terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Mamas!

Que é como quem diz, e quase, quase, com atraso:


PARABÉNS, FININHo!!!!!











E, LAST BUT NOT LEAST:




(E depois nao digas que nao vais com nada!)

domingo, 28 de dezembro de 2008

Castidade










Catecismo da Igreja Católica, §2395:

«A castidade significa a integração da sexualidade na pessoa».

«Inclui a aprendizagem do domínio pessoal».



terça-feira, 23 de dezembro de 2008

NO NATAL, ESQUEÇAMOS JESUS



Estava Jesus dormindo nas palhinhas quando o burrinho se levantou e obrou copiosamente. Enroscou-se outra vez no canto, junto á manjedoura e adormeceu novamente. A vaquinha abanou o túrgido úbere e mugiu docemente, como que perguntando pela ordenha, que tardava. Mas como ninguém lhe acudia, voltou a adormecer. Na modorra quente do estábulo, José acomodou-se no monte de palha e voltou a ressonar. Maria, a mãe, pegou no menino e pô-lo ao peito. Em menos de um minuto dormiam os dois embrulhados numa manta de lã. Belchior, Baltazar e Gaspar dormiam a sono solto numa estalagem perto de Belém. Dormiam os camelos dos três homens sábios; dormiam os anjos no céu e deus, no sossegado canto cósmico do Universo parado, onde apenas cintilavam silenciosamente as estrelas sobre o ar frio. Dormia Herodes, embriagado, segurando ainda a sua taça; dormia Salomé e dormia João sob o céu do deserto; dormiam sobre as redes, alguns apóstolos que ainda não sabiam que o eram e também Saúl o cobrador de impostos; dormia uma cruz que um dia havia de suster o supliciado Jesus e dormia Simão de Cirene que o peso dela haveria de ter nos ombros; dormia uma esponja com vinagre e um par de dados, dormiam um ceptro de cana e dois soldados e dois ladrões. Dormia um homem crucificado ao contrário sob o céu de Roma e dormia Roma. Dormia um pregaminho que tinha escrito Iesum Nazarenum Rex Iudeorum, o Egipto e a Terra de Canã. As terras de Gog e Magog e a Babilónia, que já não existiam, também dormiam na memória dos homens e dos livros; e assim dormiam também uma estátua de sal, uma coluna de enxofre sobre Sodoma e Gomorra e um bezerro de oiro. Dormiram os papas, Carlos Magno, guerras santas, Jerusalém, pestes negras, sambenitos, fogueiras e autos-de-fé. E dormiram tanto tempo e sempre, sem nunca mais acordar, até que todos deles se esqueceram quando despertaram.

FINIS

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

NO NATAL, LEMBREMOS O PAI NATAL



Era uma vez um velhinho amoroso, parquinsónico, que cheirava a urina e já tinha partido a bacia duas vezes. Gostava de sinceramente de crianças e costumava oferecer-lhes prendinhas. Chamava-se Pai Natal. ‘Pai’ do lado da mãe e ‘Natal’ do lado do pai. A mascar a placa esquelética, lá ia ele, inocente e bonacheirão, atrás de meninas de caracóis loiros, fazendo ‘tloc’, ‘tloc’ com a tripeça e chocalhando a urina na algália e apressando o passo o mais que conseguia. Era cromos, era barbies, era émepêtrês, era cuecas de maçapão com carinhas felizes, era drogas duras; tudo da sua magra pensão lhes comprava. Mas, as suas longas barbas brancas amarelecidas de porcaria e a puída roupa vermelha – e também por usar um grande saco ás costas – afugentavam as petizes. E o insalubre cheiro a bacalhau demolhado, esquecido no alguidar durante uma semana, também. Pai Natal chorava triste, pois as crianças de que sinceramente gostava, fugiam a sete pés mal o viam a menear as ancas à porta do centro comercial, no seu exercício de ginástica geriátrica matinal, dizendo: -andai cá pequeninos, que o tio Pai Natal tem aqui uma coisinha para os meninos. À medida que os anos foram passando e a demência senil ia fazendo das suas, Pai Natal só já oferecia coisas sem nexo aos petizes. Atentemos pois na lista de presentes que trazia no saco em 2007:
- dois safa-calos
- uma embalagem de pomito lencarte
- trezentos sabonetes Pati
- cinquenta quartas de cavalo cortadas com PCP
- meio-litro de lavanda Ach Brito
- placas dentárias recicladas dos amiguinhos que morreram nos últimos três anos.
- nove moedas de cêntimo
- maços e maços de talões de desconto do Minipreço de 2005
-uma peúga
- vinte cartuchos com músicas do António Mourão
- quatro bonecas vestidas de espanhola.

Com uma lágrima ao canto do olho, sofria por não ter o amor das crianças. Ia muitas vezes ao circo ter com um amigo palhaço, que enquanto fazia rir a bom rir a criançada, tinha o filho doente no hospital com uma terrível doença. Abraçados, choravam os dois muito, lavados em lágrimas.Um dia, acercou-se dele uma senhora muito bondosa; apiedou-se de Pai Natal enquanto ele soluçava com a cabeça entre os braços no vão de uma escada. Tinha fome, pois gastara toda a pensão em prendas, que as ingratas crianças não quiseram e não lhe sobrara um tostão para comer. A senhora foi-lhe buscar uma sopinha enquanto um cãozinho vadio se veio aconchegar nele com olhos meigos. Pai Natal levantou a cabeça e apenas viu escuridão: - estava cego. Chorou amargas lágrimas e a senhora, de coração cortado, chorou com ele. O cão uivava. Nisto, uma criança aproximou-se, pegou-lha na mão e disse: - ‘não choraindes, Pai Natal, olha à tua volta e vê quão belo é o Mundo. Não vale a pena a tristeza, arrebita, Pai Natal’. –‘Mas eu estou cego, não consigo ver nada!’. A criança tomou-lhe novamente as mãos e levou-o até o Rio Piedra, sentaram e choraram muito os dois e Pai Natal adoptou a criança e o cão.

FIM

domingo, 21 de dezembro de 2008

Movida I

Toreros Muertos - Mi Agüita Amarilla



Y creo que he bebido mas de 40 cervezas hoy
y creo que tendré que expulsarlas fuera de mí
y subo al water que hay arriba en el bar
y la empiezo a mear y me hecho a reir
sale de mi una agüita y amarilla cálida y tibia
Y baja por una tubería,
pasa por debajo de tu casa,
pasa por debajo de tu familia,
pasa por debajo de tu lugar de trabajo,
mi agüita amarilla, mi agüita amarilla.
Y llega a un rio,
la bebe el pastor,
la beben las vaquitas,
riega los campos,
mi agüita amarilla, mi agüita amarilla.
Y baja al mar,
juega con los pecesillos,
juega con los calamares,
juega con las medusas
y con las merluzas
que tu te comes.
Mi agüita amarilla, mi agüita amarilla,
mi agüita amarilla, mi agüita amarilla.
El sol calienta mi aguita amarilla,
la pone a cien grados,
la manda para arriba,
viaja por el cielo,
llega a tu ciudad
y empieza a diluviar.

moja a las calles,
moja a tu padre,
tu madre lava, lava con mi agüita amarilla.
Moja el patio del colegio,
moja el ayuntamiento
mi agüita amarilla, mi agüita amarilla.
Y creo que he bebido mas de 40 cervezas hoy
y creo que tendré que expulsarlas fuera de mí
y subo al water que hay arriba en el bar
y la empiezo a mear y me hecho a reir
y me pongo a pensar
dónde irá, dónde irá,
dónde irá, dónde irá.
Se expandirá por el mundo,
pondrá verde la selva,
y lo que mas me alegra
es que mi agüita amarilla será un liquido inmundo,
mi agüita amarilla, mi agüita amarilla...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

NO NATAL, LEMBREMOS OS POBRES



Esta história passa-se no meio do imenso pinhal siberiano. Era Natal e nevava sobre o telhado de colmo da modesta cabana. Lá dentro, Emílio tentava introduzir uma árvore de natal no recto, enquanto os seus filhos, com a fome, tentavam comer um resto de bolo-rei guardado ciosamente desde o ano passado. As crianças ranhosas e andrajosas tinham recebido as seguintes prendas do pai:
-Uma pá do lixo de plástico com piassaba.
-Uma vela com cheiro a pinho, que era um aroma exótico para eles.
-Uma ratazana fossilizada que Emílio tinha encontrado atrás do samovar.
-Meio biberon de vodka falsificado
- Um retrato de José Estaline pintado com café e uma mosca esborrachada, pintado com a boca pelos órfãos paraplégicos do orfanato ‘O Gulag’, ali perto.
- Uma miniatura transparente do submarino Kursk, que brilhava no escuro devido ao plutónio que a água lá dentro tinha diluída e onde uns bonequinhos de plástico imitando os marinheiros se afogavam de olhos arregalados.
- Um kit de detecção do vírus de imunodeficiência adquirida decorado com fotos de crianças carecas, magras como cães e cheias de pústulas que, por graça, dava sempre resultado positivo.
- Um coelho criado a menos de 200 metros da central de Chernobil, que era muito giro porque tinha duas cabecinhas e babava um muco verde dos olhinhos.
Nisto, Dimitri o mais novo, desatou aos berros agarrado à boca.
- Que foi, filho?!!... – perguntou Emílio.
– ‘Parti um dente na fava, pai! Buááááá!!!!...’

