o continha por desleixo. À noite sossegava e contava-me como era perseguida por um burro, ou talvez por um tio – não se lembra bem – lá na aldeia, que era pirómano e incendiava as matas por gozo, mas que estava sempre a pedir-lhe que o acompanhasse a beber uma ‘malga dele’, sendo que o que ele queria era apanhá-la e forçá-la ao coito ano-rectal. Não percebi se logrou o seu intento, esse tio ou burro, mas certo é que as torcidas de Vanessa eram grossas como paus de eucalipto e ela largava-os frequentemente, pois já não ‘se segurava’. E era em qualquer lado: no tapete da sala, enquanto passava a ferro ou puxava lustro às alpacas. Os meus dias de solidão tinham sido preenchidos por Vanessa, que estou sinceramente a pensar desposar’. Assento acabou por não casar com Vanessa pois esta fugiu com a cobradora da electricidade que lá foi a casa na véspera do matrimónio. Teve AdaS de cancelar o faustoso casamento e até tinha limpo a casa. ‘Se é lésbica, o melhor é não casar, pois certamente se veria numa situação de infelicidade e aparência apenas por conveniência social’ – conclui AdaS no seu diário.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
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23 comentários:
Agora fico à espera da continuação.
"...E o cheiro do tomilho e da erva-luísa invadiu os campos" (quando Adozinda foi possuída pela funcionária da EDP :D:D)
Cá para mim, ficaram as duas impuras até à tarde...
O AdaS é já uma figura mítica da literatura nacional. Vamos fazer uma subscrição pública para editar uma primeira antologia?
Com um longo prefácio de pendor psicanalítico escrito por ti, ok?
A última frase do diário do adas revela influências de G.Eliot (em "A vida era assim em Middlemarch", por ex.). O que nos leva a pensar se não será também ele, uma gaja - questão a dilucidar no prefácio?
Oh! coño...
Quanto mais penso na antologia, mais me parece uma boa ideia...
Também eu! Até me lembrei de uma antologia de humor português que o Nuno Artur Silva publicou há atrasado, com muitos autores desconhecidos que não chegam aos calcantes aí do zíngaro... Era entrar em contacto com ele e propôr um 2º volume...
Exégèse du Courão (Venereal Ibn Disease) en dizuiti Volumes - 112ème édition revue et corrigée... cliquez sur les vd's pour découvrir un aperçu du produit et en juger la ...personalité du barrister d'el diablo...vareta?
ass ento de sanitarium?
é dificillis....
dilucidar vernácul español metido a latinório ejaculativo
é um block muy centrado na tertúlia ....podia ser peor
Arre pôrra, que já não aparecia aqui um caso de tão generosa lobotomia há muito tempo.
Este é dos antigos... Devíamos pôr-lhe umas ventosas e sangrá-lo.
E os linques para onde aquilo leva... Houvesse tempo, houvesse tempo.
O tempora! O mores!
Já dei uma espreitadela, mas não passei dos links à prática.
Mas é giro, a mistura de línguas... os conhecimentos à mostra... oxalá comente mais.
Aquilo é puta velha, com muitos anos de viragem de frangos no lombo, é só o que te digo, oh puto.
Quiçá...
Bora lá editar o AdaS e o Vareta! Eu arranjo quem pagine e entro nas despesas.
Mas isto não tinha morrido de alguma doença venérea daquelas muita más e difíceis de curar que arrebentam cus e fecham gargantas?!?!
Isso são bocas de sectores menos informados da população, que vivem da infame e vil difamação do bom nome e reputação alheiras.
Re puta são?
Mas alguém te tratou mal?!?!
Tal como o Livro Tibetano dos Mortos explica, ninguém aqui morreu - só estamos à espera de escolher em que é que vamos reencarnar. Rogo a gentil atenção de todos, então, para o facto de ser perfeitamente possível reencarnar na cona das vossas tias, conquanto sejam púberes e férteis.
Tias com conas púberes e férteis?...Eu prefiro reencarnar num ouriço-cacheiro, se não se importam.
...putas
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