Quando Ele me apareceu na estrada para Damasco, logo depois das bombas da Mobil e antes de chegar ao pinhal, havia ainda um odor levemente pungente a mijo cediço que se evolava das ceroilas, agora largas demais, que atava com uma baraça em nó corredio.
“Saulo, Saulo, por que me persegues?”, começou Ele, enquanto limpava as orelhas com uma ponta do santo sudário. E eu pensava que já via onde ele queria chegar. Disse-lhe tudo... “Meu menino, isto é assim... Eu sou de Tarso, ok? Terra cosmopolita, gente de todo o lado, adoradores de Mithras e muito grego. Gregos, percebes? Hmm? Percebes? Mesmo sendo judeu, achas que os gregos eram meninos para terem as mãos quietas quando eu passava por eles, na minha mocidade? Mesmo a ti, agora, com esse ar anorético... Hmm? Percebes? Já leste o Ortega y Gassett? Hmm? Aquela boutade do eu sou eu e a mais a minha circunstância? Pois olha, avia-te daí que isto, meu menino, é o que temos. Agora, daí até vires dizer que eu te persigo só porque te perguntei se tinhas lume, na casa de banho das bombas... Quer dizer... Daqui a pouco basta perguntar as horas a alguém para levar logo rodas de paneleiro, não?! E isto vindo de ti, ó drogadito, não é lá muito cristão... Também deves ouvir das boas e das bonitas a andar por aí nessa figura.”
Sandeu. Era o que eu era, sem saber ainda que ele era Ele. E eu arengava e Ele olhava para mim com uma candura de quem me queria bem e que eu só estava habituado a ver nos olhos de alguns gregos de Tarso, aqueles dois ou três indecisos que não sabiam se se queriam deitar comigo como se eu fora mulher ou se queriam antes curar-me as feridas da circuncisão com o veludo do seu intestino. “Saulo, Saulo, por que me persegues?”, tornava ele, atando as pontas da baraça em redor da genitália – e via-se tudo, que a carcela das ceroilas já não tinha qualquer botão. Tolo, tolo e impuro, dizia-lhe eu que “Sei lá... Não queres que te persiga? Preferes que me agache ali à frente, à tua espera? Que te preceda? Como é que gostas mais? Espera lá! Tu não estavas no apedrejamento do Estêvão? Ou foi na after-party? Ai, apedrejamentos... Isto para mim é assim: esses nazarenos de merda, já que se revoltam contra a ‘lei dos pais’, podiam pelo menos deixar-se dessa mania de cortar prepúcios. Pronto, confesso, sou farisaica para me agradar de um prepuciozinho ou outro... Já vi pela carcela que contigo não tenho sorte... Também foi ao oitavo dia, não?”.
E Ele... “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. E eu que não, “Deixa-te de merdas, pá; mas persigo-te o quê?!, não vês que vou aos saldos ali a Damasco?”. E Ele tocava-se e Ele crescia e Sua voz tonitruosa, tipo Adolfo Luxúria Canibal enxertado de Carlos Guilherme, repetia “Saulo, Saulo, por que me persegues? Se tu quisesses, apostolava-te já aqui.” E da carcela saía um resplendor de luz que parecia os máximos daqueles Mercedes novos e nos Seus olhos a mesma bondade, o mesmo sorriso sincero do primeiro grego que me ofereceu um Chupa-Chups. E eu caí por terra e Ele caiu por terra e ali nos conhecemos e eu soube quem Ele era. E soube que Ele não era como o Barnabé de Jerusalém que também tinha falinhas mansas, no princípio, mas que depois de bêbedo – e era todos os dias – só dizia ‘xamir-te’ e o mais das vezes era depois de já lá estar. E o Barnabé só me dava as togas que lhe ficavam apertadas e Ele não, Ele convidou-me logo para Director do Departamento de Imagem e Comunicação da companhia.