FIM

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

EXAME DE FILOSOFIA DO 11º ANO



Para a VD

Leia o seguinte texto:

Jean-Paul deixou-se escorregar no ânus de Simone. A frescura daquele orifício encantava-o. Sentia vibrações nas costelas flutuantes como daquela vez em que entalara o nabo no Tratactus Logico-Philosophicus, fechara o ópusculo bem apertadinho e se estimulara até ao clímax sobre as páginas do incunábulo. Melhor mesmo, só quando repetiu este acto de suprema liberdade sobre a Crítica da Razão Pura. Simone, arfando e movimentando o traseiro freneticamente, vai-lhe contando, de forma entrecortada, a seguinte anedota, cheia de insinuações existenciais:

‘Uma família cigana. O pai cigano quer foder a mãe cigana, mas esta faz-se rogada. Ao fim de alguma insistência, a mulher concede aceder aos desejos libidinosos do marido. Este avia-se depressa na porca cloaca da cigana e exclama: - aaaahhhh…até soube a pato! – O filho cigano, que entretanto entrara na barraca e tendo ouvido a interjeição do pai, diz – ai. Pato? Também quero! – e a mãe responde: - olha, Lelo, pede pato antes ao teu pai que ele ainda está a segurar no pescoço do animal’.

Jean-Paul ficou lívido, sentiu uma náusea que lhe subia da boca do estômago e, questionou-se se a essência precederia a existência ou o contrário. Tirou o marsapo do cu de Simone e enfiou-lho na boca até à epiglote. Isto para a calar e também limpar as fezes amareladas mas ásperas que lhe bordejavam o prepúcio, a entrada da uretra e alguns pêlos púbicos, enquanto formulava a seguinte reflexão:
‘Antes de Vivermos, a Vida é Coisa Nenhuma, - o homem começa por existir, isto é, o homem é de início o que se lança para um futuro e o que é consciente de se projectar no futuro. O homem é primeiro um projecto que se vive subjectivamente, em vez de ser musgo, podridão ou couve-flor; nada existe previamente a esse projecto; nada existe no céu ininteligível, e o homem será em primeiro lugar o que tiver projectado ser. Não o que tiver querido ser. Porque o que nós entendemos ordinariamente por querer é uma decisão consciente, e para a generalidade das pessoas posterior ao que se elaborou nelas. Posso querer aderir a um partido, escrever um livro, casar-me: tudo isto é manifestação de uma escolha mais original mais espontânea do que se denomina por vontade’.

-Que achas? - perguntou a Simone, enquanto esta resfolegava na carpete e sorria num esgar de absurda satisfação. Simone pensou um instante e retorquiu:

- ‘O que é que preferes para o jantar? Bolonhesa ou douradinhos da Iglo?’


P.1. - Explique, em três palavras, quais as relações entre o Existencialismo sartriano e o Manifesto Comunista.

P.2. Explique, até 5000 palavras, qual o significado metafórico das palavras / expressões em itálico.

tAnal, quadra de Amor e Solidariedade



(O Bob Dylan está em grande!)

domingo, 14 de dezembro de 2008

Feromona - Psicologia

Ouvi os Feromona pela primeira vez numa tasca de Alfama a dar para o infecto onde me levaram o Vareta, o chOURIÇO e um certo Guitarrista.

O fumo cortava-se à faca. Na mesa ao lado, eram 2 ou 3 da manhã, uma típica família Alfamense, pai, mãe e filho com os primeiros dentes a despontar, tomava a bica e fumava uns SGês. A criança não: Mordia uns guardanapos (apanhados do chão, quiçá), babava-se, esfregava os olhos e andava por ali, com ar sonâmbulo.

Lá ao fundo, um grupo de travecas à paisana de tezes cerúleas(noite de folga?)bebia macieiras, vodkas e fumava em profusão. Dado que já estava familiarizado com as tendências de dois dos meus acompanhantes, não estranhei.

Nisto, um deles, já não me recordo de qual, saca de uma cassette (sim, uma cassette, e isto já se passou no Séc. XXI, mais uma boa razão para gostar de viver nesta linda terra) e pede ao dono da tasca que a ponha a tocar.

Entre o chavascal que os frequentadores da tasca faziam, a pobreza acústica do espaço e a provável má qualidade de gravação, o som era, previsivelmente, roufenho, baixo e apagado.

Mas eles conheciam a música e conseguiam acompanhar a coisa. Abanavam a cabeça e apreciavam a nova versão gravada naquela 'maquete'. Eu bem tentei, mas adrede. A única coisa que percebi foi que o tom da voz do gajo que estava a cantar se assemelhava ao de um dos convivas, e eu na altura, por causa dos niques e o caralho a sete, até pensava que ele só tocava guitarra.

Era o famoso Mustang. Refiro-me ao tema e não ao gajo, esse, era o vocalista dos Feromona.

Meses mais tarde, veio-me parar ao MP3 (o tema e não o vocalista) e recordei-me com agrado dessa noite. Ainda não saiu de lá (também, com a carrada de gigas que aquilo tem...).

Entretanto, os Feromona seguem a sua carreira e, pelos vistos, seguem em bom caminho: Em http://www.feromona.net/feromona_formulario.html pode sacar-se o disco, e à pala. Sugiro que aproveitem e o façam.

Eu fiz e dei com um belíssimo disco. Por fora, que o aspecto também conta (a fotografia é original e deZafogada), e por dentro.

Percebi porque é que os consideram numa das bandas mais significativas da nova onda do rock português.

E fiquei sem perceber (como dizia no outro dia o chOURAS, e bem) o que é que os Pontos Negros têm de especial para falarem mais neles do que nos Feromona. E já agora o Tiago Guillul mais o seu rock de inspiração católica, e outros que tais.
Francamente, também não percebo.

Leides e coirões, ficai com o videoclipe do primeiro single do primeiro álbum dos Feromona: "Psicologia".




PS: A Sra Enfermeira também não é nada de deitar fora...

sábado, 13 de dezembro de 2008

Camper Van Beethoven... e os skins no relvado

Há muito tempo que não via skinheads.
De vez em quando lá se avista um ou outro, a ir daqui para ali, metido consigo, bolinha baixa, reminiscências de outros tempos.
Ocasionalmente lá se ajuntam, uma vez ao ano, no suposto dia da raça, mas que afinal é o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, e portanto com um escopo bem mais amplo do que aquele que lhe querem dar... mas costuma ser coisa pouca, já mais no campo das efemérides do que outra coisa.
Aqui há umas Sexta-feiras atrás foi diferente. Comecei por me cruzar com 3 no meio da rua, o que, só por si, é sinal de mau agoiro. Pior que isso só um gato preto a passar debaixo de uma escada numa sexta feira 13 de lua cheia.
Seguidamente, e embora num ambiente em muitos aspectos bem distante da estética e cultura skin, lá estavam eles.
E não era um nem dois, não senhor. Eram aí uns... quatro ou cinco! Botas da tropa e Doc Martens, tatuagens nacionalistas, cruzes, 88's, teias de aranha (para além das da cabeça) e outras merdas que tais, cabeças rapadas, blusões em tons camuflados, bíceps inchados, etc... enfim... o questrume.
E o caralho é que bem contados, e descontando o efeito redobratício das superbocks, se calhar até eram capazes de ser oito ou nove... que é como quem diz, muitos. E no mesmo sítio.
E não gostei. Nunca gostei, e continuo a não gostar. As pessoas não mudam, é uma maçada, dizem uns. Ainda bem, digo eu, pelo menos neste caso.

