quinta-feira, 2 de junho de 2011

HISTÓRIA DE 'O'



Dentro do automóvel, o amante pegou-lhe docemente na mão e pediu-lhe que tirasse as cuecas. Ela sentiu o couro dos estofos colar-se ás nádegas. Deixou-se ficar enquanto o amante lhe passava as mãos pelos seios. Por fim, beijou-a nos lábios. ‘Está na hora. Tens de ir’. Através do portão de grades, iluminavam-se as janelas do Castelo de Roissy. O estava um pouco apreensiva e viu aproximar-se o criado, que a conduziu cordialmente à entrada enquanto lhe olhava para as nádegas, um tudo-nada sobressaindo da curtíssima mini-saia. Os saltos-altos de O pisando por sobre as folhas secas do Outono produziam o único som em redor. O criado arfava ligeiramente. Lá longe ouviam-se risos, vindos de uma janela aberta do castelo. Nisto, dois galifões saltaram de trás de um arbusto e agarraram o criado. Desapertaram-lhe o cinto, baixaram-lhe as calças e sodomizaram-no. Ele tinha um quisto esfinctero-perineal muito grande, que foi empurrado à bruta pelo recto adentro ‘Ai! Ai! Ai! Ai!...’ – gritava. O quisto, que era causado por uma ténia, mas que entretanto já tinha morrido lá dentro e apodrecido, rebentou e os líquidos nauseabundos esguicharam-lhe pelo ânus indo regar uns rododendros. Mais, ainda se borrou todo. Os galifões, depois de terminarem o servicinho, sacudiram as toscas roupas de serapilheira cheias de catotas coladas, vestígios das arremetidas anteriores contra o criado e debandaram aos pulos. – ‘Tem tendências, você’ – perguntou O. O criado fez um risinho envergonhado, recompôs as ceroulas e indicou-lhe novamente o caminho, em silêncio. Nisto, por detrás de uma sebe de buxo artisticamente topiada, surgiram de novo os galifões e atracaram-se ao traseiro do criado, zurzindo-o sem dó nem piedade enquanto emitiam animalescos urros. O criado esborratou-se pernas abaixo de novo e ficou com os sapatos cheios de merda. Eram uns belos sapatos italianos, daqueles com buraquinhos e que ficaram irremediavelmente entupidos com fezes dos galifões. A dobra das calças também ficara cheia de uma larada amarelada, com bagos de arroz por digerir e com um forte cheiro a azedo. Parecia que tinha farrapos no meio de um líquido amarelado e leitoso. Fazia ‘chlap, chlap’ quando o criado andava. O seguia-o em silêncio e ao fim de hora e meia nunca mais chegavam ao castelo. O sentia a volúpia das gotas de suor que corriam pelas virilhas por baixo da saia, levemente excitada e distraída, quando o criado estacou. ‘-Hum. Cheira-me aqui a marosca…’-disse. Um leve ruído saiu de trás de uma moita de escalónia e a cabeça de um dos galifões assomou-se com um riso sardónico. ‘Eh, eh, eh, zumba, zumba’ – disse guturalmente um deles. O outro só se ria com a gosma a borbulhar nos brônquios. Alçaram-se num salto para cima do criado e atafulharam-lhe o recto com as insalubres vergas. O criado gritava ‘Ai, ui, uiui, aiaiai…a minha rica tripinha. Uma grossa hemorróida rebentou-lhe de esguicho para cima do soutien de um dos galifões. O, entretanto, arrepelava as peles das unhas das mãos com uma lima, assobiava e tirava catotas brancas do espaço entre os grandes e os pequenos lábios. Colando-as áquelas que retirava do ânus ficava com uma dupla catota preta e branca e dizia: -‘olha, é a chamada ‘catota Sheridans’. E ria-se a bandeiras despregadas. O criado estava desmoralizado e as gotas de suor rolavam-lhe pela testa. –‘ É assim a vida de um humilde serviçal, senhora’. As cuecas do criado eram agora uma pasta ensopada de merda rala, meita e coágulos avermelhados. Voltou a colocá-las e as cuecas colaram-se-lhe integralmente aos tomates. Peidou-se copiosamente, suspirou e seguiram o caminho do castelo.

Sir Stephen olhava pela janela afastando o cortinado de veludo brocado. Uma criada semi-nua, apenas de meias, ligas, uma gargantilha de veludo e um grosso cilindro de baquelite fundamente enfiado no recto ‘para ir alargando’, servia-lhe um Chateau Grouvignac de 1956, aproximando a bandeja com uma vénia ligeira. Sir Stephen via ao longe dois vultos cavalgando um outro entre dois arbustos enquanto sons longínquos e resfolegantes (e uns ’ais’) se faziam ouvir vindos da janela.

