quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Parabéns, Cocas!


quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Parabéns, Fininh0!!!!!





quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Solstício

terça-feira, 22 de dezembro de 2009


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009







sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Para o finO - a minha prenda de taNal!


Para que nunca te enganes, fininhO, com amizade do teu amigo Fpm. Bom taNal!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009











sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Festas Felizes




sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sócrates e o fatinho domingueiro

E, quando eu pensava não haver mais nada nesta criatura que me pudesse surpreender;



..eis que aparece o "...provinciano bem vestido."

domingo, 29 de novembro de 2009

Músicas...



Durante muito tempo achei que a língua portuguesa não era apropriada para ser cantada. Efeitos do muito lixo que por aí andava (e anda!).

Mas, se se ouvir o que deve ser ouvido, se quem canta souber alisar os ditongos nasais, abrir um pouco estas ou aquelas vogais, se quem compõe o faça sob influência de adequada musa e se quem escreve, o faça como quem ama, então a língua portuguesa é, afinal, muito apropriada ao canto.
Como alentejano, devia saber isso desde o primeiro dia da minha vida. Não sei quem ou porquê, me desviou a atenção, se eu até canto "modas" do folclore alentejano!

Enfim... Espero que gostem, enquanto (se) amam, ó bacorada ímpia, sois uma impossibilidade da natureza, bácoros bácorossexuais!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Serra do Marão e Porto



terça-feira, 24 de novembro de 2009

monta nestes... ALAZAR e ARMONA

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Dustin Humphrey





Um dia gostava de fazer umas assim. Não sei bem a que é que me estou a referir, se às ondas ou às fotos. Provavelmente às duas...


... e consta que não são montagem.

As fotos, claro.

Palhaço rico?

Ontem à porta do supermerc. uma senhora pedia esmola. Estranhei o ar dela, por bom que era. Pediu-me dinheiro. Disse que não tinha. Depois pediu-me algo alimentar. Disse-lhe que não tinha nada de alimentar no saco. Depois meteu a mão dentro de um dos sacos. Disse-lhe para tirar a mão dali, sff. Depois pediu-me que na próxima vez que ali fosse, que me lembrasse dela e que lhe comprasse alguma coisa de comer... Tudo com uma estranha arrogância, como se eu tivesse alguma culpa da situação dela... Mas o que mais me impresisonou foi o sangue-frio da senhora, que com um óptimo ar e +- bem vestida, ali estava, sem problemas alguns em pedir comida. Ou exigir, talvez seja mais correcto... Fiquei impressionado. Serão estes os novos pobres? Dass...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O fim do Reviralhismo...

O enorme fracasso para a oposição à ditadura em que se traduziu o ano de todas as revoluções, nome pelo qual ficou conhecido o ano de 1931, e em particular o insucesso do movimento do 26 de Agosto de 1931 e a ferocidade e eficácia da repressão que se lhe seguiu, marcou o princípio do fim do reviralhismo.
Depois de 1931, o reviralhismo foi perdendo força, acabando por desaparecer a partir de 1940, em parte devido à consolidação do Estado Novo e em parte devido ao ambiente social e político criado pela Guerra Civil de Espanha e pelo advento da Segunda Guerra Mundial, o qual desaconselhava aventuras insurreccionais. Outro forte contributo para o termo do reviralhismo resultou do repatriamento, em 1939 e 1940, dos principais líderes reviralhistas, em particular dos que se haviam fixado em Paris e que agora eram obrigados a capitular e regressar a Portugal face ao alastrar da guerra na Europa.
Para além das causas atrás apontadas, a partir do início da década de 1930 a estabilização do regime e o medo da instabilidade que se começava a sentir na Europa e dos efeitos da Grande Depressão levaram a um apoio crescente da pequena burguesia urbana à ditadura, vista agora como um oásis de estabilidade num mundo cada vez mais incerto. Neste contexto social, o movimento reviralhista torna-se progressivamente mais minoritário, movendo apenas algumas centenas de revolucionários dispersos pelo país e em muitos casos isolados nas colónias e no exílio europeu, muitos deles na clandestinidade.
A partir do início da década de 1940 o reviralhismo apenas subsiste, e cada vez mais esparsamente, nos relatórios confidenciais da PVDE/PIDE, que no período pós-guerra seguia cuidadosamente o percurso dos antigos reviralhistas, quase todos eles empenhados nas tarefas unitárias do Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF) e do Movimento de Unidade Democrática (MUD).
Com o fim do reviralhismo entrou-se num longo período de estabilidade político-institucional que apenas seria quebrado pelos acontecimentos que levaram ao 25 de Abril de 1974.
Na oposição, as estratégias de combate ao Estado Novo foram-se progressivamente afastando dos velhos caminhos insurreccionais, o Reviralhismo desapareceu da linguagem e da acção política, apenas para ser recuperado como memória pela historiografia contemporânea surgida após a Revolução dos Cravos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Prédio para Venda

Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa
Freguesia: São José
Área útil: 800 m2
Preço: 1.500.000 €
Zona/Local: Restauradores










domingo, 8 de novembro de 2009

... Merda acontece

... para o Fininh0, com muito carinho.




quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Show da Lucy ou da Maddie McCann?








segunda-feira, 2 de novembro de 2009

On Language



Calhou-me ontem, por intermédio de uma daquelas pessoas que me reconcilia com a noção da continuidade da espécie humana, ouvir uma palestra de Aldous Huxley, gravada nos anos 50 e habilmente convertida para mp3, como que num lembrete quanto à ideia da perenidade de tudo o que se diz on the record.

Calhou-me ontem, por intermédio da junção da marcenaria japonesa e da construção civil coreana, ouvir aquela palestra já tarde na noite, estendido num sofá de onde se viam pinheiros sacudidos pelo vento e a sua sacudida sombra numa parede imóvel. Esta frase é inútil; é até irritante porque há sempre algo de pretensioso em definirmos o “nosso” contexto. Está escrita, todavia, e escrevi-a porque, literalmente, embiquei para ali.

Dizia eu, então, que ouvi ontem uma palestra do Aldous Huxley. O seu título: “On Language”. Singelo e ambicioso, ao mesmo tempo. São 45 minutos em que o senhor fala, titubeia, vira umas folhas de papel, diz duas ou três graças e partilha. Partilha o que pensa, o que estava a pensar, o que tinha vindo a pensar. No caso dele, ouvindo-o, isso remonta a sabedoria. É isso então que ele partilha, sabedoria sobre este extraordinário sistema de símbolos. Sendo que Huxley era Huxley, a sua visão é abrangente, expressa numa forma elegante e é, também, profundamente sadia. Esta palestra faz bem.