E esta merda desta lenga-lenga toda, porquê?

Porque há pouco dei com esta música, de uns senhores que muito aprecio, antecessores dos grandes - ainda que pouco conhecidos - Cracker, que se queixavam de terem skins no relvado, e a mensagem pareceu-me sugestiva: levem-nos à bola!




Everyday I get up and pray to Jah
And he increases the number of clocks by exactly one
Everybody's coming home for lunch these days
Last night there were skinheads on my lawn

[Chorus:]
Take the skinheads bowling, take them bowling.
Take the skinheads bowling, take them bowling.
Some people say that bowling alleys have big lanes (have big lanes x2)
Some people say that bowling alleys all look the same (all the same x2)
There's not a line that goes here that rhymes with same (anything x2)
Had a dream last night but I forgot what it was about (what it was x2)

(Chorus)

Had a dream last night about you my friend
Had a dream I wanted to sleep next to plastic
Had a dream I wanted to lick your knees
Had a dream it was about nothing

(Chorus 2x)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

50 ANOS DA REVOLUÇÃO CUBANA vers. 2.0



Carlos Puebla - 'Hasta siempre comandante' (1965)

Ernesto Guevara de La Serna, médico dermatologista, revolucionário e guerrilheiro (Argentina, 1928 - Bolívia 1967)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

AS METAMORFOSES DE ASSENTO DA SANITA -VI



Perseu e Andrómeda

Perseu enfiou o seu calejado punho no ânus de Andrómeda até ao cotovelo. Devido à frequência bi-diária de tal prática moralmente discutível, Andrómeda sofria de declarada incontinência fecal, pelo que se deslocava normalmente de cabeça para baixo andando com as mãos para não deixar cair as fezes que lhe iam aparecendo no intestino. Tinha aprendido a fazer aquilo num circo, quando era pequena. Isso e andar de monociclo. Tal modo acrobático de locomoção tinha uma desvantagem: as suas vestes tapavam-lhe a cara e, como tal, Andrómeda ia parar onde calhava. Uma vez foi-se aliviar de premente aperto intestinal no oráculo de Delfos, o que foi uma vergonha pública e foi vilipendiada. Outra vez, apanhou um barco para a ilha de Sérifos, pensando que se deslocava para o palácio de Acrísio. Na ilha foi sodomizada á bruta por leprosos que deixaram várias porções corporais entaladas em Andrómeda e que depois muito lhes fizeram falta. Simónides de Ceos conta que, estes leprosos, por terem perdido parte do aparelho mictório, andaram semanas sem se aliviarem, pelo que as bexigas de alguns rebentaram aparatosamente, regando os transeuntes de cataplasmas de urina espumosa e já sediça e bocados de bexiga. Por seu turno, Perseu, como nunca sabia da mulher, frequentava prostíbulos baratos onde apanhava doenças. Melhor dizendo, nem eram bordeis: eram canis municipais, onde contraiu doenças de cão: tumor venéreo transmissível canino e sarcoma infecioso, cujos sintomas são o prepúcio ou a glande com aparência de couve-flôr, exsudação de corrimento do prepúcio e retenção da urina por bloqueio da uretra. Isto para além das pulgas, carraças, chatos, raiva, displasia da anca, estenose pulmonar e tendências coprofágicas mórbidas. A górgone Medusa era uma que tinha tinha. A tinha é uma doença da pele causada por ácaros que cavam sob a pele e lá depositam os ovos. Dá muita comichão e Medusa coçou-se tanto que fazia crostas purulentas na cabeça e caiu-lhe o cabelo todo. Também sofria de chikungunya, joanete e delírios. Mormente, julgava-se John Harvard que nasceu em Stratford-upon-Avon em 1607 e inventou o bidé. Perseu gostava de lhe agarrar a cabeça e amassar-lhe a epiglote á piçada, pois ela fazia estes serviços por uns trocos. Um dia, bruto que foi com tal prática - um pouco obsessiva diga-se pois era a toda a hora - arrancou-lhe a cabeça. Andrómeda, que entretanto voltava a casa após um involuntário cruzeiro às Maurícias quando ia apenas carregar o cartão da Carris, viu aquilo e abespinhou-se. Com razão, porque aquilo era um despautério para além de eventualmente indiciar infidelidade conjugal.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A beleza está logo ali...














...assim estejamos nós disponíveis para ela!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

AS METAMORFOSES DE ASSENTO DA SANITA -V



Acis e Galatéia


Galateia, nereide de alva pele, espero-te nesta praia, ao romper da alva, sedento de teus beijos doces e salgados; de passar os meus dedos pelos teus cabelos loiros e deles tirar alguma conchinha, algas, um sargo, camarões-de-moçambique, holutúrias, lesmas-do-mar ou mesmo fataças e chaputas. Quis Neptuno, que benévola onda te arrastasse despreocupada e brincando puerilmente na espuma, para meu regaço e o meu coração ficasse tolhido por teus olhos lânguidos, por teus seios pequenos, pela tua glabrescente e rechonchuda crica. Não sei se te lavas por baixo amiúde, mas também não faz mal, pois o acre cheiro a maresia que exala a tua natureza bem podia ser do mar e, o que gosto de a lamber até se me gastarem as papilas gustativas e rasgar o freio da língua. Alimentas-te de peixes e alforrecas, eu sei, não fossem as muitas espinhas espetadas na verga, que cato durante semanas a fio, de infectadas pústulas na glande, depois de ter arrombado, durante horas a fio, teu apertado e renitente traseiro. Mas não faz mal, deixa. Pelo menos não temos um filho com cara de bacalhau.

Eu, Polifemo, bruto ciclope de um só olho, ainda recordo a lancinante dor do espeto em brasa com que Ulisses, rei de Ítaca, em seus desmandes marítimos, aportando a minha ilha me logrou assim cegar. Mesmo na escuridão sinto teu cheiro Galateia. Faz-me vontade de comer uma lascada de bacalhau, não sei porquê. Urro solitário pelo teu amor e imagino-te sugando com sons de chupantes engasgos este meu insalubre marsapo enquanto borbotões de meu sémen te congestionam a epiglote, e eu zuca! Zuca! Zuca…Agarrando-te pelas orelhas te vou empurrando a cabeça contra a raiz do pénis, afocinhando-te nos tomates. Mato Acis, teu amante, pois morro de ciúme! Surpreendê-lo-ei na praia e enfiar-lhe-ei naqueles cornos de camafeu um pesado bajolo de granito, eh, eh, eh…até que os seus parcos miolos de fornicador de pescadas se espalhem sobre o espraiar das ondas. Assim, farei, ah, ah, ah!...

Oh doce amante, Ácis, que tua verga hirta não sentirei mais arrepelando-me o grelo até ao colo do útero. Era fininha e mal me tocava cá os badalos de meu cono, mas eu gostava de ti: teus cabelos aos caracóis, teu peito depilado, o teu rabo redondo e esse estranho hábito de me chupares o hemorroidal. Ah choro o meu amado e maldigo o monstro Polifemo! Corre o sangue de Acis, que Neptuno ora por divina piedade, transforma em rio, perdendo-se nas águas do mar, oh agora púrpura Talassa, para me lembrar sempre de sua triste desventura.

Por amor acometi tão vil acto, Galateia e repara neste nabo grosso, que pende de minha rústica tanga de ciclope. Repara nestas veias, que túrgidas, me sobressaem do escroto. Pulsa minha odorífera glande, quase esguichando translúcida langonha, tal o tesão que sinto por ti, ninfa do mar!

