terça-feira, 5 de abril de 2011

PÓ DE PROJECÇÃO



Excerpto do Diário de José Nunes (1867-1943), doutor em medicina que estudou em Inglaterra.

(…) Estava atado com uma corda de juta, um semi-bolorento palimpsesto esquecido do acervo de John Dee da Biblioteca da Abadia de St. Eclair-on-Thames. Era uma tradução em árabe medieval de um manuscrito copta do século II A.D. Uma liberal interpretação de Thomas Moore atribuía-o a Ibn-Rushd ou Averróis, sendo que o primeiro o adquiriu provavelmente já interpolado por copistas medievais, a um certo Philalette, alfarrabista de Paris. É um texto alquímico eivado de alegoria e simbolismo e fazendo fé no inglês quinhentista de Moore, reza assim:

Da decantação do Mercúrio em seu espírito do Sal, casa-se este com o Enxofre em fecundo Ovo, que ao negro, calcinado ao branco, seis vezes no athanor, pulverizado em ágata e envolvido numa noz de cera é o pó de projecção; e diluído oito vezes numa onça em um quartilho de orvalho é o Oiro Potável de Mercurio Trimegisto, que transformando misticamente o tomador da Obra Magna da Real Arte, o vem transfigurar em Glória e juventude (…)

Li nestas palavras a receita do Elixir da Juventude e assim tomei cinco partes de vitríolo, uma de bosta de vaca fermentada com sémen, pus, sangue e um quisto hidático esborrachado e ainda meia de urina, duas de cinábrio e uma de mercúrio e iniciei a moenda no almofariz de ágata, pela segunda hora. Cozi ao rubro esta bola no athanor durante duas semanas e logrei obter a Obra ao Negro. Calcinei e dissolvi, coagulando, duas e mais vezes e logrei a temperatura certa que conduz, após cerca de quinze dias ao Ovo Filosófico, que novamente calcinando renasce em Glória qual Phénix das suas próprias cinzas e é a Obra ao Branco: um pó amarelado de brilho furta-cores. Preparei a diluição em orvalho recolhido em lençóis todos os dias de manhã e assim tomei o Oiro Potável e esperei o resto da noite até de manhã. (…)

De manhã tinha duas cabeças, com coroas de rei e rainha, um par de mamas, esvoaçava em torno de mim uma alva pomba com murta no bico entre um sol e uma Lua e os meus pés poisavam por sobre um pelicano. Um pentáculo com símbolos cabalísticos brilhava sobre a minha cabeça, uma cobra mordendo a cauda volteava em meu redor e dei-me por satisfeito. Seguido por esta parafrenália, fui neste preparo para a rua, ás duas da manhã, onde fui sodomizado com brutalidade por dois limpa-chaminés desdentados atrás de um monte de carvão e julgo que nada terei ganho com esta empresa. Duas purgas, uma sangria, aplicações de sanguessugas medicinais e pachos calmantes de artemísia e borato já me devolveram, três dias depois ao meu estado normal, fora uma estrelinha cintilante que ainda me orbita a cabeça. Só espero ter anotado com precisão a morada dos limpa-chaminés’.

35 comentários:

g2 disse...

Primeiros...

g2 disse...

Grande aventura, a desse doutor em medicina que estudou em Inglaterra.

Bem feito que tenha acordado com um par de mamas...

g2 disse...

...e terceiros, sem tirar fora!

Assento da Sanita disse...

Vá lá não ter sido nas costas.

g2 disse...

Olhó paneleiro do fin0. Tás bom, pá???

Assento da Sanita disse...

finO? Onde?...Drogas-te, pá.

g2 disse...

Tens razão, pá, eu vi o fin0 onde diz Assento da Sanita, estou fodido, eu...

Acho que me vou benzer...

Assento da Sanita disse...

Estás todo queimadinho. Junta-te ao Futre.

Bock disse...

Lindo, c'um quarailho ou duâis!!!!

Bock disse...

C'um quarailho ou duâis, Lindo!!!!

Bock disse...

A mula da Comprativa
Masca a erva que medra
Era cannabis sativa
Eia caganda pedra

O Papagaio da velha do segundo
Passa o dia a dizer "Currupaco!"
Caga-se, deixa tudo imundo
Vou comprar um maço de tabaco

As criaturas do 5º esquerdo-frente
Jogam ao guelas nos tacos de faia
Fodem os cornos a toda a gente
Porque é que ninguém os fura com uma azagaia?