Brevemente: sublinhando o carácter excepcional da linguagem humana no contexto animal; evidenciando o seu carácter determinante na existência da humanidade; e expondo muitas das suas limitações e alguns dos seus efeitos profundamente perversos, Huxley, como outros, traça uma clara distinção entre experiência e linguagem, apontando assim para aquilo a que chama a nossa natureza anfíbia. Fundamental, por ser uma verdade simples, experienciável e facilmente transmissível até por um meio tão corruptível como o é a linguagem, parece-me ser a repetição da ideia de que isto, esta linguagem, este conjunto de símbolos que agora nos é comum, não pode ser visto como um absoluto, ou seja, não deve permitir que, à semelhança do que sempre se fez, se escarneça, apedreje, enclausure ou execute quem haja por bem questionar a sua validade ou apontar coisas ou factos ou ideias que não “cabem” na linguagem como hoje a entendemos.

“Lá vem ele outra vez com aquela merda da linguagem”, pensarão vocês. Descansem; descansem que não é bem isso. O facto é que já aqui escrevi uma ou outra coisa que alinha com o teor da palestra de Huxley. E fez-me sentir uma frustração fininha, rememorando algumas coisas esta manhã, que uma palestra gravada nos anos 50, veiculando uma nova expressão de ideias que têm aparecido regularmente desde há milénios, só me tenha chegado aos ouvidos mais de 50 anos depois de ser gravada e, ainda assim, mercê da intervenção de uma daquelas pessoas que me reconcilia com a continuidade da espécie humana.

Essa frustração miudinha advém do que me parece ser a tendência para deixar as expressões do que é um (ou vários) pensamento pelo menos válido e de certa forma são, nas margens da expressão a que temos acesso, nas cimalhas das prateleiras da linguagem, onde só vai quem tiver paciência para subir o escadote ou se cansar de ter os tornozelos mordidos pela canzoada do mainstream. A imagem das cimalhas não tem a ver com qualquer ideia de “superioridade”, apenas de dificuldade de acesso. Há, porra; há mecanismos de auto-preservação deste sistema de símbolos e duas das suas principais armas são o ridículo e o white noise. Huxley ainda é um daqueles casos em que as pessoas conhecem o nome, até já leram o Admirável Mundo Novo, mas (MAS, claro, tinha que vir...) diz que ficou com a mioleira toda calcinada por mor da droga, não foi? Escreveu umas coisas sobre visões e o caralho, não foi? Ganda maluco, pá; inglês todo pipi e vai-se a ver era um janado daqueles!... Altamente! Mas outros, outros nomes, deixando-os apenas no volet de certa forma “contemporâneo”: Daisetzu Suzuki, Bertrand Russel, Alan Watts, Joseph Campbell, Christmas Humphreys, Witold Gombrowicz, Herman Hesse, mesmo... e sempre outros, outros nomes. Pode parecer uma salganhada, mistura de alhos com bugalhos; o que é facto é que todos eles foram num momento ou outro ridicularizados (alguns “reabilitados”, depois; alguns não) ou apenas ignorados porque o que diziam e escreviam não cabia na opinião dominante. É fácil: basta uma referência a escolas de pensamento orientais e lá vem o carimbo “ah!, é new age/auto-ajuda/mais um com a mania que é guru/tipo-Paulo Coelho”... Mais a mais se o discurso é simples, tendente a re-simplificar a visão sobre certos aspectos, logo se gera um “consenso académico” sobre a falta da validade de tudo aquilo, “disparates” sem solidez – porque ameaça o “Estado de coisas”, porque convida a pensar. E esse, esse é o novo pecado original. Pensar é impróprio, ainda para mais se não se consegue responder de imediato à pergunta “em quê?”. É uma vergonha e não deve ser feito em público...

Em virtude disso, passei por 17 anos de ensino sem que ninguém tenha tido a decência de explicar que o instrumento utilizado para tal, a linguagem, é apenas UM sistema de símbolos, conservador por natureza, que se arroga poderes que não devia ter como o de recusar considerar como válida qualquer experiência que não pode ser reportada por aquilo que se “costuma dizer”. O mesmo sistema que nos deu o conceito de “extraordinário” rejeita tudo o que não seja ordinariamente transmissível. Eu fui educado com uma linguagem absolutista e é ainda sob o seu jugo que vivo. E não tenho espaço, chiça. Não há espaço deixado fora da linguagem porque esta merda desta mente não se CALA, não consegue deixar de pensar com palavras, sempre e sempre e sempre...

Porquê, alguém me explica porque é que nas aulas de inglês no Ciclo Novo de Tomar não me mostraram a palestra do Huxley como inciação à língua inglesa em vez da tonteria do “Love me do” dos Beatles?

domingo, 1 de novembro de 2009

ANTÓNIO SÉRGIO (1950-2009)



Obrigado, pelo Som da Frente, principalmente.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Groselha


É refrescante ler o que Schoppenhauer escreveu sobre o espaço e o tempo – é refrescante ler Schoppenhauer, ponto final. Ainda que eu prefira groselha.

Felizmente, as duas coisas podem concorrer: posso sorver ruidosamente um copo de groselha com muito gelo (aqui não há groselha, donde que afinal não posso...) enquanto esfrego o focinho na ideia de que espaço e tempo são ideias, criações mentais, a nossa forma de “pôr ordem” no que experienciamos. Gavetas. Tupperwares para arrumos mentais.

Ora, se tanto pode ser dito sobre espaço e tempo, conceitos – CONCEITOS – aos quais se pode reconhecer alguma relevância e conveniência, será importante olhar à mesma luz para coisas como o dinheiro, o trabalho e o facto de supostamente estarmos integrados num “modelo” sócio-económico que já ninguém se lembra de ter escolhido e em que as decisões e acontecimentos parecem obedecer a uma causalidade de tudo quanto se toma por adquirido, por “nem é preciso dizer”, por “é mesmo assim”. Não conheço ninguém a quem os dias não “aconteçam”; ninguém que não seja “levado” na corrente do “tem de ser” inquestionado – ninguém em idade activa e com um emprego, pelo menos. De maneiras que ter Schoppenhauer numa mão, Roland Barthes na outra e uma simpática coreana a trazer-me a groselha à boca é o estado ideal para entreter a mioleira por uns minutos, tentando descortinar qual o motivo de andar tanta gente a correr de um lado para o outro e a fazer coisas.