Sim…vendo melhor, é grosso…sim senhor e os colhões parecem duas abóboras-porqueiras. Talvez possa experimentar só um bocadinho; deixá-las amassar-me as bordas estimulando-lhes a circulação. Sim, isso, mais, mais, …oh…mete mais fundo…oooh…corre-te em meu vazadoiro! Ai!...ai….(geme)…ah…é Natal!...É Nataaal!....uuh…uhhh….uhhhh…é Nataaaaaaaal!....
‘Toma lá um presentinho, minha renazinha!’
Revirando os olhos, larga grossa torrente de espumosa e fétida langonha que esguicha em fabuloso jorro, com tanta força que Galateia desencava do gigantesco nabo e é projectada de costas para as ondas onde Neptuno a aguardava de pila em riste, empalando-a. Oh Neptuno, maroto…é Natal, mas não estava á espera de me ver sentada na árvore, com a estrela a fazer-me cócegas no cólon transverso, com bolas vermelhas e luzidiase, luzinhas a piscarem-me na pintelheira…(suspira).
‘Luzinhas?’…Ele há cada uma. São uns protozoários luminescentes, acho. Gonyaulax polyedra, acho eu…’
‘Foda-se. Chato do caralho. Põe-me mas é a tripa a piscar e cala-te, velho jarreta’.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

AS METAMORFOSES DE ASSENTO DA SANITA -IV




o rapto de Proserpina

Oh bela Proserpina, filha de Júpiter e Ceres, que levaste a chama cálida do amor ao sombrio reino dos mortos, perdoa pois a Vénus por ter enviado Cupido para alvejar tão brutal deus infernal, com o doce sortilégio amoroso. Saiu do Monte Etna, Plutão o deus do Mundo Subterrâneo, rugindo, montando os seus quatro cavalos negros e subtraindo-te do pueril convívio das ninfas com quem brincavas na fonte de Aetusa, ali te desflorou ante o choro convulsivo das ninfas, que gritaram e arrepelaram os cabelos, por Plutão não as zurzir também com buçal brutalidade, mas que se vingaram abocanhando os gigânteos marsapos cavalares e se engasgaram com as muitas litradas de esporra das bestas; e algumas, transidas, ainda comeram os cagalhões dos animais, dilaceraram com as unhas as suas entranhas para lhes beber o sangue, o fel, os humores fétidos, o fleuma, as humidades e a bílis. De olhos coriscantes, raiados e sanguíneos, cabelos soltos sobre os pequenos peitos, as mãos levando á boca ensanguentadas tripas rasgadas com afiados caninos, quais tresloucadas e vulpinas bacantes, que nem te viram partir, ò Proserpina assim vilmente estuprada, deixando um rasto de sangue eivado de alva e gorda semente do bruto Plutão e largando langonhosas fezes ralas, deitada sobre a barriga de um cavalo. Ficou para trás o teu strap-on, num lago de lágrimas das ninfas e que tua mãe, desesperada, encontrou caído e besuntado de fezes e ervas verdes.

Louca de raiva, fazendo um deserto de cada passo, Ceres exige a Plutão o regresso de sua filha, a outrora inocente e casta Proserpina. Afadiga-se agora a donzela em constantes felações, secando a toda a hora, pela dorida goela, os produtivos tomates de Plutão. Constantemente ele a puxa com brutalidade para a função, rebentando-lhe uma e outra vez o delicado esfíncer e macerando-lhe vezes sem conta as pevides de melancia e os translúcidos nervos de bife que cravejam os seus pequeninos cagalhões. Acede a custo Plutão, ao pedido de Ceres, fazendo-a no entanto comer seis bagos de romã, o alimento dos mortos, para que se veja obrigada a passar seis meses com ele e os restantes com a mãe, pois quem dele prova nunca mais poderá voltar ao reino dos vivos. Assim, todos os anos volta Proserpina para o forçado regaço de seu esposo, deixando a Terra esmaecida e estiolada no Inverno e Outono, eivada de árvores despidas de folhas, mas florida e ridente de flores e doces frutos na Primavera e Verão.

Sedento de amor e farto de descabelar o palhaço por seis meses a fio, quando a mulher retorna, tem um programa para Proserpina. Da lista de deveres conjugais constam os itens principais :

- Arreganhar-lhe o entrefolho rabal até ao piloro, pelo menos umas trinta vezes.
- Por-lhe o almoço a circular na contramão.
- Uma dúzia de cabeçadas no céu-da-boca
- Fazê-la abocanhar o salame ao pequeno-almoço e ao lanche.
- Ir-lhe pela 'avenida do Mars Lion' abaixo umas quantas vezes.
- Entalar o barrote na Propserpina
- Por a Proserpina a cagar-lhe no pau.
- Empurrar-lhe o jantar um bocadinho ao serão.
- Fazer-lhe um clister de açorda.
- Rebobinar-lhe o cagalhão.

Proserpina ainda tem de cozinhar, lavar a roupa no tanque e coser as meias de Plutão, isto enquanto ele lhe contraria o croquete á bruta.

Quando vai para a mãe, tem de lhe passar o corredor a pano pois ela sofre de umas micoses purulentas que vertem líquido amarelo e dão muita comichão.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Nick Straker Band - Antes e Depois

Tão quase eighties...



E tão... Han... ?

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

domingo, 23 de novembro de 2008

Porque não é menos que um malmequer...
















...e porque não devemos esquecer o que temos de bom!

Mário Viegas fez 60 anos no passado dia 10, apesar de já ter falecido há 12 anos.

(Vem com uns dias de atraso, esta simples homenagem, mas prefiro este atraso, a nada dizer!)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

AS METAMORFOSES DE ASSENTO DA SANITA- III



Orfeu e Eurídice

A ti canto Caronte, poderoso espírito e formidável potestade, barqueiro do Tártaro, que cruzas as escuras águas do Styx, rio do esquecimento, levando as almas daqueles que toda a esperança perderam, para a sua derradeira morada no mundo subterrâneo. Tem piedade de mim Orfeu, desvalido semi-deus, que apesar de ainda pertencer ao mundo dos vivos, tenho morto o coração por ter perdido a minha amada mulher, que, por detrás dos plúmbeos portões do Hades está encerrada. Brincava inocente nos campos,com as ninfas suas companheiras,colhendo flores, quando viperino réptil a mordeu e a arrastou para o turbilhão da morte e deixando-me a mim desvalido num vale de lágrimas. Busco agora a piedade de Plutão para que me a devolva, pois tão precocemente me vejo privado de sua airosa companhia. Se as minhas palavras não te comovem Caronte, pois vivo ainda estou, ouve ao menos o meu canto e a minha lira, ó soberbo barqueiro dos Infernos!

Ah, dormes pois; meu canto te embalou qual Morfeu e aproveito então o leme de tua barca e entrarei ora nos Infernos, pois estou ávido de encontrar Eurídice, minha doce esposa. Mas sus! Que glúteos redondos e firmes tem Caronte e que subtil penugem peri-anal se vislumbra debaixo das dobras de sua toga. Viril períneo de onde pendem voluptusas bolsas de veias salientes, atapetadas de crespos pelos. Gulosa glande que desejo sugar até os seus olhos entrarem órbitas dentro. Ah, Caronte, que se foda Eurídice! Despertai!Vivamos juntos, pois tremo de desejo e gula por sentir teu grosso marsapo amarfanhando-me as vilosidades intestinais!

-Hum?...mas...que dizes? Ah, meu grandessíssimo pederasta! Desprezível invertido! Efeminado sodomita, que indigno és, mesmo morto, de cruzares este rio. Toma lá com um remo nos cornos!

Os miolos de Orfeu esguicharam-lhe do crânio e Caronte limpou as mãos. No momento seguinte, Orfeu viu-se nu, pálido e semi-transparente, sentado na barca de Caronte. O seu corpo lívido tinha sido atirado borda fora pelo temível barqueiro.

Arrasto-me pelos poeirentos recantos do Tártaro, morto e desvalido. Procuro ainda a minha doce Eurídice, traído que fui pelo súbito assomo de pederastia que me tolheu a razão. Mas que vejo? Zurze Perséfone o traseiro de Eurídice com grosso strap-on enquanto Plutão descasca o insalubre pessegueiro apreciando a visão? Horror!
- olhó da lira! 'prlim pim pim e o caralho..ah ah ah!...'
-'ah ah ah, a cona da tua avó, ò labrego!'
-'labrego serás tu, estás a perceber, ó gorda.'
-'Varina!'
-'Vou-me a ti e fodo-te todo!'
(Agarrando os tomates e meneando-os com as duas mãos numa ostensiva pose ofertória na direcção de Plutão): -'Olha, chupa aqui!'
-'Foda-se. Agarrem-me que eu mato-o!'
Plutão persegue Orfeu, correndo os dois á volta do seu trono infernal, até que, tonto, cai estatelado no chão.
-'Anda lá, ò palhaço, que é para não te rires!'
-'Arre, caralho.'
A um canto, Eurídice guincha como uma cadela, borrando-se toda para cima de Perséfone, num hiperbólico orgasmo anal.
-'Anda puta. Vamos lá embora'- Disse Orfeu, agarrando a mulher por um braço, aviando-lhe um pontapé nas costas e cuspindo uma grossa lagosta de ranho para o lado, bem puxadinha dos brônquios
-'Barraca já, caralho.Andor!'-

