segunda-feira, 8 de março de 2010

Canção do engate

Ele há gente capaz de tudo...

Boa, Zeca, mas eu escolhia estes três veículos e mai'nada...







F.A.M.E.L.


R 1200 GS


K 1300 R




S 1000 RR


Longe vão os tempos das Japonesas e Italianas.
E ainda bem.

sábado, 6 de março de 2010

sexta-feira, 5 de março de 2010

O El Dorado


Dedicatória

Para o fpm, fã nº1 do Boss

quarta-feira, 3 de março de 2010

YO VENGO DE VER



Yo vengo de ver 


Yo vengo de ver, Antón, 

un niño en pobrezas tales, 

que le di para pañales 

las telas del corazón.

Lope de Vega


Por detrás do reposteiro de brocado estava a senhorita Adele Mendizabal. Levantou a saia e baixou os coulottes que lhe caíram aos pés delicados, por sobre os sapatos de verniz e fivela. Ajeitou o corpete, compôs o espartilho e espantou os chatos que puliravam enebriados pelos eflúvios aromáticos dos pêlos púbicos. No salão, ao longe, soavam as españoletas, os villancicos, as vozes e risos. Pedrito Salsa y Perrejil, afilhado de um cura de Plasência ajeitou a cabeleira empoada e aproximou-se de Adele; galante como um loquaz pavão, a querer cobri-la por trás, logo ali no canapé. Ela tinha bebido marrasquino e champanhe, ptxaran e Marquês de Riscal tinto, rum, Touriga Nacional e ainda sopinhas de óstias com vinho da missa e por isso estava um pouco tonta; curvou-se suavemente sobre o escarrador limoges para regurgitar. O alarve assomou-lhe a mão à curva do rabo, por baixo dos folhos dos saiotes e ela suspirou entre as golfadas de vómito adocicado que esguichava da goela. Num repente, já o marsapo de Pedrito lhe assomava o cono e já ela se esborratava mor de ter o problema de segurar as fezes quando se entusiasmava para o acto carnal (uma fraqueza que lhe causava espasmos incontrolados no músculo levator que suporta o recto). Mal-digeridos pedaços de gelado com macedónia de frutas, esparguete, grêlos, melancia, feijões, pimientos morrones com chorizo e bacalhau com caracoletas envoltos num acido chorume bilioso rebentaram nos alforges de Pedrito, que, acto contínuo, se vomitou nauseado na nuca e nos cabelos de Adele. Uma gritaria de ciganos e castanholas soava no salão e um padre, levantando a sotaina, bailava uma habanera aos guinchinhos amaricados, entrechocando os calcanhares. Señorita Adele tinha entretanto perdido os sentidos e Pedrito, com os calções em baixo ensopados no fedente líquido abanicava-a com um leque malaguenho e bradava por sais aos criados. Um criado negro acudiu-lhes, patinhando a poça de fezes e vomitados alcoólicos e um balde na mão. Alegando que tinham caído mal os pimientos à señorita, Pedrito justificou-se balbuciante ao criado que gaguejou de embaraço e tremeram-lhe os joelhos. Pedrito chorava aijesuzes abraçado ao criado enquanto Adele resfolegava na poça de vomitado e largava surúpios e ventos por baixo dos saiotes ensopados e melhorava aos arrôtos e soluços.

Analogia construtiva









tre lim tim tim, dá-me um tostão

trelim tim tim, não pode ser

trelim tim tim, vamos prá cama

trel im tim tim, vamos foder

terça-feira, 2 de março de 2010

Quem é, quem é?



segunda-feira, 1 de março de 2010

A existência de um estado de alma que me fizesse acreditar que existe algo mais para além de sexo contigo seria como uma tábua de salvação. Queria acreditar que somente te ter aqui seria suficiente. Queria saber que estar contigo nos meus bracos é suficiente. Queria poder dizer que te amo. Queria poder beijar-te sem ter que te tirar a roupa. Queria poder te abraçar sem ter que procurar uma cama.

Despi-te, mais uma vez, como milhares de vezes, como sempre o fiz. De olhos fechados, sem querer olhar o que te fazia, o que me fazia. Toquei-te os dedos, beijei-te os labios. Tomei-te em mim, contra mim, como se nada mais me tocasse. Puxei-te os cabelos, senti raiva em cada impulso, em cada movimento, em cada lágrima que me caia dos olhos.

Escrevi na tua pele o ódio que tenho em mim. Deixei na tua alma o sangue que tenho no corpo. Tomei o teu pão, o teu vinho. Em ti, por ti, contra ti. No vento que me colhe o corpo, na chuva que me toca e seca.

Não quero nada de ti. Basta-me o teu corpo, os teus lábios, os teus gritos. Não quero que me ames, não quero te amar, só quero um corpo abandonado.