É que isto de fazer coisas faz-me, em turno, impressão. Às vezes é giro mas o mais das vezes deixa de ser, assim que alguém diz “outra vez”. Extrapolando para um dia inteiro a fazer coisas, é uma grande chatice. E não tem um propósito; deixou de haver um propósito. Fazem-se coisas para alimentar o ciclo das coisas – e só não uso esse termo detestável da “coisificação” porque há, ainda, uma réstia miudinha de animalidade, de “vontade”, isto é: ainda há uma quota parte de responsabilidade assinalável de um factor natural nisto tudo, que se pode verter na bela expressão “fazem-se coisas para coisar”.

Pois é. Enquanto me engasgava com a groselha e cusipnhava a branca veste da coreana com pingos grossos de uma falsa menstruação e com um ou outro vestígio viscoso da vida a ser vivida nos meus pulmões, assomou-me uma consciência de que boa parte do “mal” está nos colhões. Podíamos localizá-lo noutros órgãos associados ao desejo mas colhões é palavra que (salvo seja) enche a boca e pode ser expelida com veemência e retumbância, algo que sempre se adequa aos pensamentos alimentados a groselha. O binómio dinheiro-colhões é um dos principais motores do actual estado de coisas. E porquê? Porque há uma ilusão, dentro da Ilusão, partilhada colectivamente e que faz crer que “coisas” potenciam a foda. E não falo do Viagra...

De certa forma, foder deixou de ser um acto físico e tornou-se, sob a formulação “querer foder”, na estrutura teórica do nosso existir. E sublinho TEÓRICA... ainda que o aumento da população mundial comprove a existência do lado prático. Até ao “grande milagre da progénie” trazer alguma ligeiríssima alteração de paradigma, o período que tem início no pós-instrução primária (para os mais lentos) é virtualmente determinado, parece-me, pelo querer foder. Independentemente do género, claro, factor que sempre contou para muito pouco com excepção de evitar alguns enganos embaraçosos no escuro. É o querer foder que dita, em primeiro lugar, a vontade de se “enfeitar”. Não venham com conceitos; venham com histórias mas não me venham com conceitos como “integração social” ou “aceitação social”... A tua filha, leitor, não te pede aquelas calças ou carteira ou pulseira ou o que for “porque as amigas também têm”; a tua filha quer aquele objecto porque não o tendo sente-se com menos hipóteses de que haja quem a queira foder. O teu filho não deixou de usar meia branca com sapatos de vela porque “os amigos faziam pouco”; deixou porque se continuasse a ser pató e pé de gesso tinha menos hipóteses de foder. Ou seja, desde a mais tenra idade, desnaturaliza-se o processo de “selecção natural” do parceiro sexual. As coisas, a aura material que se projecta, são encaradas como factores determinantes para o ensejo de foder. Vive-se num estado de MEDO, e esse medo é traduzível na expressão “se eu não parecer, não fodo”.

Estende-se a tudo; é também por isso que se vai para a Universidade, porque se crê que na Universidade há mais hipóteses de foder que trabalhando como magarefe ou calceteiro ou cerzideira ou bobinadeira – e, para além disso, pode abrir oportunidades para um emprego ou “posição” que, também esse, se comprove mais competitivo neste joguete para niños do “olha que bem que eu estou, bute foder?”. A raíz do problema está em que se juntam “pontos”, pontos esses que, chegada a hora, se mostram afinal não convertíveis em... foda. Mas como bons autómatos que somos, a foda, uma foda, qualquer foda, valida imediatamente toda a estupidez intrínseca ao processo – qualquer foda justifica a ida ao cabeleireiro, os ténis novos, o carro, a casa, o trabalho! A casa, sim; qual é a maior pressão para arranjar um emprego e sair de casa dos pais? A “independência”? Sim, se por isso entendermos ter um sítio para foder à vontade. Porque esse é outro espartilho: é preciso um sítio; é “ofensivo” que, citando o grande Assento, se “faça o amor” pelos cafés, pelas ruas ou no balcão dos congelados do LIDL... e a natureza do sítio é outro factor de competição. Entra-se nisto e é tal a pressão para ganhar pontos, para se parecer qualquer coisa que possa foder, que, de repente, nem "tempo" temos para... isso mesmo.

É que não há outro racional. Ou o sistema é puramente irracional ou, então, é ditado pelos colhões (num sentido universal que se estende a senhoras e senhores e ambíguos). E a alteração de percepção que a progénie possa acarretar pouca diferença faz: soma à continuada demanda por uma posição de alta fodibilidade a preocupação pela posição que os descendentes ocuparão nessa mesma competição. Uma pré-primária gira para que o miúdo não dê beijinhos a piolhosoas; uma carreira educacional que lhe permita ser “alguém”, ou seja: se ele ou ela não foderem, que não seja por incúria dos pais!! E dá-se-lhes quanto se pode e quanto não tivemos (e continuamos a acreditar que teríamos fodido mais se o tivéssemos tido; mais ou, pelo menos, outras pessoas).

Desafio-vos, então: parem um bocadinho, bebam uma groselha e pensem se há realmente necessidade de “fazer coisas” para se fazer sexo. E pensem na raíz última do estúpido conceito de “falhado” – o falhado, nos nossos dias, é o gajo ou a gaja que não fode e PARECE não ter hipóteses de o fazer, da solteirona amargurada ao sem abrigo que cheira a mijo. A ligação mental entre prosperidade e atractabilidade sexual é ainda mais perversa e perniciosa que a ideia de um Banco Central e da “dívida original”.
Animalize-se o que é animal! Cheirem-se, toquem-se, lambam-se, rejeitem-se, aceitem-se, em autocarros, em carros, em rotundas, no Colombo, no Casal das Aboboreiras, na Praça de São Pedro! E agora estão alguns a pensar “Ah pois! E o dinheirinho para ir foder à Praça de São Pedro?! Isso é tudo muito bonito mas é para quem pode! Eu tenho que penar todos os dias para mandar uma por mês em Alhos Vedros!”... E, assim sendo, eu incarno na imagem budista do mosquito e do touro de ferro e bebo mais uma groselha.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

