quinta-feira, 24 de junho de 2010

OS CLUMBUMB, POVO DA FLORESTA



De um caderno de notas de campo de Sir Georges Humphrey William Davyies (1842-1911) o famoso explorador maricas das florestas da Nova Guiné.

"Os moluscos da família dos Cardiidae, são amêijoas de curiosos hábitos reprodutivos. A parada nupcial da amêijoa-macho começa com uns pulinhos apalermados em volta da fêmea, enquanto vai largando umas golfadinhas de gosma de amêijoa –‘Qnhiiic…esguich…qnhic’. A fêmea ignora o macho enquanto se esfrega nas amigas e pingam para o fundo mar pocinhas de langonha. No santuário de amêijoas ao largo das Ilhas Clambump, na Nova Guiné, os nativos aproveitam a gosma para rechear traças, que, depois de grelhadas na brasa são muito apreciadas, enquanto ao mesmo tempo enfiam e desenfiam repetidamente o pénis em cornos, se peidam na cabana colectiva e se riem todos. Particularmente hilariante é quando uma esguichadela atinge o olho de um dos anciãos da aldeia ou mesmo o xamã. Este último, acto contínuo, agita-se convulsivamente enquanto se borra na Árvore dos Antepassados. Outro aspecto curioso da cultura Clambump são os rituais de iniciação da puberdade dos rapazes que arrancam os prepúcios com uma faca de sílex já romba e os atiram para o meio das traças recheadas de gosma de amêijoa, onde crepitam. São particularmente apreciados pelas velhas da tribo, que os mascam com os poucos dentes que lhes restam, enquanto dizem ‘cauzi kn’gungo’- que quer dizer ‘que ricos coiratinhos’. Já no século XVIII o padre jesuíta Aníbal Pereira tinha descrito os estranhos concursos de evacuação desportiva dos Clumbump em que os rapazes da aldeia vão desenterrar os ossos dos antepassados, em frente aos quais colocam oferendas de batata-doce, porco e amêijoas panadas (com casca), patinhas de periquitos fritas e inhame. Depois colocam-se em frente, cada um ao seu antepassado e vão largando a larada e caminhando de cócoras aos esses tecendo curiosos desenhos tradicionais com significados mítico-religiosos. Quem evacuar em cima do antepassado ou –inadvertidamente – introduzir um fémur no anús, ganha um bónus que consiste em atar uma bexiga de porco aos testículos. Este acto, à mente ocidental aparentemente sem nexo torna os Clumbump extremamente felizes e mais ainda se beberem cabaças atrás de cabaças de uma bebida fermentada de mandioca com saliva. Enquanto isso, as raparigas frazem esfregas genitais de mel selvagem, amêijoas e tahoro (a medula de uma palmeira alimentar), chegando algumas mesmo a introduzir tahoros de meio metro e grossos como pernas nas vaginas calejadas e supurantes por causa das escarificações rituais representando espíritos da floresta. Durante este festival, que se realiza semanalmente e dura seis dias de cada vez, os rapazes embriagados, correm pela mata com os ossos dos antepassados entalados no ânus chocando com árvores, pelo que perdem muitas vezes os sentidos e ali ficam desacordados, perdem-se da aldeia , são sodomizados por orangotangos e nunca mais aparecem porque vão viver para a floresta entre os animais, podendo apenas voltar á aldeia para se casarem se trouxerem um dote de cinquenta vacas. Como não há vacas na floresta tropical de chuva da Nova Guiné, eles trazem dentes de ouro subtraídos a missionários ingleses e a coisa passa. A dança do ‘M’argnhh’ corresponde à passagem à vida adulta dos rapazes e são submetidos a duras provas como seja, serem sodomizados pelos guerreiros adultos que se põem em fila besuntando os membros com um unto feito de amêijoas trituradas com casca, piri-piri, areia e tahoro moído com a menstruação das raparigas. No final do festival, os Clumbump embebedam-se mais ainda e pegam fogo á floresta, o que normalmente os assusta fugindo em debandada e atirando as culpas uns aos outros."