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

AS METAMORFOSES DE ASSENTO DA SANITA- II

Pigmaleão




Venho aqui proclamar o meu desgosto pelas mulheres. Criaturas de coração volátil e infiel por natureza; os seus humores aquecem-lhes o ventre com a facilidade de um qualquer olhar viril, ou na convivência mundana, qualquer vislumbre de veneal exuberância masculina as faz ceder a lânguidos rubores, encher-se de humidades e, de fácil sorte, entregar toda a virtude. Eu, Pigmaleão, escultor de profissão, muitas vejo por estes dias, por frondosos bosques, vendendo a troco de quaisquer surradas quartas de cavalo, seus dotes, em blusas de cetim-leopardo e sorvendo galões de geriátrico sémen pelos dentes podres. Sinto repulsa por essas propoétides, pois procuro a beleza perfeita e o amor fiel, que se já não encontra senão nos romances e na contemplação da beleza da figura feminina pintada ou esculpida. Fiel como Galatéia, doce companheira, a minha boneca de borracha, que fiz amorosamente de velhas câmaras-de-ar de rodas de tractor. Com seus olhinhos meigos, pestanudos e com lânguido olhar, entreabre a sua boquinha cândida fazendo sempre aquele inocente ‘O’ de espanto e por me ver embevecido de amor. Claro que a tenho de ir despejar, pois vai-se enchendo de esperma até esguichar pelos mal colados remendos de bicicleta que lhe vou pondo. Abro o pipo em recôndito lugar na mata e despejo os fermentícios líquidos no meio dos cartões, da poias e dos amontoados de ‘kits’. E volto para casa para me unir ao seu quente amplexo depois de lhe despejar uma cafeteira de água a ferver no pipo da cabeça. Ah, Galatéia, foras tu de carne e osso, saberias o quanto te amo. Pudesse Vénus saber ao menos, o quanto meu coração se aperta por esta doce e já surrada boneca que guardo bem dobradinha num caixote de Super-Pop Limão na parte de trás da barraca… É com amor que a encho todas as noites afincadamente com a bomba da bicicleta. Fica rijinha e submissa ás minhas libidinosas investidas e apenas me desgosta uma rebarba do molde no buraquinho rectal que me arranha o marsapo e também os fungos e o nauseabundo cheiro que deita, apesar de escrupulosas lavagens mensais com creolina.

Hoje acordei a seu lado e não queria acreditar no que viam meus olhos, tal a comoção. Vénus, misericordiosa ouviu as minhas preces. Vivia, de carne e osso, Galatéia, em meu leito, ao meu lado. Espreguiçava-se e olhava-me sorrindo. ´ Fazes-me o pequeno-almoço, Piguizinho querido? E já agora mete a roupa na máquina e passa a loiça por água’. ‘ Sim, meu amor’ – digo-lhe ainda incrédulo. ‘ E tenho de te dizer que a partir de hoje, por trás, já não pode ser’. ‘ Está bem, anuí’. ‘E arranja a barraca, se fazes favor, que vi uma ratazana entrar por um buraco mesmo agora’. Estendi a mão para seu seio e tentei acariciá-la, mas repeliu-me. ‘ Não me apetece. Estou cansada. Vai antes ás putas e de caminho traz-me um panfleto de coca que estou a ressacar. E compra vinho’.

Em grandes trabalhos e sofrendo sempre de frustrados intentos carnais, me vejo agora com Galatéia, que passa os dias na minha barraca com os amigos enquanto eu limpo fossas sépticas em part-time, para lhe comprar droga, preservativos e lubrificantes anais mentolados, dos quais não usufruo nunca. São os meus únicos prazeres os momentos que passo atrás das árvores, dedicando-me a um malsão onanismo retrógrado, pensando na minha felicidade passada com a Galtéia de borracha.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

AS METAMORFOSES DE ASSENTO DA SANITA – I

Apolo e Dafne




Doces volúpias enchem os meus sonhos, ò filha de Peneu; pelos umbrosos bosques arcádios procuro-te de testículos tumefactos, túrgidos de semente que só encontrará descanso em teu ventre redondo, doce Dafne. Da flecha envenenada de Eros sou voluntária vítima e busco em teu seio, o meu repouso de amante, pudera aliviar-me eu por trás, em teu traseiro, até esguichares fel pelas orelhas. Malvado seja o arco que disparou aziaga flecha de chumbo e que secou o teu coração para o meu amor e te faz fugir de mim, Dafne. Nas margens do rio Ládonas quero-te arreganhar o entrefolho, mandar-te uma pranchada, rebentar-te as bordas da cona, empurrar-te o cagalhão até às costas, mas foges qual cabritinho arisco, ninfa.

Quer Apolo, de olhos coriscantes de desejo, comer-me o melhor, rebentar-me a tripa cagueira, aliviar-se no meu vazadouro, desflorar-me a natureza, conspurcar-me a epiglote com pastas viscosas de sémen, depois de me ter zurzido o recto com brutalidade, resfolegando como um cavalo raivoso em minha delicada nuca. Ah, quem me dera poder fugir a este deus que me persegue por campos, fontes, vales, que me quer esburcinar, servir-se de mim para se aliviar em todos os meus castos orifícios naturais, como se de disponíveis cloacas de galinha se tratassem. Peço a clemência do Olimpo, que mor de divina intervenção, possa eu escapar ao tresloucado ímpeto cobridor de Apolo!

Agarrei-te, Dafne; agora vais mesmo ao sacrifício! Vou-te rebentar as peles da cona! Vou ejacular nas tuas orelhas, zurzir-te à piçada, malhar em teu cono virgem!

Oh, largai-me, belo Apolo! Tremo de horror, já vislumbro a tua porra tesa, hórrida e descomunal, pronta a arrombar o meu frágil hímen. Não! Piedade, ò deus do Sol. Deixai são meu entrefolho rabal; choro já a minha castidade anterior, que no furor de animalesca cobrição, prefiguro perdida, em minha grande desgraça!

Não temeis, doce donzela…mas que sucede a tua alva pele, que de áspera cor de cinza se cobre? Raízes saindo de teus delicados pés se enterram no chão, lustrosas folhas e raminhos surgem de teus dedos? Em árvore, por vontade divina, te transformas, para fugires ao meu desejo! Malvados os deuses, malvados, que em formoso e odorífero loureiro transformam a minha amada!

Se calhar, es mais bela assim e, de ti colho as belas folhas para coroar a testa por esta amarga victória. Não me resta senão 'batê-las' aqui mesmo, junto a teu tronco, Dafne; fustigar as gónadas, zurzir o nabo e espalhar a semente por terra…mas... sus! Doce ovelha cheirosa ora vislumbro! Vinde cá doce animal, que teu velo afastarei para a cobrição. Que se foda o pau de loiro, anda cá mémé, anda cá ao tio Apolo, anda cá…

Sick Dog

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Bicha do Demónio

Ehhh quarailho!





quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Pois...













...tinha pensado em dissertar sobre os malmequeres, quiçá sobre as papoilas, também, mas não me apetece.

Aproveito somente para dizer que, apesar da convivência, quase promiscuidade, que há entre malmequeres e papoilas, ainda ninguém viu nada que não se possa ver!

Fica só um ditado, bem antigo, mas verdadeiro:

A cara da moçoila, quere-se da cor da papoila!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

The Day After

sábado, 8 de novembro de 2008

comento elevado a poste


Decididamente................


aqui não se aprende nada. Bom fim-de-semana, coirões.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

História fez-se ontem em Alvalade...

... e pronto, está bem, nos Estados Unidos também, mas só pelo simples facto de ter sido eleito o 1ª negro, e ter sido esse mesmo a suceder ao maior troglodita da história naquele País.

Oh... FUCK!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

pontapé nos colhões com jaculação verde... ou não, conforme a combinação dos liquidos despejados

A catarse, mediante uma série de casos que suscitam o emborcar a mixórdia que é o bagaço diluído em cerveja, ou pisamg ambom com absinto, tem por efeito, quer dizer, alivia e purifica a alma!!! Por conseguinte, O “Sai já uma rodada de pontapés na cona..." é prazer, é desafogo, é alivio, é libertação daquela compaixão que, retida antes e como congelada entre as sombras de um par de tomates tomados pelo destino, irrompe naquele momento e exulta frente ao irreparável.