DOS AUTOS DE JOAN ARAÚJO




No anno da graça de N. Sr Iesu Christo de mil trezentos e noventa e does, ao sétimo dia de Juño, pelas matinas, Joan d’Araújo, cavaleiro, mestre d’ abóbada, tabelian do Tribunal d’Evora, Alcalde de Sousel foi em muihieramá tomado de sesões, feluxos e diarreias do ventre por ter comido carne de prediz podre dada por hum mau judeu, que foi apedrejado e queimado no pelourinho d´Evora, por sorte duã gran maldade no dia de Santa Maria e inda o seu amigo de vis amores carnais Luís Melgaz, fillo de Joan Melgaz também enforcado, queimado e acusado de perro judeu e por ter comido choiriças de galiña na seista feira santa e inda de muita impiedade e brutxaria. Leu o perlado dominicano do Santo Ofício duas perdictas de acusaçon ao judeu e o mregullou em augoa a ferver e arrancou as uñas dos pés, uma a uma e por grande força does fortes homes o cevaram por traz que ele ainda gostou e mais o padre dominicano que taobém pedio para els lle cevarem o traseiro a bruta e desatou aos brados empurrando um largo tallo de cove nas entrañas e mais hu jumento com gran verga que ali estaua de um mafareque sarraceno que vendia latas e unguentos banfazejos para as carnes saídas dos homes por cagar grossas tercidas. Pôs u padre na bouca a pitcha du burro e dise do demo muitas loas qãndo o burro largou muitos leites na pança do padre que até esguijou das orellas. Deu noticia em muitas légoas dali e uieram muitos homes de jeito como melheres ver do burro que dele se agradaram e da sua verga grosa.

(como são raras e boas as bostas do Varreta Charreta... desta maneira penso serem republicáveis de quando em vez...)



Eu sou um adulto de merda

Foi na segunda-feira. Tive um jantar de trabalho que se seguiu a uma tarde de trabalho e a 15 minutos de lazer, num café, a ler o volume das Very Short Introduction da Oxford University Press sobre o Kierkegaard, esse enfermiço com a mania que era mais esperto que os outros. O jantar era tipo-bufete (o que eu gosto da palavra bufete... faz-me sempre pensar em adoptar bufette como estrangeirismo oficial para denominar uma bufa menor) e havia vinho chileno e vinho de arroz coreano. Tudo isto como cuidada construção de contexto para o primeiro punch-line deste texto: minutos depois do jantar, esborracei-me todo. Salvo seja. Fi-lo como deve ser, devidamente sentado sobre tampa plástica aposta em vaso cerâmico próprio, com descarregador de água apenso.
A questão é: porque raio há-de isto ser um punch-line? Porque raio há-de isto ser "escatológico", "grosseiro", de mau tom? É a verdade verdadinha. O próprio Kierkegaard esborraçava-se todo enquanto cogitava sobre o milagre da fé. E eu, que corri para um café depois do jantar, cantando salmos à legislação que obriga estes espaços a terem instalações sanitárias, caguei-me copiosamente depois de um serão de polida conversa de salão e ditos de espírito.
Não sei quem a encetou mas há uma campanha velha de séculos tendente a uma gradual desnaturalização do ser humano. E é (praticamente) global. Apesar de poder ser vista como sintomática das grandes falácias do pensamento ocidental (do "eu" controlador, superior e incorpóreo, preso na suja realidade do esburacado corpo), o facto é que também no oriente não se caga em público. Há uma marca de expiação sobre os nossos testemunhos de animalidade, de naturalidade. São "coisas nossas", feitas com carácter reservado - quando são precisamente aquilo que nos unifica. Não propugno por uma liberalização plena das funções excretórias - mas interrogo-me, por exemplo, porque é que, se não temos divisórias entre urinóis, nas casas de banho para senhores e crianças em idade escolar, porque é que as temos entre sanitas? E porque é que persiste a separação de géneros nas casas de banho? Porque é que eu não poderei ir à casa de banho de um café e perguntar à senhora que relaxadamente muda o penso se a sanita ao lado dela está ocupada? Se ninguém se incomoda com mudanças de fralda; se toda a gente acha graça à criancinha que diz "tenho chichi", que raio há no corpo adulto que motive tanto nojo, desconfiança e "moralidade" saloia? Há merda? Há em todos, que diabo! Nos novos como nos velhos, na Cristina Candeias como no Bento XVI.
Irrita-me um poucochinho, esta desnaturalização, porque eu a acato. Não só na hora de defecar mas em outras circunstâncias. No supermercado maior e mai'barato do bairro onde agora resido, só vendem papel higiénico em volumes adequados a famílias numerosas. Eu bem procurei mas debalde: o volume mais pequeno tinha 16 rolos MAS trazia mais 6 de bónus... E eu, confiando numa gestão criteriosa do inventário que ainda tinha em casa, não comprei. Não comprei porque me sentiria incomodado, nos 15 minutos de caminho entre o supermercado e a minha casa, ao passear frondosos 22 rolos de papel higiénico. Admito: nunca me ocorre coisa nenhuma quando vejo alguém passar carregando enormes volumes de papel higiénico. Mas se tal tarefa me é incumbida, logo eu interpreto cada olhar que me é dirigido como um "eh lá!! vai ser carilada potente, hoje, hein?" ou "com um cu que mal enche as calças queres tanto papel para quê?" ou "este deve ser daqueles que deixa as paredes da sanita bem rebocadas!". E sinto-me estúpido. Limitado. Timorato. Ímpio. Sarkozy. A campanha resulta. Eu sou um bocado desnaturalizado, como o leite é desnatado. Escagaço-me quando a natureza o clama - mas escondo-o, não só o acto como os acessórios, qual Pedro negando Cristo três vezes. Não quero ser visto em sociedade na companhia de papel higiénico (aquela coisa volumosa, sempre com mascotes ridículas que tentam tornar mais "suave" a sonora proclamação EU VOU CAGAR!...).
E estende-se a muito mais, a desnaturalização. Porque é que não é "aceitável" que um casal se despeça numa ocisão social com um "bom, nós vamos andando que eu e o meu marido queremos ir foder"? Porque é que a razão há-de-ser sempre os miúdos, a reunião da manhã ou a chaleira eléctrica que se calhar está ligada? Nenhuma das fórmulas "interessa" a quem a ouve; nenhum anfitrião quer saber da reunião ou da chaleira ou da escalfeta - ou da foda. Mas isto, meus amigos, isto é que a pedra de toque! A desnaturalização fez-se pela linguagem! Como é que pode haver um conceito como o de "linguagem ofensiva"? Ou "insulto"? Ou calão? Ou grosseirice? Ou ordinarice? Expliquem-me. COMO? É a auto-censura da linguagem um imperativo categórico kantiano? Se está ligado (por quem a defende) a qualquer espécie de moral universal, o argumento colapsa pelo pressuposto que um elemento universal pode ser universalmente experienciado através de um meio não-universal como o é o caralho da linguagem, pá!! Porque raio é que se cantam loas aos que captam "a beleza plástica da crua realidade da pobreza/droga/guerra/instituições com muitas pessoas com ar triste" e ninguém reconhece o fino recorte poético de uma expressão como cona da tua mãe? Sim; gostava que alguém me dissesse um dia: "Sabes, estava aqui a pensar gratamente na cona da tua mãe e em quão bendito é o fruto dali saído, Vareta." A cona da mãe de alguém de quem gostamos é um santuário original, um ponto de gratidão ao qual não é preciso prestar tributo directo.
Fica assim prometido: da próxima vez que fôr estrumar a porcelana, talvez sorria com bonomia lembrando-me dessa parte integrante disto tudo e do quanto isto tudo é intrinsecamente bom: as conas das vossas mães. E a da minha, também.