A malhuca do oitavo com medo dos aracnóides
Anda a aviar um segurança de discoteca
Passa o dia a tomar esteróides
Tá todo enchado, mas na cama falta-lhe estaleca

O doente mental da cave
É alto cromo, foda-se
Enche as truces de xarope de agave
Senta-se num formigueiro, mas antes despe-se

Tou com gases e o nariz cheio de burriés
Deve ter sido do forte cheiro
Que emana da casa dos monhés
Quando cozinham chamuças de cordeiro

Cheira a bicho morto e a suor
A arroz brahma com especiarias
Vai lavar a boca com fluor
Depois de comeres tamanhas porcarias

Eu cá gosto é de bitoque
Arroz, selada, batata, ovo e uns pões
Rega c'uma super boque
Caga lá no caril de camarões

Bock disse...

Fui à Citânia de Cinfães
Ver um Castro Laboreiro
Comi Caril de camarães
E Chamuças de Carneiro

Vieram de lá 3 minhotas
Conas mamas descaídas
Uma era nova as outras velhotas
Fiquei coa próstata retraída

Zumba vá de lhes zurzir
Chocalhava toda a filigrana
Introduzi e voltei a introduzir
enquanto arrotava a comida indiana

Nisto chega o pastor
Mailo belo do canídeo
Ficaram os dois com calor
Ajuntaram-se, fizemos um belo bideo

de seu nome "Chabasco em Chinfães"
ganhou prémios em todó lado
Fantasportos e sãs sebastiães
Foi munto galardoado.

ostia disse...

A mula da Comprativa*


aqui a gente diz "comparativa"*


es por cooperativa? jajajajajajaja

logo dirão que não somos irmãos com os tugas

VD disse...

...Qual Natália Correia, qual Simone de Beauvoir.

Venha de lá o par de mamas. Temos candidata ao prémio Femina.

Bock disse...

Pobreza.

Assento da Sanita disse...

Bota pobreza nisso.

Pobreza disse...

Olá!

Bock disse...

bOTA PObreza
Muita pobreza nisso
vi a madre teresa
a mamar no chOURIÇO

estava lá em Calcutá
Sem nada para caridar
Disse-lhe, anda cá já
Vou-te tratar

Sacou a placa
E desatou a mamar
Safou-se-lhe a laca
que o véu saiu voar

O chouriço gemia e gemia
Ai Meu Deus, Ai Deus Meu
Que má ideia eu fazia
Das belas mulheres, ah, que Sandeu

e assim acaba um milagre catita
O mais belo desta anciã
Converter um macabeu sodomita
Em apreciador de grelo e sutiã

Anália disse...

numa casa portuguesa
concerteza
há muita fado
pão de milho
e pobreza

numa casa portuguesa
há pobreza
muita foda
muito vinho
concerteza

Assento da Sanita disse...

Tinha o chOURIÇO nas cuecas
Umas estranhas estruturas
Eram pirâmides olmecas
Feitas de langonhas duras.

Os chatos adoravam o Sol
Na floresta de catinga
Um bocado de Sonasol
E meter-se menos na pinga.

Era o que lhe recomendava
Para a bem da cidadania
De vez em quando encavava
No arelho da sua tia.

Quis casar com o sobrinho
Mas o Estado não deixa
Foi chorar o chOURIcinho
Da dureza da Lei se queixa.

Ele que tanto gostava
De mamar no ânus da tia
Mesmo quando se borrava
Era do melhor que havia.

Bock disse...

Incha, paiOLA, incha
que hoje tás na berlinda
munto gramas tu de pincha
seja feia, seja linda

Seja linda, seja feia
de preto, burro ou lobo
cafres, urrantes e alcateias
Tudo papas, ao arrobo

Papas arrobas sem fim
de carne túrgida e enchada
ora calado ora em chinfrim
Ora aos beijinhos ora à dentada

Estás todo cosido e remendado
És roto, odeias grelos
pareces um patchwork marado
dos da joana vasconcelos

Assento da Sanita disse...

Vem incógnita a morcela
Mandar postas de pescada
A sua minhoca magricela
Está mole e espapaçada.

Com o recto a latejar
Do convívio interracial
Farta-se ele de borrar
Meu deus! Que homossexual!

Embubadou-se o enchido
Com vinho tinto manhoso
Ficou de álcool entupido
Parecia um tuberculoso.

Foi para a prostituição
Mas o rating estava baixo
Para ganhar uma refeição
Teve de se fazer de macho.

Eram velhas e pensionistas
Que queriam encher o buraco
Mas para não dar nas vistas
Iam de fato de macaco.

Mecânicos sujos e doentes
Abriam-lhe o recto mal lavado
E ele ficava com os dentes
Cheios de sarro bem oleado.

Pagavam-lhe em valvoline
E em amortecedores Pirelli
Com um vestido de musseline
Cantava como o Farinelli.

Bock disse...