FIM

27 comentários:

g2 disse...

Nem sei se acredite nesta História de O...

Assento da Sanita disse...

Eu morra aqui ceguinho.

Bock disse...

"é a chamada ‘catota Sheridans’"

AHAHAHAHAHAHAHAHA!

Assento da Sanita disse...

Ou nutella...

ostia disse...

no quiero quedar como una ignorante, pero que son los galifoes?

Assento da Sanita disse...

Dois indivíduos mal intencionados.

ostiaputa disse...

ah unos bandidos, creia que eran gallifantes

ostia solamente disse...

ay que he puesto una palabrota, apaga adas siffavor

Vareta disse...

Isto é a verdadeira sublimação do 'Minima Moralia' do Theodore Adorno!... O fim da subjectividade do indivíduo, na sua visão mais clara - e enxertada do princípio existencialista de não haver "natureza humana", com excepção dos quistos esfinctero-perineais. Mas não é menos importante a costela pós-estruturalista que uma frase como "Eh, eh, eh, zumba, zumba" revela. Trata-se, ainda, de um texto profundamente Lacaniano, todo ele centrado na impossibilidade do 'relacionamento'- por oposição à 'relação' - sexual. Aliás, levando às últimas consequências psicanálise Lacaniana do texto, resulta claro que o mesmo é um lídimo retrato de fininhO (o O maiúsculo como traço comum), personificado aqui nos dois galifões, e com "O" como sintoma da histeria: para conseguir materializar uma relação sexual com "O", fininhO/galifões tem que conceber a imagem mental de um outro, neste caso o criado, com o qual estabelece o verdadeiro relacionamento (arrisquemos o novo conceito de onanismo inclusivo) sexual que lhe permite, então, montar "O" com se tal lhe desse prazer.

É isso, não é?

g2 disse...

ADAS, se assim é, acredito. Deus me livre se por causa de mim ias morrer aí ceguinho... Como é que depois ias ver as 27 virgens a que (creio eu) terás direito?

Senhor da Vareta Funda, parece-me que esses ares longínquos lhe andam a fazer mal... Não percebi nada das suas conjecturas, mas também, a ler certas coisas... não me admiro, não, um esforço enorme faço eu para me manter equilibrado!!!

Assento da Sanita disse...

Caro Vareta

Permite-me acrescer a referência à inépcia comunicacional dos galifões, que - como tal - é central ao drama existencial contemporâneo. Ao conceber essa muito meditada passagem, usei como referencial o pensamento de Jurgen Habermas, que como sabes concebe a razão comunicativa - e a acção comunicativa ou seja, a comunicação livre, racional e crítica - como alternativa à razão instrumental e superação da razão iluminista - "aprisionada" pela lógica instrumental, que encobre a dominação. Ao pretender a recuperação do conteúdo emancipatório do projecto moderno, no fundo, Habermas está preocupado com o restabelecimento dos vínculos entre socialismo e democracia. Tal como eu.

Afectuosamente.

AdaS.

ostia disse...

pois vareta não procures explicaciones metafisicas ni malas artes del subconsciente, es intoxicación

g2 disse...

O ADAS também está apanhado...

Assento da Sanita disse...

QUADRAS BREJEIRAS DE SANT'ANTÓNIO

Fui ao arraial de burro
E vi-te a dançar o tango
Comi o recheio dum churro
Acho que era de morango.

Ou então era o do burro
Não tenho bem a certeza
Era um bocado casmurro
Esguichava espuma de cerveja.

Fui andar nos carros de choque
Com uma musica dos Bon Jovi
Que eu gosto é de rock
Com esta malta de Nairobi.

São simpáticos e folgazões
E muito dados à brincadeira
Enterram-no até aos colhões
No traseiro da vendedeira.

Ela faz aquela cara
De quem está a cagar grosso
E o africano não para
Mete-lho todo até ao osso.

Na banca dos mangericos
Abocanha muitos barrotes
Farta-se de fazer bicos
E engole meita aos potes.

Depois fica 'ca bilha lassa
Peida-se e borra-se amiúde
Já sem fraldas ela não passa.
Vai acabar no ataúde.

É a bela festa portuguesa
Com música, alegria e vinho
Anda a malta 'ca poôrra tesa
E em busca de buraquinho.

Vivó galo de Barcelos!
Viva o Cavaco e Cavaca!
É foder, arrepelar os cabelos
Marchava tudo, até uma vaca!