Na realidade, a cultura do “pontapé na cona”, com a qual se identificam catarses poéticas e musicais de muitos lisboetas e arredores, poderá ser aqui apresentada como uma operação orgiástica, mediante a qual as porcalhonas e os porcalhões encontraram desafogo para as suas paixões (a orizicultura “doce”) e, em consequência disso, andava tudo bêbado, aliviado e alegre. trá, lá, lá, uma cona, tri, la, duas conas...

Frágil, mesmo ali em frente, sitio onde a concentração da atenção na palavra “supositório”, levou a que muito boa gente hoje em dia se exprima paradoxalmente em relação ao conceito de prazer próprio. Daí a saudável debandada dos “gajos que são sempre a mesma merda” para o campo. Trá, lá, lá, ri, la, três conas...

Violoncelo V

And last, but not least... Pau Casals.
Aqui o som é melhor mas, por alguma razão, 'A incorporação foi desativada mediante solicitação'.

Violoncelo IV

(Tá quase!)

Violoncelo III

Violoncelo II

Ahhhhh, freak out!

Violoncelo I

Para o AdaS
(Cáspite, que afinal era o Bolero de Ravel!)

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

OS CLÃS DA MINA ALFANA



Clarissimus Elias agrimensoris hoc opus humilis gratio animo dicamus.

Aurélio Seborrêia foi dar de corpo na sua triste sentina turca. Vivia num anexo ilegal de alvenaria de tijolo por rebocar, com os ferros a sobrar no telhado de fibrocimento pois estava á espera de uns dinheirinhos que viessem para um dia acrescentar mais um andar. O bafo fétido da urina que refluía do sifão e empoçava na sanita deu-lhe náuseas e, Aurélio regurgitou involuntariamente uma parte do caril de cabeça de vaca cozida com esparguete que comera ao jantar. Teve o vago consolo ao voltar a mascar uns pedacinhos de pele e cartilagem da Freezean-Holstein. Era comida que ia buscar em panelões ao quartel e era disputada pelos desvalidos do bairro e pelos cães. Mas era comida. Baixou as calças e acocorou-se. Fez força e a torcida, arranhando-lhe o epitélio rectal com as pevides de abóbora, lá saiu fumegante. Mor de uma gigantesca catota que unia pêlos da região peri-anal e que fazia uma ponte por cima do orifício anal, o cagalhão saiu dividido em dois. A metade esquerda caiu com um sonoro ploc na sanita fazendo salpicar líquido que lhe molhou o anús, as nádegas e as truces amarelecidas e mal-cheirosas, de elásticos já lassos e ainda o gigantesco quisto que tinha nos testículos. Ao longe, ouviu-se o silvo da mina de volfrâmio chamando os operários para o turno das sete. Silenciosos, enquanto ajeitavam os gasogénios no capacete ou reviam as marmitas de ferro zincado, lá desciam ao poço da mina. Aurélio cuidava dos cavalos que puxavam os comboios de charriões com minério. Só entrava no turno das cinco.Alguns já tinham nascido na mina e nunca tinham visto a luz do sol. Eram animais esquálidos, magros e macilentos que morriam muito cedo mor do intenso esforço a que eram submetidos. Elias, o Larilas, o seu amigo de infância espalhava panfletos anarco-sindicalistas nas imediações da mina, escondendo-se o melhor que podia dos soldados e contava com a conivência discreta de Aurélio. As famílias numerosas dos mineiros revezavam-se para dormir em regime de cama-quente e passavam muita fome. O almoço de Aurélio no dia anterior tinha sido uma casca de abóbora e um nervo de bife. No dia anterior, fora um parco arroz trinca sonegado aos cães mastins do couteiro do Barão Smolgorov-Smirnov acompanhado de guelras. Por vezes fazia incursões no cemitério, para comer uns ‘pipis’ de morto com seis meses de sepultura.
A única consolação era engravidar as moças nos meio dos farejais, quando elas vinham da ceifa e os homens das minas. Os métodos anticoncepcionais dos mineiros eram primários. Ejaculavam nas orelhas das moças ou mais frequentemente numa marmitinha, que elas guardavam ciosamente para depois fazerem queijos que os homens levariam de merenda para a mina. A mãe de Aurélio temia que a polícia política lhe levasse o filho. Muitos operários e intelectuais burgueses comunistas tinham desaparecido nos calabouços da polícia e as rusgas ás casas dos operários eram frequentes. Aurélio desalojou a metade direita da torcida que tinha ficado presa nas cuecas e deixou-a cair na sanita. Lambeu os dedos e foi manipular-se, introduzindo um grosso talo de couve tronchuda no recto, enquanto imaginava que era Elias que o possuía com ternura na pocilga de Jonas, o Judeu sapateiro, após o que Aurélio lhe sugaria com gula o membro viril besuntado nas suas próprias vezes amareladas por causa da hepatite.
Um dia, por terem escavado demasiadas galerias, a mina abateu deixando uma enorme cratera e os mineiros sem emprego e os filhos com a fome a terem de se prostituir com padres porcos e homossexuais. A mãe de Elias, o Larilas, depois do filho ter sido preso e seviciado pela polícia, decidiu ser ela a espalhar ás claras os panfletos do Manifesto Comunista à porta da mina, tendo acto contínuo levado um balázio no meio da testa e morrido espasmodicamente num estertor absurdo.

FIM

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

pontapé na cona

Há dias fui ao Bairro Alto… “festa???” no Frágil

Eu também gostava de ir à festa no Frágil, mas chego 20 anos depois. Não sei é se gostariam de me ter por lá. Claro que não me apresentaria sozinho, chegaria com grupo de fundadores, retirados da naftalina. Passaríamos primeiro pela Tasca Azul (essa que os parvenus chamam, literais, Arroz Doce) onde beberíamos, a desafio da velha Alice que a Rosa já lá não deve estar, umas rodadas valentes de "pontapés na cona" (como da última vez que lá entrei, 1994, natais, mais de 10 anos depois de lá ter ido pela última vez, rodeado nesse dia de 7 sobrinhos "a mostrarem-me o Bairro Alto", e logo a ex-tia aos gritos ao ver-me a assomar à porta, "óóóóó homem!!!!, há quantos anos!!!! Sai já uma rodada de pontapés ..." para o balcão, e os sobrinhos e as sobrinhas a olhar para mim, esgazeados, que à espera de tanto, apesar do tudo, não estavam. Nem eu, confesso, num esgar de "ixe, que bandeira". A desse dia, mas acima de tudo que grande estendal devia(mos) ter feito in illo tempore.Se tivessemos tempo iríamos depois ao Estádio ver os putos (mas só por ir, por ser dia de refazer velhos trajectos, que aquilo para além do quadro nunca teve nada), desceríamos ao B'artis ver a Paula, dado que o Judeu se ausentou de vez, resmungaríamos que o raio do Targus é uma merda a querer-se chic (malditas cadeiras, raio de jornalistas enfatuados amais os publicitários), rir-nos-íamos dos tempos de um tal de Juke Box/Rock House ou vice-versa que já não lembro, coisas até de acabar por lá, enquanto detestaríamos a Tertúlia a não ser as tostas, recusaríamos o cinéfilo do Majong e nem os matrecos jogaríamos, lamentaríamos o já não dos Lábios do Vinho, fumaríamos umas coisas estranhas junto de vários caixotes de lixo da Diário de Notícias ou adjacentes, contestaríamos o estado lamentável do BA de hoje e das novas gerações, coisa sem jeito, aportaríamos aos Pastorinhos (reaberto, disseram-me os tantans) à procura do Eduardo e do Hernâni que não sei se ainda andam por lá, beberíamos ainda mais cálices de rajada, interromperíamos a noite para ir picar o ponto ao Frágil, interrogarmo-nos sobre o raio de porteiro que não tem, decerto, a pinta do Alfredo. Se nisto tudo ainda estivessemos de pé alguns dos meus amigos assumiriam, histriónicos, pérfidas identidades. Logo depois, quais Bijagós, regressaríamos mal-vistos (que estes gajos "são sempre a mesma merda") aos Pastores ouvir o melhor funk do mundo.
Não há fígado e coração para tanto? Nada disso. Apenas porque há que saber sair com dignidade, ainda no apogeu. Dar lugar aos novos. Com a nostalgia de que no nosso tempo é que era. Mirando(-as) de soslaio

Isto, meus amigos, é o que temos de ensinar ao porco a procurar!