Coríntios 7, 1 “Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher;”
Coríntios 7, 7 “Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra.”
“Saulo, Saulo, por que me persegues?”, começou Ele, enquanto limpava as orelhas com uma ponta do santo sudário. E eu pensava que já via onde ele queria chegar. Disse-lhe tudo... “Meu menino, isto é assim... Eu sou de Tarso, ok? Terra cosmopolita, gente de todo o lado, adoradores de Mithras e muito grego. Gregos, percebes? Hmm? Percebes? Mesmo sendo judeu, achas que os gregos eram meninos para terem as mãos quietas quando eu passava por eles, na minha mocidade? Mesmo a ti, agora, com esse ar anorético... Hmm? Percebes? Já leste o Ortega y Gassett? Hmm? Aquela boutade do eu sou eu e a mais a minha circunstância? Pois olha, avia-te daí que isto, meu menino, é o que temos. Agora, daí até vires dizer que eu te persigo só porque te perguntei se tinhas lume, na casa de banho das bombas... Quer dizer... Daqui a pouco basta perguntar as horas a alguém para levar logo rodas de paneleiro, não?! E isto vindo de ti, ó drogadito, não é lá muito cristão... Também deves ouvir das boas e das bonitas a andar por aí nessa figura.”
Sandeu. Era o que eu era, sem saber ainda que ele era Ele. E eu arengava e Ele olhava para mim com uma candura de quem me queria bem e que eu só estava habituado a ver nos olhos de alguns gregos de Tarso, aqueles dois ou três indecisos que não sabiam se se queriam deitar comigo como se eu fora mulher ou se queriam antes curar-me as feridas da circuncisão com o veludo do seu intestino. “Saulo, Saulo, por que me persegues?”, tornava ele, atando as pontas da baraça em redor da genitália – e via-se tudo, que a carcela das ceroilas já não tinha qualquer botão. Tolo, tolo e impuro, dizia-lhe eu que “Sei lá... Não queres que te persiga? Preferes que me agache ali à frente, à tua espera? Que te preceda? Como é que gostas mais? Espera lá! Tu não estavas no apedrejamento do Estêvão? Ou foi na after-party? Ai, apedrejamentos... Isto para mim é assim: esses nazarenos de merda, já que se revoltam contra a ‘lei dos pais’, podiam pelo menos deixar-se dessa mania de cortar prepúcios. Pronto, confesso, sou farisaica para me agradar de um prepuciozinho ou outro... Já vi pela carcela que contigo não tenho sorte... Também foi ao oitavo dia, não?”.
E Ele... “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. E eu que não, “Deixa-te de merdas, pá; mas persigo-te o quê?!, não vês que vou aos saldos ali a Damasco?”. E Ele tocava-se e Ele crescia e Sua voz tonitruosa, tipo Adolfo Luxúria Canibal enxertado de Carlos Guilherme, repetia “Saulo, Saulo, por que me persegues? Se tu quisesses, apostolava-te já aqui.” E da carcela saía um resplendor de luz que parecia os máximos daqueles Mercedes novos e nos Seus olhos a mesma bondade, o mesmo sorriso sincero do primeiro grego que me ofereceu um Chupa-Chups. E eu caí por terra e Ele caiu por terra e ali nos conhecemos e eu soube quem Ele era. E soube que Ele não era como o Barnabé de Jerusalém que também tinha falinhas mansas, no princípio, mas que depois de bêbedo – e era todos os dias – só dizia ‘xamir-te’ e o mais das vezes era depois de já lá estar. E o Barnabé só me dava as togas que lhe ficavam apertadas e Ele não, Ele convidou-me logo para Director do Departamento de Imagem e Comunicação da companhia.
Coríntios 7, 1 “Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher;”
Coríntios 7, 7 “Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra.”
46 comentários:
ah, ah, ah, ah, ah!
Grande, pá.
A vara anda munto compostinha, é o que vos digo, pazinhos.