By Vareta

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A propósito de postas...














POSTEM, PORRA!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Ei-lo que regressa...

Eu sou um adulto de merda

Foi na segunda-feira. Tive um jantar de trabalho que se seguiu a uma tarde de trabalho e a 15 minutos de lazer, num café, a ler o volume das Very Short Introduction da Oxford University Press sobre o Kierkegaard, esse enfermiço com a mania que era mais esperto que os outros. O jantar era tipo-bufete (o que eu gosto da palavra bufete... faz-me sempre pensar em adoptar bufette como estrangeirismo oficial para denominar uma bufa menor) e havia vinho chileno e vinho de arroz coreano. Tudo isto como cuidada construção de contexto para o primeiro punch-line deste texto: minutos depois do jantar, esborracei-me todo. Salvo seja. Fi-lo como deve ser, devidamente sentado sobre tampa plástica aposta em vaso cerâmico próprio, com descarregador de água apenso.
A questão é: porque raio há-de isto ser um punch-line? Porque raio há-de isto ser "escatológico", "grosseiro", de mau tom? É a verdade verdadinha. O próprio Kierkegaard esborraçava-se todo enquanto cogitava sobre o milagre da fé. E eu, que corri para um café depois do jantar, cantando salmos à legislação que obriga estes espaços a terem instalações sanitárias, caguei-me copiosamente depois de um serão de polida conversa de salão e ditos de espírito.
Não sei quem a encetou mas há uma campanha velha de séculos tendente a uma gradual desnaturalização do ser humano. E é (praticamente) global. Apesar de poder ser vista como sintomática das grandes falácias do pensamento ocidental (do "eu" controlador, superior e incorpóreo, preso na suja realidade do esburacado corpo), o facto é que também no oriente não se caga em público. Há uma marca de expiação sobre os nossos testemunhos de animalidade, de naturalidade. São "coisas nossas", feitas com carácter reservado - quando são precisamente aquilo que nos unifica. Não propugno por uma liberalização plena das funções excretórias - mas interrogo-me, por exemplo, porque é que, se não temos divisórias entre urinóis, nas casas de banho para senhores e crianças em idade escolar, porque é que as temos entre sanitas? E porque é que persiste a separação de géneros nas casas de banho? Porque é que eu não poderei ir à casa de banho de um café e perguntar à senhora que relaxadamente muda o penso se a sanita ao lado dela está ocupada? Se ninguém se incomoda com mudanças de fralda; se toda a gente acha graça à criancinha que diz "tenho chichi", que raio há no corpo adulto que motive tanto nojo, desconfiança e "moralidade" saloia? Há merda? Há em todos, que diabo! Nos novos como nos velhos, na Cristina Candeias como no Bento XVI.
Irrita-me um poucochinho, esta desnaturalização, porque eu a acato. Não só na hora de defecar mas em outras circunstâncias. No supermercado maior e mai'barato do bairro onde agora resido, só vendem papel higiénico em volumes adequados a famílias numerosas. Eu bem procurei mas debalde: o volume mais pequeno tinha 16 rolos MAS trazia mais 6 de bónus... E eu, confiando numa gestão criteriosa do inventário que ainda tinha em casa, não comprei. Não comprei porque me sentiria incomodado, nos 15 minutos de caminho entre o supermercado e a minha casa, ao passear frondosos 22 rolos de papel higiénico. Admito: nunca me ocorre coisa nenhuma quando vejo alguém passar carregando enormes volumes de papel higiénico. Mas se tal tarefa me é incumbida, logo eu interpreto cada olhar que me é dirigido como um "eh lá!! vai ser carilada potente, hoje, hein?" ou "com um cu que mal enche as calças queres tanto papel para quê?" ou "este deve ser daqueles que deixa as paredes da sanita bem rebocadas!". E sinto-me estúpido. Limitado. Timorato. Ímpio. Sarkozy. A campanha resulta. Eu sou um bocado desnaturalizado, como o leite é desnatado. Escagaço-me quando a natureza o clama - mas escondo-o, não só o acto como os acessórios, qual Pedro negando Cristo três vezes. Não quero ser visto em sociedade na companhia de papel higiénico (aquela coisa volumosa, sempre com mascotes ridículas que tentam tornar mais "suave" a sonora proclamação EU VOU CAGAR!...).
E estende-se a muito mais, a desnaturalização. Porque é que não é "aceitável" que um casal se despeça numa ocisão social com um "bom, nós vamos andando que eu e o meu marido queremos ir foder"? Porque é que a razão há-de-ser sempre os miúdos, a reunião da manhã ou a chaleira eléctrica que se calhar está ligada? Nenhuma das fórmulas "interessa" a quem a ouve; nenhum anfitrião quer saber da reunião ou da chaleira ou da escalfeta - ou da foda. Mas isto, meus amigos, isto é que a pedra de toque! A desnaturalização fez-se pela linguagem! Como é que pode haver um conceito como o de "linguagem ofensiva"? Ou "insulto"? Ou calão? Ou grosseirice? Ou ordinarice? Expliquem-me. COMO? É a auto-censura da linguagem um imperativo categórico kantiano? Se está ligado (por quem a defende) a qualquer espécie de moral universal, o argumento colapsa pelo pressuposto que um elemento universal pode ser universalmente experienciado através de um meio não-universal como o é o caralho da linguagem, pá!! Porque raio é que se cantam loas aos que captam "a beleza plástica da crua realidade da pobreza/droga/guerra/instituições com muitas pessoas com ar triste" e ninguém reconhece o fino recorte poético de uma expressão como cona da tua mãe? Sim; gostava que alguém me dissesse um dia: "Sabes, estava aqui a pensar gratamente na cona da tua mãe e em quão bendito é o fruto dali saído, Vareta." A cona da mãe de alguém de quem gostamos é um santuário original, um ponto de gratidão ao qual não é preciso prestar tributo directo.
Fica assim prometido: da próxima vez que fôr estrumar a porcelana, talvez sorria com bonomia lembrando-me dessa parte integrante disto tudo e do quanto isto tudo é intrinsecamente bom: as conas das vossas mães. E a da minha, também.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Ou
Já lavavas mas era os pés.