Reparem bem no preço desta merda...

Adas, indica aí o melhor sítio, em Portugal, para encontrar disto.

Tipo de solo? Região?

Are You talking to me?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

E TAMBÉM OS RITMOS SINO-CHINESES

Mais ritmos Afro-Americanos

RITMOS AFRO-AMERICANOS # 2: JIVE





Cab Callloway (1943) e os Jackson Brothers & Joe Jackson (1980)

RITMOS AFRO-AMERICANOS # 1: SHUFFLE





P.S. Umas casuais, mas delicisoas 'Triplettes de Belleville' e Mr. Scruff.

Como não poderia deixar de ser..............




Bom dia.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Nosso Amor é Verde



O nosso amor é verde.
Nós somos verdes.
Verdes,
como são os campos
e as árvores
quando regressa a Primavera.
Verde é tudo quanto é belo.
Tu és verde, meu amor, verde.
Verde!
O nosso amor é verde,
mas não digas a ninguém.

Mais, muito, muitíssimo mais sobre quem foi e o que cantou Natália de Andrade, nesta muitíssimo bem esgalhada e sentida homenagem: http://nataliadeandrade.com.sapo.pt/index.html

Os Três Desejos

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Era de manhã cedo e...














"Bom dia vizinha Pardaloca, não tem por aí duas ou três sementes que me empreste para eu dar aos meus passarinhos, que não se calam com fome? Sabe?! É que o Pardalão Mor, meu senhor e amo, fecundador dos meus ovos, saiu já em busca de comida, mas não voltou ainda. Oxalá Pardaleus o traga de volta depressa e de boa saúde..."

"Pois sim, Pardalinha, minha vizinha e amiga, companheira de árvore, venha cá, tenho sim algumas sementes, não preciso delas, ainda estou a chocar os meus ovos, como sabe. Venha buscá-las, depois devolve-as quando for caso disso. E não se preocupe, o seu Pardalão Mor vai regressar em breve, o meu Pardalão Mor-Mor também saiu, daqui a pouco voltam os dois..."

E deste lado da árvore, para aquele lado mais ali à frente, reparem bem, a distância é pouca, a Pardalinha, só com a experiência que os genes lhe davam, deixou o ninho e foi buscar as sementes que, batendo asas em cima do ninho, entregou a cada um dos filhotes, pouco mais que grandes bicos amarelos por fora, rosados por dentro, que piavam com todas as forças que podiam ter...

Isto foi de manhã bem cedo, quando a claridade do dia empurra o escuro da noite para o lado.

E é esta sinfonia dos pardalinhos e estas conversas entre duas pardalas, mães amorosas, uma ainda nova já com prole, a outra mais velha à espera dela, que me acorda pela manhã. E, como som de fundo destas conversas e destes chilreios, o som do mar que sempre está presente quando durmo, quando acordo...

Conversas de bichos, direis vós, imaginação que imagina coisas impossíveis!

Maravilhas de um Universo perfeito, digo eu e não creio que esteja enganado!

In: "Histórias possíveis e impossiveis", de autor desconhecido do Sec. XIII

Era de manhã cedo e...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Evolução

domingo, 19 de outubro de 2008

Farm Life

Quem achar que a vida no campo é saudável, natural e fortalece o espírito, ponha o dedo no ar...


sexta-feira, 17 de outubro de 2008


Que tipo de moldura ficaria bem num quadro destes?!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Milagre!

domingo, 12 de outubro de 2008

Viena Vegetable Orchestra

O ritmo dos vegetais.
Impróprio para carnívoros?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Mais Brel

Com as minhas desculpas à estounua por, salvo seja, postar tão em cima dela, mas com a melhor das intenções, que é a de recordar o grande Brel, o homem que, segundo cosnta, depois de cada concerto deixava uma poça de suor à sua volta (a menos que padecesse de incontinência urinária, mas não creio que fosse o caso), intérprete soberbo, um num milhão, e que 'quando eu era novo' nunca passou mais de uma semana fora do gira-discos ou do leitor de cassettes, deixo-vos algumas das suas obras-primas.

Faltaria o não me grites, pá, la valse a mille temps e tantas outras, mas não quero deixar aqui uma mortalha. Um lençol chega.


«Vesoul»


«Les bonbons»


«Quand'on á que l'amour»


«Les Bourgeois»

Jacques Brel - 8 April 1929 – 9 October 1978


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Abram alas p’ró Noddy!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

benfica sempre!



domingo, 5 de outubro de 2008

Orgulho!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

DROGADO



Ídolos Pop alternativos dos anos 60 #4: Irmãos Catita 'Drogado. Quando eu tinha 39 anos.

NINGUÉM PÁRA O BENFICA!!!


A igualdade quando nasce é para todos!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

que se foda a bola, vamos para a tourada...

Casam-se fufas e paneleiros,
não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.
Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano
espera.
Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais
são tretas.
Entram vacas depois dos forcados
que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão
não pega.
Com bandarilhas de esperança
afugentamos a fera
estamos na praça
da Primavera.
Nós vamos pegar o mundo
pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza
graça.
Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões
de crista.
Entram cavaleiros à garupa
do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca
mais o snobismo
e cismo...
Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro as milhões.
E diz o inteligente
que acabaram asa canções.

FUERZA NAPOLI!!!!!!

willst du sie kaufen?

"Queres tu comprá-los?
São todos pra comprar.
Mas oferece muito.
Faz tinir a bolsa cheia!
Senão fortifica-los.
Senão fortificas-lhes a virtude..."



nietzsche

O que eu gosto mesmo é de estabelecer os direitos constitucionais dos outros!


Para o meu amigo Chouriço:

- Que quando se discutem os direitos fundamentais dos cidadãos estabelecidos na Constituição nos diz que «inconstitucionalidades à parte - que não é isso que tem agora de ser discutido…»;

- Que diz que é contra o casamento homossexual e fundamenta a sua opinião não no casamento homossexual, mas naquilo «que pode vir depois»;

- Que é contra a adopção por homossexuais porque isso «lhe faz muita impressão»;

- Que é contra a adopção por homossexuais mesmo que isso corresponda ao interesse da criança;

- Que é incondicionalmente a favor da adopção, desde que seja por casais heterossexuais;

- Que é favor da adopção por casais heterossexuais mesmo que isso não corresponda ao interesse da criança;

- Que é contra a adopção por homossexuais mesmo que admita expressamente que é «sempre inconstitucional uma medida que limite os direitos de um casal homossexual, por discriminação em relação aos restantes casais e em contradição com o artigo 13.º da Constituição da República Portuguesa»;

- Que é contra a adopção por homossexuais mesmo que não conheça um único argumento científico para o justificar;

- Que quando se fala de um filho biológico só põe em causa «o seu crescimento junto da mãe se for maltratado ou se for exercida violência sobre a criança ou algo assim e não por ser filho de lésbica, claro», mas se outra criança tiver o azar de não ser «filha de lésbica» então fica na Casa Pia, que até se lixa;

- Que para que uma criança adoptada por homossexuais «não sofra uma poderosa pressão social, quer na escola, quer no seu círculo de amigos lá da rua», antes prefere que sofra uma poderosa pressão na instituição onde está internada;

- Que é contra a homossexualidade porque essa porcaria é pecado;

- Que é a favor da violação dos direitos fundamentais dos cidadãos estabelecidos na Constituição mas… somente em casos por si criteriosamente escolhidos;

- Que acha que há homossexualidade «por moda, por imitação e por necessidade de se sentir integrado numa minoria, ou por outro motivo qualquer» e que alguém um belo dia decide ser homossexual para afinal… se sentir integrado;

- Que é contra a homossexualidade porque Deus matou a malta toda em Sodoma e Gomorra, e Deus não é cá para brincadeiras;

- Que acha que a diferenciação entre as pessoas constitui justificação para as «tratar de forma diferente» que é como quem diz, para... as discriminar;

- Que pensa que um homem e uma mulher adquirem o direito a adoptar crianças só pelo facto de serem casados, sem necessidade de avaliação ou escrutínio e independentemente do «interesse da criança»;

- Que é católico mas não ao ponto de amar o próximo como a si mesmo;

- Que pensa que ele é que sabe o que é isso do «interesse da criança» e que todos os outros são umas bestas;

- Que identifica uma importante vertente material e patrimonial no casamento a que chama «um negócio», mas como é um brilhante constitucionalista distingue o acesso dos cidadãos a esse mesmo negócio... em razão da sua orientação sexual;

- Que, mesmo que não conheça as origens do casamento civil em Portugal, acha que ainda não passou tempo suficiente desde 1802 e do Código de Napoleão de forma a justificar a «necessidade de alargar o sentido tradicional do casamento»;

- Que defende o sentido tradicional do casamento e por isso defende a proibição do divórcio, que o homem seja chefe de família, que o homem administre os bens do casal, mesmo até o ordenado da mulher; que a mulher só possa ser comerciante com autorização do marido, que a mulher só possa sair do país com autorização do marido, que a mulher não seja herdeira legitimária do marido, que as enfermeiras não se possam casar, que as hospedeiras de bordo não se possam casar, que o homem seja «o chefe da família»…;

E, finalmente,
- Que demonstra uma curiosa associação de ideias entre tudo aquilo que se refere a sexo e... a prática de relações sexuais com animais…

…então, para o meu amigo Chouriço, aqui deixo estes dois singelos “cartoons”:




quarta-feira, 1 de outubro de 2008

GRACE SLICK, 1967



Ídolos Pop alternativos dos anos 60 # 3 : Grace Slick, vocalista dos Jefferson Airplane 'White rabbit'. Eu tinha dois anos.