Vou beber vinho, cerveja e mijo
Comer sardinhas, tudo à bruta
Enquanto tiver o pau rijo
Marcha a freira e marcha a puta!

Vou cagar atrás do trono
Do meu rico Sant'Antoninho
Que era um grande fanchono
mas não recusava um menino.

Bock disse...

Estava com o ratinho a roer
Pedi um kitkat
A senhora da taberna
Disse "aqui só há de buer"

Então se só há buída
Venha de lá um traçado de jeropiga
Um velho com barbas à druida
Vomitava nos pés da amiga

Enojado e pra olvidar
Emborquei 6 traçadinhos
Como não tinha nada para ensopar
Comecei a ver elefantes marinhos

Foi-se a ver era uma cavalona
Sem sobrancelhas, obesa mórbida, sarrosa
Era a filha da dona
De seu nome Bela Rosa

E sorrindo por entre dentes cariados e partidos
Começou-me a galar
Tive a convicção mês amigos
Que estava na hora de bazar

Saio à rua ébrio e arfante
E tropeço numa vizinha
Preparava o Santo António
Atrombei num alguidar de sardinha

A sardinha é boa e bela
E munto saborosa
Mas quando vejo a tripa dela
Lembro-me logo da Rosa

A Rosa pode não ser bela
Nem tão pouco inteligente
Mas arrepela a farpela
A muito boa gente

Ia o Outono inda a meio
O simão foi lá certo dia
A Bela Rosa estava de papo cheio
Mandou-o ver a sua tia

A tia não estava, estava o tio, a dar no bagaço
Mandou-lhe uma tareia de criar bicho
Ficou com uma costela espetada no baço
E depois era vê-lo engolir do próprio picho

Mas eu queria era falar dos Santos
Que já vão bem entrados
Cabrões, entre martírios e prantos
Levaram muitos bem levados

Mas vai ter de ficar para uma outra, carai.

Assento da Sanita disse...

MAIS QUADRAS DOS SANTOS

Bebi dez traçados de manhã
E escarrei na serradura
Naquela taberna pouco sã
Eu fiquei com a porra dura.

Era a taberneira desdentada
E as tetas com varizes
Era mulher pouco lavada
Mas deixava os clientes felizes.

Fui-me a ela atrás do balcão
Mas sentia-me um pouco tonto
Vomitei o vinho e o feijão
Mesmo assim fez-me um desconto.

Ela teve um orgasmo anal
Borrou a cinta e as cuecas
E eu fui parar ao hospital
Por ter bebido dez canecas.

E mais um ovo cozido
E tremoços aos montões
Saí de lá todo encolhido
E a vomitar aos borbotões.

Andei a cagar de esguicho
Durante uns três quinze dias
Ó maldito mata-bicho
Que a tripa entupias!

A côxa, zaraolha e ranhosa
Ficou por mim apaixonada
Apesar de ser tuberculosa
Vende pezinhos de coentrada.

pipis, pescocinhos e moelas
Ajuntam-se em cagalhão
Depois de quinze ginjas com elas
Vais é parar ao caixão.

Bagaços com umas panatiscas
E coiratos em quantidade
Umas favas e mais umas iscas
Eu comi em liberdade.

E depois é que foram elas
Revoltou-se a tripalhada
Borrei-me todo na canelas
E com a hemorróida pendurada.

Bock disse...

Era véspera de Santantónio
E não sabia se ir para a festa
Fez um cházinho de estramónio
Fez-lhe formigueiros na testa

Saiu à rua
A tarde estava fresquita
Toda a gente lhe parecia nua
Sentiu-se um Selenita

E como já diz o adágio popular
Em Roma faz como os Romanos
Não se fez esperar
Tirou a roupa, somos uns bacanos

Dançou e saltou num frenesim
Andou por aí, a dançar e beber ao calhas
Já tinha os lábios carmesim
Santantoninho que nos desencalhas

E foi já ali à Madragoa
Enquanto comia sardinha com azeitona
Que descobriu que não era Roma, mas sim Lisboa
…meteram-no numa ramona

E já no xilindró
Conheceu muitos Lisboetas
Foram 48 horas de trolaró
Levar no cu, broches, punhetas

Lisboa também tem sete colinas
E é banhada por um rio especial
Mas enquanto em Roma papava meninas
Aqui esfarinharam-lhe o hemorroidal

Tivesses tido mais cuidado,
Oh triste sandeu!
Não tinhas sido esburcinado
É no que dá andar na rua como Deus te trazeu

Para a próxima, larga a mezinha
Vai-te poupar vergonha, dor e mágoa
Ou então vai pra Itália fazer d'alfacinha
Passar o Santantónio a Pádua

A santidade não traz coisa boa no bico
Mas tu persistes na Obra, oh Fin0
Dedicasses-te antes a obrar num penico
Com sorte ainda batias S. Tomás d'Aquino.