segunda-feira, 19 de outubro de 2009

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA!!


Após as escandalosas imagens em que a cctriz M.P. tentou ridicularizar os Portugueses e onde chega ao ponto de ESCARRAR numa fonte histórica, a dita actriz foi vítima de 2569 escarradelas enquanto se passeava NUA no Parque Eduardo VII!
"Cá se fazem, cá se pagam!", dizia um dos populares ...
Que exagero...

eheheheh

Embrulha, ó abichanado!

Abstinência



segunda-feira, 12 de outubro de 2009

ESPLANADA À BEIRA-TEJO EM 2012




Por acaso até acho que a história dos contentores é uma tempestade num copo de água. Preocupa-me mais a intensidade de construção à beira-rio entre Alcântara e Algés. Mas nunca se sabe. Aqui fica uma imagem futurológica. E a foto até é minha. Não digo é onde a fiz! Tungas.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

As bandas filarmónicas...














...ou "The filarmonic bands" em escocês, são uma das 80 maravilhas do mundo, cá para mim. Sempre que posso, aí vou eu atrás delas, se elas forem na rua a tocar. Este fim de semana, lá no burgo dos ovos moles, houve um concerto com montes delas, no sábado à tarde. Regalei-me!

Da última vez que tinha ouvido uma banda destas, foi aquando do casamento daquele soldado que assistiu, incrédulo, à maneira como o seu general camuflou os canhões, com areia, lembram-se?!

Pois ele regressou à aldeia e casou com a namorada, de faces coradas e carnes cheinhas. Um amor de menina a quem ele disse assim que lá chegou:
"Casas comigo, Mariana?"
"Caso, sim, Manuel", respondeu ela, a carinha laroca ainda mais brilhante,
"Então vamos começar a casar já", disse o Manuel, o olho guloso não brilhava menos,
"Aqui?", perguntou ela, com medo,
"Sim aqui, porquê?", ele impaciente,
"Estamos nas traseiras da igreja, não será pecado?", questiona ela a olhar para todo o lado,
"Pecado é não casarmos já aqui, deita-te aqui mesmo que eu explico-te tudo, na tropa aprende-se tudo, basta ver como o meu general camuflou os canhões debaixo de areia, vai daí o inimigo chegou e desmanchou-se a rir, a gente aproveitou a risota deles e demos-lhe um arraial de porrada, se calhar o nosso general era mais esperto do que nós pensávamos. Graças a ele a guerra acabou e nós vamos casar e é já, que já se faz tarde...", o discurso deixou-o cansado, mas não tanto que não agarrasse logo na magana e não lhe desse um beijo que se ouviu do outro lado da aldeia.
"Sim, meu herói, anda, mostra-me as medalhas e casa comigo...", disse ela toda derretida!

Se eu pudesse, tinha uma banda filarmónica (Filarmonic band em escocês) só para mim...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

GLÓRIA DA MANHÃ, UM FRADE




Bojudo fradalhão de larga venta,
Abismo imundo de tabaco esturro,
Doutor na asneira, na ciência burro,
Com barba hirsuta, que no peito assenta:

No púlpito um domingo se apresenta;
Pregas nas grades espantoso murro;
E acalmado do povo o grão sussurro
O dique das asneiras arrebenta.

Quatro putas mofavam de seus brados,
Não querendo que gritasse contra as modas
Um pecador dos mais desaforados:

"Não (diz uma) tu padre não me engodas:
Sempre, me hé-de lembrar por meus pecados
A noite, em que me deste nove fodas"!

Bocage

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

É embarcar, senhores, é embarcar!

Palvras para quê? Só embarca quem quer...

Eu não, cosa-se!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009


sexta-feira, 25 de setembro de 2009

UMA NOITE BEM PASSADA NO CIRCO ALEGRIA


No Circo Alegria passava-se fome. O leão velho e esquelético já não queria engolir o domador. A tenda do Circo Alegria estava toda esburacada e já nem os diligentes remendos que a mulher barbuda fazia o deixavam de fazer parecer um queijo suíço. As placas de merda era muitas agarradas á lona da tenda e as espias tinham nós e remendos feitos com arames. O palhaço pobre masturbava-se, embebedava-se, tomava comprimidos e coleccionava cromos de jogadores de futebol suados e bem apessoados. Os trapezistas estavam gordos e drogavam-se como metadona-cristal. Os fabulosos irmãos Tuva, os cavaleiros mongóis, tinham também já caldado os cavalos e o prestidigitador Ming, O Impiedoso, via vultos e ouvia vozes vindas da cartola. As constantes inalações de cianoacrilato causavam-lhe inchaços abdominais, olhos injectados de sangue e alucinações em que mantinha longas conversas com a sua pomba Isilda e o coelho Arnaldo Bettencourt sobre coisas desinteressantes como Roland Barthes, Santo Agostinho e Alvin Toffler. Os filhos do palhaço achavam o pai um monte de merda, diga-se e, andavam a preparar-se para o matarem com gás fechando-lhe a cabeça no forno e calafetando me volta do pescoço com massa folhada. A mãe era um transsexual chamado Chico que enquanto zurzia a bufa do domador de leões, lhe rebentara uma variz e morrera esvaída numa poça de sangue. Rolando, o filho mais velho do palhaço era coxo, manco e marreco e enfim uma criatura amarga e corroída pelo ódio à mãe, apesar de ela já ter morrido. Tinha pintado na sanita com tinta vermelha a palavra ´mãe’ e também denominara uma cadela tinhosa com o mesmo epíteto. Énio Correia Neto de Carvalho, o seu irmão, invejava-o mortalmente e no íntimo desejava a sua morte. Urdiu um estratagema para eliminar o irmão envenenando-o com urina de burra macerada em trigo roxo. Isto porque Rolando todas as noites costumava beber urina às escondidas do irmão antes de se deitar. Énio, como era seu hábito foi tratar de Cunegundes, a burra. Tirou-lhe a fralda para adultos incontinentes ensopada em urina e torceu-a para um alguidar onde previamente tinha despejado três quilogramas de ´racumi’. Ria-se de boca escancarada e ouvia-se gorgelejar a gosma que tinha nos brônquios. Emídio, um dos anões, olhou libidinosamente a fralda de Cunegundes e esperou que Énio se afastasse por momentos e embrulhou o instrumento com a fralda e meneou-o até atingir o paroxismo carnal nos polímeros absorventes. Rolando viu e decidiu puni-lo zurzindo-lhe o crânio até ao escalpe com uma sertã. Como o anão morreu acto contínuo, Rolando e Énio tiveram de enterrar ali mesmo na arena do Circo. Mas com uma mão de fora, para ir batendo umas pívias ao pessoal e aos cavalos também, coitados, que também são gente.