Que estranho mistério
Que estranho porvir
Onde é que foi parar o dinhério
De quem andou a bulir?

Falsos recibos verdes e fracturas falsas
Éroportos, quimbóis e submarinos
Acordámos sem calças
Semos uns gandas meninos

Azuis, laranjas e rosas
Vermelhos e vermelhões
Pandilha egoísta de bestas acirrosas
Quem vos mandasse uma bojarda nos colhões

Era mandar uns pra guilhotina
Era meter outros a pão e água
Era exilar a uns na Argentina
E a outros na Nicarágua

Tantas azelhices
Tantas cagadas
Tantas tristes sandices:
Ás barricadas!

g2 disse...

Bock, vais à bola??? Olha que hoje é no Benfica, se fores, leva lanterna e galochas.

Assento da Sanita disse...

Comi nabiça e feijão
E aquilo tudo fermentou
Senti vontade de expulsão
E estrondoso flato rebentou.

Deixou-me o cu dormente
E as bordas desencontradas
Se não me borro fico doente
Com as tripas muito inchadas.

É triste de gases sofrer
É pior que ter um tumor
Um gajo está a comer
E sente na tripa um estertor.

Borra-se junto a uma senhora
Que acabou de conhecer
Isto é uma grande pôrra
Porque ela estava a comer.

Bock disse...

Hoje? Benfica? Bola?
YESSS!!!!!


OK!

Bock disse...

Fui almoçar encafuado
Num shopping da moda
Aquilo é bem frequentado
Ate t'anda a cabeça à roda

Comi meia dose de arroz e carapau alimado
Reguei com 1/4 de água
Fiquei bué esfomeado
Putas das doses dão mágoa

Estou de dieta mas não faz mal
À vista de tanta carne, mamas e coxas
As calorias vão-se com o esforço cerebral
O nabo ganha tonalidades roxas

Estava tudo cheio de tias possidónias
À séria ou armar ao pingarelho
Boas que até dão insónias
O membro chegou-me ao joelho

Altas, baixas, direitas e tortas
De vestido, teshérte ou camisa
Umas não cabem nas portas
Outras leva-as qualquer brisa

Umas vão de botas de cano alto
Outras de sandálias arejadas
A primavera deixa-as em sobressalto
Não sabem como ir trajadas

As de botas vão de manga cava
As das sandálias não arranjaram as unhacas
Olha lá filha quisso encrava
Fazes-me lembrar as estepes cossacas

Olha, queres ver?
Se calhar nem são assim tão boas…
(Mas não é por isso que a gente deixa d'as comer
Mas antes… ensaboa-as)

Assento da Sanita disse...

Se calhar eram gajos.

Bock disse...

Nem tanto ao amarar
Nem tanto ao aterrar
Eu é que tava a galar
Não comeces a projectar

Se querias que fosse macho
Isso é assunto teu
Anseias que te rachem o tacho
És mesmo estulto e sandeu

Se perante os primaveris calores
Macho é o que te vem à mente
Estás entregue aos ardores
Vais levar no cu de muita gente

Já eu bom e honrado moço
que não me meto nessas coboiadas
Fico aqui a roer tremoço
Mal sabem o que perdem, coitadas.

Assento da Sanita disse...

Malhar fenda conhecida
Pode ser enjoativo
Andas com ela rija
De ver tanta oferecida.

No que toca aos trolhas
Já te fazes menos esquisito
Tens o cu cheio de bolhas
E hesitas no forâneo pito.

Bock disse...

Hesito é mas é os tomates
O que tu queres é cunbersa
Levar na ampolha de frates
Numa espagíria perversa

Procuras a sublimação
Na sigla V.I.T.R.I.O.L.
No fundo queres é levar no bujão
És, dos rotos, escol.

E se tavas à espera que na rima
usasse o verbo engolir
aha! cona da tua prima
Vai para lá carpir

Assento da Sanita disse...

Que se foda a sublimação
Eu quero é agasalhar nelas
Não me interessa a elevação
Nem conversa de manguelas.

Um gajo tem de se entreter
Temperar a vida vetusta
Se não se pode meter
Ao menos vai à Augusta.

A cona da tua avó
Aos saltos na frigideira.
Dava um belo pão-de-ló
Para comer à sexta-feira.

Bock disse...

Olha uma posta a considerar:

http://youtu.be/HMFsa8r5n40

Assento da Sanita disse...

Posta. Lembro-me de um colega meu de faculdade que agasalhava mas à séria de fazer um playback fanchono com essa música. Isso é lá contigo, portanto.

g2 disse...

A rapariga levava o rádio portátil, foda-se, já deve ter aí uns sessenta anos, antes as cantigas da marlene...