Assento da Sanita disse...

A minha net não funciona
O Facebook está bloqueado
Vou antes procurar cona
Ainda acabo todo esporrado.

Sexo com burros e ovelhas
É tudo o que posso consultar
Estamos a levar nas orelhas
O Governo quer-nos ver a trabalhar.

Sites de cuecas mijadas,
Pés calosos, coprofagia
Com as mulheres menstruadas
Faz-se uma bela sangria.

Estou com o encéfalo doente
A minha psique está atrofiada
Espero pois que não rebente
Com tanta baboseira acumulada.

Este poema é psicológico
E tem muita profundidade
Dirão uns que é patológico
E não é para a minha idade.

Falo de muitos problemas
Da existência e do Amor
Recebo muitos telefonemas
Ameaça-me o cobrador.

Fui-me ontem prostituir
Com velhas todas enrugadas
Fui as gerontes possuir
Fizeram-me grandes mamadas.

Sem placa é que é bom
E já lhes caíram os pelos
Com conserva de 'melocoton'
Esfregam aqueles grêlos.

Borram-se durante o amplexo
E nem tirei a algália
Foi um pirafo complexo
Cheio de parafernália.

Anónimo disse...

Bom verão e assim.

Lex.

Bock disse...

O Verão é lindo, pá
É uma bonita estação
Já chegou aqui há
Um dia e uma fracção

Pá, é mem' lindo o Verão
As árvores a vestirem-se
Calor, calorzinho, calorzão
E elas a despirem-se

Vinha da medicina legal
Fui descansar no Torel
Veio de lá um pintas neandertal
Quis-me ficar c'o papel

Disse-lhe: ficas é com o caralho!
E ele a lamber-se: Olha, porque não?
Raio de época de reviralho,
Até os pintas levam no bujão

Dei-lhe uma à Cachodré
Ficou assarapantado
'ta foder mazé
Não é desta que és enrabado

Tinha-me esquecido do estetocópio
Voltei à Medicina Legal
Que numa morgue, depois de fumar ópio
É um instrumento muito fundamental

Aquilo tava cheio de mortos
Ciganos, pretos e um camionista
Tinha os colhões todos tortos
Deve ter morrido debaixo da Parreca, já pensionista

Havia também umas fémeas
Juntas numa gaveta
Eram duas trigémeas
Coladas pela greta

Na sala ao lado, muito quietinho
Um indigente jazia
Era a cara chapada do fininh0
Até pelo cheiro a merda que trazia

Não tugia nem mugia
Ao estetoscópio disse pouco
Mas quando a serra pela bufa lhe subia
Gritou até ficar rouco

Cabrão pregou-me um grande susto
É no que dá beber até ao oblívio
Escondido atrás de um arbusto
A oferecer aos fregueses o seu alívio

Miguelão disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Miguelão disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
g2 disse...

Lex, és tu mesma???

:))

Assento da Sanita disse...

Fui passear ao sanatório
Tropecei numa escarradeira
Depois fui a um velório
Onde engatei uma sopeira.

Tinha ido visitar o pai
Que era tuberculoso
Ele estava vai-não-vai
P'ra cuspir o seu folhoso.

Então lubrifiquei-lhe a crica
Com farta expectoração
Estava eu cheio de pica
Quando tive uma comoção.

Tinha-lho enfiado no arelho
A pensar que era o vazadouro
Arreganhei-lhe muito pintelho
E cheirava a matadouro.

Desatou-se toda escarrar
Para cima do morto seco
Apeteceu-me vomitar
Ali atrás naquele beco.

Afinal era doente
Dos brônquios e blenorragia
Não há picha que aguente
Dos pulmões, a hemorragia.

ostia disse...

a mi me parece un desproposito digno de cubardes fechar o belogue


vareta nao ligues

Anónimo disse...

Bom diazinho.

Lex.

Assento da Sanita disse...

Neste altar de baixeza
Nesta latrina de infecção
Andam uns 'ca pôrra tesa
Tomam comprimidos 'pra tesão.

Porque esta fugiu-lhe-lhes, malgrado,
Para o entrefolho rabal
Para o verem consolado
É receitar-lhe óleo de fígado de bacalhal.

Que se foda a métrica
Que se foda a rima
O que interessa é a Ética
E a cona da tua prima.