FIM.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ponyo à Beira-Mar

By Hayao Miyazaki.
Um dos melhores filmes de animação que vi nos últimos tempos. Para miúdos e graúdos.

E muito recomendável também para certos e determinados fulanos e beltranos (e até mesmo alguns sicranos) que aqui vêm às vezes e para quem a natureza foi pouco generosa no momento de distribuir sagacidade, bom senso e maneiras.

Tem cores bonitas e muitos movimentos do mar e dos peixinhos, e a gente entretemo-nos, embasbacados, a olhar para os bonequinhos. E para o mar, sobretudo, para o mar.

Ora vão lá ver e depois digam-me se não é assim mesmo.

domingo, 13 de setembro de 2009

Bed and Breakfast Man

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

VENUS DAS PELES (2ª versão, corrigida e aumentada)




As pútridas peles desfaziam-se, escorrendo, quase até meio das coxas eivadas com crostas sanguinolentas argamassadas com pintelhos encravados infectados, purulentos e onde passeavam os ácaros da sarna ociosos e tinham fermentado os coágulos menstruais ,em postas, agarrados às cuecas já consumidas pelos ácidos da urina. Na perna de moça rude do campo, varicosa e com a pele a rebentar de gorda, luziam os refegos pegajosos de suor velho, mor das muitas chouriças, toucinheiras, pingos, refogados apuradíssimos e banha corada que comia á bruta atafulhando os dedos quase até ao esófago e entorpecendo o fígado já meio-podre. Os dedinhos dos pés de porquinho adejavam artríticos e palhaços dentro das socas bem coalhadas por chorume seco, mijanceira de vaca, cagalhões de burro e picos de tojo. Umas atrás das outras, as malgas porcas, rachadas e roxas de sarros vários, rasas de sopas-de-cavalo cansado com um cheirinho marchavam goela abaixo, acompanhadas de canecas de acre vinho caseiro e aguardente. Peidava-se Adosinda na sua na sua fístula anal, fazendo-a esguichar pus. Ela era a pastora mais galhofeira e puta de Azenha das Cachoças. Dava a greta malcheirosa a todos os homens das redondezas, incluindo Adérito, o parvo da aldeia, que não se lavava há muitos anos e cujas miudezas eram uma cristalizada e ressequida pasta de esmegma crocante. Peidava-se com aerográfico molho e aspergia de rala desenteria o banco parideiro que usava para estar á mesa, deixando uma espécie de negativo castanho das nalgas quadradas impresso no assento. Por vezes, esguichos mais generosos e amarelados atingiam a queijeira de rede onde curtiam queijos e enxúndias de galinha com açúcar mascavado com que curava as hemorróidas.

Severino tremia de prazer e amor quando ela regorgitava as côdeas avinhadas e azedas, os restos das papas de linhaça e pequenas concreções de sarrabulho mal digerido e revirava os olhos no torpor alcoólico das tardes quentes; mesmo antes de ir dormir para a vacaria após engolir um baçaço com três valiums. Ele gatinhava nu por debaixo da mesa, apenas com uma fralda para adultos e a bosteada coleira do bode (com badalo e tudo), lambendo-lhe os informes pés botos, calosos e com rachas ulceradas que supuravam na pouca pele que assomava do meio da bosta incrustada. Com pústulas, panarícios, escrófulas, furúnculos, matacanhas e um saliente joanete roxo e inchado que o deixavam extático, ele venerava-lhe os pés: amava-os ferverosamente. Ela, que perdia o tino quando bebia mais de cinco litros, zurzia o padre com uma chouriça comprida já seca de anos, bradando:’Sus! Toma tó!Varrasco sem picha, catafodo. Que se te coalhe a aguadilha nos alforges e tenhas uma doença! Anda lá cabresto dum raio, néscio ataloumado, que ‘tarrefinfo uma pisa que vomitas pus e fel o resto do mês!, ah ah ah…anda cão sarnento e com um quisto a sair do cu!’ Isto enquanto cuspia os molares podres e a gosma coalhada mais renitente do fundo dos brônquios para cima do pároco. Ele lambia-lhe as pústulas esbranquiçadas da lepra com um fervor religioso enquanto esfregava o escroto suado nas páginas amarfanhadas da edição em fascículos da Vulgata Latina, o ‘verdadeiro Borda d´Agua eclesiástico’. Ele depois soerguia-se e abocanhava e chupava com repenicos uma das abadanadas e cancerosas peles que escorriam viscoso muco cinzento-amarelado, fremente de excitação - para ela o repelir a seguir à chouriçada no meio da testa e escarrando-lhe nos olhos multicolores lagostas. Apertando as gordas peles uma contra outra, fazia esguichar o muco grumoso e purulento para o chão enquanto expelia merdosos segmentos de ténia e oxiúros que saltitavam por entre as côdeas de broa e laradas secas com feijões espalhadas debaixo da mesa. Depois de lhe ter enterrado a chouriça até ao cordel pelo traseiro acima, o padre cagava sangue tentando tancar a hemorragia com um talo de couve penca enquanto Adosinda lhe malhava na cabeça com uma tresloucada brutalidade animalesca e esfregava freneticamente a bernarda com uma pinha. Ele gania, urrava, grunhia, babava-se e bradava por Nossa Senhora de Fátima para dentro do bacio de esmalte azul ás pintinhas onde Adosinda, a sua Vénus, tinha momentos antes, urinado pelo cú -mor da fístula que unia os canais vaginal e rectal e vomitado as migas de baço e glândulas salivares de porco, com chocolate, óleo, bacalhau, caganitas de coelho (um fetiche que tinha, pois gostava de as sentir a trincar entre os pivots partidos e ferrugentos) e um garrafão de marrasquino - ‘És uma merda, carago, se a parteira não estivesse a fazer outro desmancho em Eiró da Picha a cargas de agulha de croché, tinhas ido parar à estrumeira assim que saíste do vazadoiro da tua puta da tua mãe, com com seis meses de barriga como o outro, ai tinhas, tinhas... padre de merda!’. E ele: ‘- Ah, sim... Pois tinha; eu sou indigno de viver e a minha mãe não gostava de mim...Por isso é que pedia ao meu pai quando bebia muito para me estuprar à bruta…Sou um indigno emplastro merdoso, que só mereço ser espancado e pisado’ - ‘ Cala-te, caralho! ‘Tafodo, corno...’ E pumba! Mais uma chouriçada nos dentes do padre.