Muito bom! Thanks, Vareta :)
Vareta-san, :))))))
Veludo do intestino. After party. Director do Departamento de Imagem e Comunicação!!!
Ah, ah, ah, ah!!!
(Acho que temos de criar outra igreja para fazer concorrência ao IRADAS. :D)
Bom dia. :)
Senhor da Vareta Funda, tens que vir cá mais vezes, agora que pecaste, pensa em unir-te à IRADAS (Igreja Redentora do Assento da Sanita) onde te podes purificar com outras palavras (e pagares para as ouvir, claro)
Um abraço, caro Senhor da Vareta Funda e feliz 2011 ande lá por onde andar!
BuBu, acho que devemos unir esforços e criar uma só igreja, a IRADAS terá por base a carinha laroca do ADAS, que é trigo limpo, farinha amparo, que ele nunca me enganou! Dá um pastor como poucos, acredita em mim, que já lhe toquei as vestes.
Foda-se, retiro o que disse quanto à compostura.
Porquê?
Já lhe tocaste as vestes?
É o descalabro....
o_O
Já e senti assim uma coisa que nem sei explicar... uma leveza... um je ne sais pas quoi...
Ah! BuBu, acho que encontrámos o caminho!
... e ainda perguntas porquê...
C'um caralho.
Pergunto porquê, sim, porque não sou como tu, ó marikita...
Por falar em marikita: os teus colegas marikitas fin0, chÔ-chÔ, aonde andam?
E o FPMzinho?
ceroilas que és?
las rodillas?
que delicadeza vareta,
creo que tu ficarias bem para o Georg Gaenswein do adas porque ele, como buen mesias, va directo , sin disfarçar , e sempre no se pode dizer lo que uno pensa
:-)
Ceroilas é um género de calças que se veste por baixo das verdadeiras calças, para proteger do frio.
Os gays não usam, porque depois dá muito trabalho a... tu sabes.
Eu, quando estive no Gerês, no inverno passado, bem usei e bem me soube! Mas eu não sou gay, como sabes!
Muito bom! Grande, Vareta! A exortação do Cristo soma e segue, ah ah ah ah!...
Deveis, de ora em diante referi-se a nós desta maneira. Faço anos para a semana e espero pelo menos dois Rolls Royce com as jantes em oiro.
E com umas seis acólitas semi-púberes lá dentro, ok?
O vosso ex-AdaS, Santo dos Santos, Luz do Mundo a.k.a 'A Grande Cona'.
Upanishade #1
De acordo com as concepções gnósticas de Basílides, retomadas por exemplo por Pseudo-Dionísio,o Aeropagita e mais tarde por Escoto Erígeno, a divindade é um atributo residual no demiurgo do nosso Mundo, senão mesmo nula. Este último é uma espécie de sub-cave de ordem 365 numa série descendente de mundos criados pelo deus do nível imediatamente acima e que se inicia com o inominável Senhor do Pleroma, mas que vos posso dizer que se chama Abraxas. O nosso, um esterco sub-alterno e merdoso que criou esta piolheira desprezível em que vivemos e nem me lembro como se chama, JHAVÉ ou que raio é. Pronto, eis um imenso segredo que agora vos desvendo e que vos rogo, pela vossa alma, que guardeis no mais íntimo do coração. Não se esqueçam que as transferências são para o NIB 0071 000025156 76 e as acólitas não podem estar menstruadas porque nesse caso eu ficaria impuro até à tarde. Zaps de Amor para todos vós, minhas queridas ovelhas.
P.S. Aguardamos com caloroso ensejo o Upanishade sobre o Universo do Grande Irmão Swami Morcela-Coalhada-de-Gosma e que não se esqueça que tem uma sessão de inspiração sufista que implica espermofagia. Só ele, claro, que eu tenho azia.
P.S. O local é na Sala do Capítulo do Mosteiro da Pransor de Aveiras, bungalow 22B.