Prémio 'O vestido parece comprado na FIL artesanato, mas por baixo estava material de primeira e au naturel'.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Questão





No blogue do LGR discute-se com frequência o casamento entre pessoas do mesmo sexo e alega-se a inconstitucionalidade do artigo do Código Civil que dispõe que o casamento tem de ser entre pessoas de sexo diferente. Inconstitucionalidades à parte - que não é isso que tem agora de ser discutido - os defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo, entre os quais o ilustre jurista Pedro Múrias, defendem, por exemplo, que é preciso puxar pela imaginação para encontrar um efeito negativo da abertura do casamento aos homossexuais.
Contrariamente a eles - e sei que alguns de vós vão tentar crucificar-me por isto - não acho que seja assim tão ficcional e imaginativo encontrar pelo menos um efeito negativo na abertura do casamento aos homossexuais, e que se vai traduzir no receio que o Partido Os Verdes demonstrou na recente proposta de alteração legislativa que vai submeter a votação parlamentar no próximo dia 10 de Outubro: a adopção. Propõe este Partido com assento parlamentar que se permita o casamento entre homossexuais, mas que se limite a possibilidade de adopção por estes «casais».

Ora, eu penso da mesma forma em relação à adopção: a possibilidade do casamento entre homossexuais vai permitir abrir a porta à adopção de crianças por estes «casais», quer se limite agora quer se limite para o futuro esta hipótese, pois será sempre inconstitucional uma medida que limite os direitos de um casal homossexual, por discriminação em relação aos restantes casais e em contradição com o artigo 13.º da Constituição da República Portuguesa.

Reza este artigo, no seu n.º 2, que ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

É neste acrescento da revisão constitucional de 2002 (salvo erro) que reside o busílis da questão: é em relação à orientação sexual que se revela desigual o tratamento dado aos casais homossexuais, que pretendem constituir família ou uma espécie de família. Ou seja, como dizia a canção: it's all about the money.

Há várias maneiras de tratar a questão, desde a mais simples: eles não formam casais, são pessoas individuais e, como tal, têm de ter os mesmo s direitos das outras, ou seja, podem casar, desde que seja com pessoas de sexo diferente - e aqui não há inconstitucionalidade nenhuma. Se eu gosto de branco quando todos os outros gostam de preto, não quer dizer que haja inconstitucionalidade e diferença de tratamento por eu gostar de algo diferente. O gosto é meu e só por isso não podem discriminar-me.

Outra maneira de tratar a coisa é com uma n0ta de humor: não há aqui qualquer discriminação nem violação do princípio da igualdade vertido no artigo 13.º da Constituição pois o que lá se escreve é orientação sexual e, no caso dos homossexuais, o que está em causa é - claramente - uma desorientação sexual, pelo que não podemos inseri-los no contexto constitucional.

Como sabemos, o casamento civil é um negócio e os homossexuais querem aderir a esse negócio. Pronto, digamos que não é chocante. O que é chocante é o que vem a seguir: a adopção.

Quanto à adopção - e é aqui que contradigo a tal falta de imaginação do Pedro Múrias, do LGR e de tantos outros e que provoco a vontade de alguns de vós de me atirarem para a fogueira - ainda não há estudos científicos que tenham em consideração no desenvolvimento normal de uma criança o facto de ter dois papás ou duas mamãs. Não é que ter dois papás ou duas mamãs faça mal - até porque, pelas mais variadíssimas razões, já tem acontecido uma criança crescer só com homens ou só com mulheres - o que faz mal é conviver com dois papás ou duas mamãs que durmam juntos e que tenham manifestações de carinho em privado - o que é normal - a que a criança assista. Quer dizer, não está comprovado que faça mal, mas devemos assegurar-nos de que não faz. E é nisto que peca a ciência e a vontade.

Não estranho que as lésbicas tenham vontade de ter filhos, pois têm a capacidade de serem mães. Pois sejam-no e não venham adoptá-los. Aí nada tenho a dizer nem tenho qualquer forma de obviar a isso: se é um filho biológico só ponho em causa o seu crescimento junto da mãe se for maltratado ou se for exercida violência sobre a criança ou algo assim. Não por ser filho de lésbica, claro.

E não esqueçamos que a criança vai sofrer uma poderosa pressão social, quer na escola, quer no seu círculo de amigos lá da rua. Provavelmente será apelidada de «o filho dos paneleiros» ou «a filha das fufas» ou o que for. Claro que com o passar do tempo haverá uma normalização, mas ninguém sabe se não foram produzidos danos psicológicos irreparáveis.

A segunda parte da questão é odiosa: pego no exemplo de crianças que foram abusadas por pedófilos e que quando crescem tornam-se abusadores ou homossexuais. Pego no exemplo de crianças que foram maltratadas e que quando crescem tornam-se violentos e maltratam outras crianças. Tudo fruto do comportamento que viram em miúdos e que repetem ou fruto do abuso que receberam e que imitam. Sim, porque para além de serem traumatizadas, há um comportamento de mimetização.

Eu sei que é uma interpretação perigosa, mas é-me permitido fazê-la: as crianças que sejam adoptadas por homossexuais não terão um risco acrescido de imitar esse comportamento?

Sim, eu sei que a homossexualidade não é propriamente uma doença nem nada que se pareça. Sei também que há homossexualidade genética e que essa se manifesta desde tenra idade. Mas há também homossexualidade por moda, por imitação, por necessidade de se sentir integrado numa minoria, ou por outro motivo qualquer. Se assim não fosse, como é que se explicaria o comportamento dos antigos Gregos? Teria sido uma alteração genética que os afectou a todos? Não me parece.

Finalmente - porque o texto já vai demasiado longo e agradeço a quem tenha lido até aqui - qual é a expressão social do casamento entre homossexuais? Ou seja, onde estão as hordas de homossexuais a quererem casar-se e a organizarem manifestações colectivas com placas levantadas a dizer «CASAMENTO HOMOSSEXUAL TEM DE SER UMA REALIDADE EM PORTUGAL»?

Francamente, não os vejo. Apenas vejo uns teóricos a pensar sobre uma coisa que não tem expressividade social e que não há necessidade de alargar o sentido tradicional do casamento. Parece-me que esta resolução de estipular que o casamento civil seria entre pessoas de sexo diferente vem do Código Napoleão de 1802 ou 1804. Parece que passou muito tempo? Os tempos são outros? E isso é justificativa suficiente?

JANE B, 1969



Ídolos Pop alternativos dos anos 60 # 1 : Jane Birkin & Serge Gaingsbourg.

Em primeiro lugar para as categorias: i) a mais linda, a mais sexy, a com mais pinta (que partilha com o marido); ii) a melhor secção rítmica de sempre.

Porque sim...














1 - Porque gosto da (actual) tropa da minha terra e porque vieram cá para os vermos.

2 - Porque ando com um espírito um pouco bélico.

3 - Porque, na verdade, estava na hora de tirar o cadáver dali e como fui eu quem lá o pôs...

4 - E porque sim...

PS: Lembram-se de um general que passou aqui pela vara e que camuflou os tanques debaixo da areia? E do soldado que tinha a namorada de pele rosada à espera dele, na terra? Estiveram cá os dois, entre outros...