Hello Again (The Cars)

1984. Video do caraças! Nesta altura, o filme estava cheio daquela merda fosca que os gajos usavam para tapar as mamas e tal........

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A VÉNUS DAS PELES




As peles descaíam-se-lhe, flácidas, quase até meio das virilhas eivadas com mal semeados pintelhos encravados, purulentos e onde passeavam os ácaros ociosos, pois tinham apodrecido as cuecas consumidas pelos ácidos da urina. A perna gorda e varicosa de moça rude do campo luzia gorda das muitas chouriças e toucinheiras que comia á bruta atafulhando os dedos quase até ao esófago. Os dedinhos dos pés de porquinho adejavam palhaços dentro das socas bem coalhadas por chorume seco e picos de tojo. Umas atrás das outras, as malgas rachadas e roxas, rasas de de sopas-de-cavalo cansado marchavam goela abaixo acompanhadas de canecas de acre vinho caseiro. Peidava-se Adosinda, a pastora mais galhofeira de Azenha das Cachoças. Com molho, claro está, deixando uma espécie de negativo castanho das nalgas quadradas no banco parideiro que usava para estar á mesa.

Severino amava quando ela regorgitava as côdeas avinhadas e revirava os olhos no torpor das tardes quentes e antes de ir dormir para a vacaria. Ele gatinhava debaixo da mesa lambendo-lhe os pés calosos e gretados. Com pústulas, panarícios e um saliente joanete que o deixavam extático, lambendo-o. Ela, que perdia o tino quando bebia, zurzia o padre com uma chouriça comprida já seca de anos, bradando:’Sus! Toma varrasco, catafodo, anda lá cabresto dum raio, néscio ataloumado, que ‘tarrefinfo uma pisa que vomitas pus o resto do mês!, ah ah ah…anda cão!’ Isto enquanto cuspia os molares podres e a gosma coalhada mais renitente do fundo dos brônquios para cima do pároco. Ele lambia-lhe as pústulas da lepra com um fervor religioso enquanto se esfregava nas páginas amarfanhadas da edição em fascículos da Civitas Dei, o Verdadeiro Borda d´Agua eclesiástico. Ele depois soerguia-se e abocanhava uma das abadanadas peles que escorriam viscoso muco, fremente de excitação - para ela o repelir a seguir à chouriçada no meio da testa. Apertando as gordas peles uma contra outra, fazia esguichar o muco grumoso e purulento para o chão enquanto expelia segmentos de ténia que saltitavam por entre as côdeas de broa espalhadas debaixo da mesa. Depois de lhe ter enterrado a chouriça até ao cordel pelo traseiro acima, Adosinda malhava-lhe na cabeça com brutalidade animalesca. Ele gania, urrava, grunhia e bradava por Nossa senhora para dentro do bacio de esmalte azul ás pintinhas onde Adosinda, a suaVénus, tinha momentos antes, vomitado as migas de baço de porco com caganitas (um fetiche que tinha, pois gostava de as sentir a trincar entre os pivots partidos e ferrugentos). És uma merda, carago, se a parteira não estivesse a fazer outro desmancho em Eiró da Picha tinhas ido parar à estrumeira com com seis meses de barriga como o outro tinhas... padre de merda!’. E ele: ‘- Ah, sim!... Pois tinha; eu sou indigno de viver e a minha mãe não gostava de mim... ‘ Cala-te, caralho! ‘Tafodo, corno...’ E pumba! Mais uma chouriçada nos cornos do padre.

FIM

domingo, 6 de setembro de 2009

Jantar no Porto...

De repente, veio-me esta ideia maluca à cabeça:

QUE TAL UM JANTAR NO PORTO?

Claro que parece difícil, mas... Eu tenho um ou outro contacto... É certo que há bacoritas e bacoritos que se perderam, mas talvez apareçam, se não para voltarem ao barrascal, ao menos para umas bifalhadas e uns copos.

Dum-Dum, deixa de ser maricas e vê lá se apareces. (Tens o meu mail, não tens?!)

Claro que, para detalhes, só ali ao lado, aqui fica somente a sugestão.

Para este mês ainda, antes que venham os temporais!

Estive a ver um grupo que tínhamos, há lá fotos do almoço da Meta (não, não salivem já, não é o "meta" que estão a pensar...)

Bem, vamos lá a ver o que dizem... Lembram-se do Cutivo? Do Mimosa? Da tt? Da nenita? Da laurinha? E de outras e outros? Claro que a maior parte já nem os conseguimos contactar, mas...

Vamos lá a ver...

sábado, 5 de setembro de 2009

Conversa de comadres

Uma coisa é certa; as mocinhas têm um arzinho tremendamente "saudável"........

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Adivinha, adivinha...

Dão-se alvíssaras (e fressuras) a quem deslindar a identidade desta gaiata, jovial, entretida e com carradas de salero :



...e que, curiosamente, em tanto se assemelha a uma outra meçoila, espigada e trigueira e igualmente jovial, e ainda para mais, amiga do seu amigo:














terça-feira, 1 de setembro de 2009

sábado, 29 de agosto de 2009

Uma pausa...



Ouvi e deleitai-vos, ó brutus...