...Inspiração surfista?
yo no vivo en nenhuma piolheira , vivo num 2º andar, tambem nao exageres oh ! Lobsangrampa, que tan mal no estamos
Carlos Castañeda de pacotilla.
quem tem cú tem um altar do mundo
só os ateus morrerão sem gozar o prazer que Deus deu aos pobres pecadores em troca da cumunhão com o próximo
no cú está a virdude porque o cú está ao sempre ao meio e leva por tabela porque o meio é sempre em contornável e tá sempre a levar e quem leva numa face tem de dar a outra a mamar pois se Deus nos deu boca foi para mamar
mamar
mamar perdidamente este e aquele e o outro tambem
os pecadores é quem mais sofre com a dôr que dá levar com um pecado grosso e comprido
eu que o diga que tenho de me ajoalhar tantas vezes ao dia e não é para o chão lavar
há canzana
este gaijo tem os fusíveis todos calssinados!!!
dasssse!
Merry Christmas!!!
YEAH!!!!
FELIZ NATAL!!!!!
Olha... A ME acordou agora... Isso é que foi, hã?!
Eu desejo-vos um feliz solstício , equinóxio ou lá que raio seja a pirueta que o Sol dá à volta da Terra, um excelente 2011, não acreditem na história da crise que isso é tudo uma grande alldrabice e agasalhem-se bem que a chuva, o vento e o frio só vão amainar lá pró fim de abril.
Boas, indolores e prazerosas entradas a todos!
Ah, ganda Banzé!
Também para ti, pá, tudo no dobro do que nos desejas!
Ou no triplo!
Raisparta os arreunam-mos de fim-de-ano.
Bock, não é surfista, méne. Pára de pensar no sal, mon.
É sufista. Su-fis-ta. Não andaste na C+S de Miratejo? Não aprendestes umas cenas altamente, tipo Lucy In the Sky With Diamonds, nas aulas de filosofia, pá? É uma cena de gajos filósofos, altas cenas alucinogéneas e o camandro.
Raispartam os arreunam-mos.
(G2, só te enterras mais, miúdo..)
Sheltox, amigo, boas teclas te vejam. :)
Um bom ano para ti também. Beijinhos. :)
Bom ano, Dum-Dum...
Avôzinho diz-me tuuuuuu...
... alalalalalalaaaaaaaa...
Sono.
Bebe um tocafé!!!!!!
Dá uma marradinha meiga com a parede occipital contra o pladur ou a divisória do open space.
Esgaramenteia a laustríbia!!!!!
Rejubilemos, pois que hoje se cumprem uma porção de voltas ao astro-rei desde que aquele-de-reduzida-dimensão-transversal-e-cujo-nome-não-será-pronunciado-por-simples-pudor levou com a luz do dito astro nas trombas pela primeira vez.
Dona Suzete da peixaria
Menina Amélia dos Jornais
Dona Mercedes da padaria
Suely da caixa do supermercado
Tininha da 5 a sec
Hossana!
Hossana!
Que a vida lhe seja longa, próspera, feliz e prenhe de alegrias e - enquanto ainda se lembra que o entrepernas não serve só para largar gotículs de urina que lhe escorrerão pela parte interior das pernas abaixo para se alojarem cândidamente entre as canelas e as folgas que os elásticos rebentados deixam nos peúgos - muita quantidade de toda e qualquer parte da anatomia feminina que mais lhe aprouver é o que mais lhe desejo.
Desafio-vos a lerem o meu último comento sem parar para respirar.
(é assim que faço o meu treino para apneia)
A Natividade, que vende cassetes de musica popular, ali na feira da Malveira, disse que éfe cinco...
Ó coirão,
Não era suposto teres dito qualquer coisa acerca de qualquer coisa que vai acontecer um dia destes?
Qual coirão, eu?
Eu é que sou o coirão?????
O coirão sou eu?
Sou eu, o coirão?
Como quem cala, consente... devo ser.
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