Octávio, que era tudo menos parvo, e que já há que tempos tinha galado a gaiata pelo rabinho do olho, não resistiu a olhá-la. Ela parecia ter ficado atrapalhada, mas Octávio, que gostava de gajas diferentes, pensou lá para com os seus botões - "eh, quarailho, és boa, tens pinta, e se não fosse pelos carimbos e pelos agrafos na tromba diria que acabaste de sair de uma revista de gajas do tempo do meu avô, anda cá ao paizinho, anda" - cruzou as pernas para ocultar o entumescimento que já se adivinhava mal lhe assentou a vista em cima e fitou-a directamente nos olhos, fazendo um esforço para não lhe fixar o decote de forma descarada, que durou uns heróicos 25 centésimos de segundo.
Gaja Boa (GB), com genuína curiosidade: O que é que estás a fazer???
Octávio Patilhas (OP): Estou a contar tainhas.
GB: E para que é que estás a contar tainhas?
OP: Não é que tenhas grande coisa a ver com isso, mas estou a contar tainhas porque não há moscas para contar.
GB: Há sim senhor, lá dentro na cozinha há um enxame delas ao lado do alguidar da carne para mast...para moer e depois fazer hamburgas.
OP: Pois, mas eu quero estar aqui fora (atira uma beata de SG Gigante com o filtro todo prensado à água e 7 tainhas perecem na luta pela beata. OP toma nota mental e reduz a contagem para 880. Volta a sua atenção para GB).
GB: E então preferes estar aqui fora a contar tainhas que lá dentro a contar moscas?
OP: Não. Preferia estar aqui fora a contar moscas.
GB: E porque é que tu contas moscas?
OP: (a trincar gelo e a babar-se enquanto continua deslumbrado com o que o decote de GB não consegue esconder) Porque assim não penso noutras coisas que me perturbam. Foi uma técnica dos Antigos que me ensinou o meu Mestre de Meditação Transcendental.
GB: Ah. Mas e então, quando estás a contar moscas, como é que sabes se não as contaste mais de uma vez?
OP: é como com as tainhas: não sei.
GB: isso não faz muito sentido.
OP (faz um ar tentativamente zen, mas já a arrastar as palavras): esta vida não faz muito sentido, miúda. Isto também me ensinou o meu Mestre.
GB: Lá isso é verdade (inclina-se pronunciadamente sobre a mesa para levantar os copos vazios, olha para OP) E… (bate as pestanas) posso ser-te útil em mais alguma coisa?
OP: Se puderes traz-me umas moscas para contar. Olhar para as tainhas está a enjoar-me.
GB: Até trazia, mas elas fugiam. Além disso não está na lista, e depois nem a casa ganhava nada, nem tu contavas as moscas. Além de que ia perder uma carrada de tempo para nada.
OP: Porra, lá nisso tens razão.
GB: (com ar de gozo) Yá.
OP: então, epá… olha, traz-me aí outro vodca tónico.
GB (como se estivesse a recitar uma bula farmacêutica ou as condições do crédito ao consumo da Cofidis): Absolute, Eristoff, Stolychnaia? Normal, de limão, framboesa, pimenta, caramelo, pimento, cebola, ananás? com gelo, sem gelo, rodela de limão, palhinha, sem palhinha, Black Russian?
OP: Sim, pode ser.
GB: Hã?….
OP: (discretamente, olha para o rio, conta mais 20 e chega ás 900 tainhas) …. Como é que te chamas?
GB: (faz de conta que não reparou) O meu nome é Al..., quer dizer, o meu nome é Tina, mas aqui toda a gente me conhece por Hitchy Puss.
OP (com ar de gozo): Hitchy Puss???? (descruza as pernas e endireita-se na cadeira), que raio de nome é esse?
GB: (a olhar para OP e a humedecer os lábios) Sim, Hitchy Puss. E também há quem me chame Deep Throat Julia. Olha lá, isso é uma tainha fresca de 450 gramas a agitar-se aí no teu bolso, ou estás apenas contente por me ver?
OP: E porque é que te chamam Hitchy Puss?
GB: Hellooooo? Adiviiinhaaaaa!
OP: Tens pediculose genital e coças-te muito?
GB: Pedi quê? Ai, que estúpido!
OP: costumas ter infecções urinárias?
GB (a ver a vidinha a andar para trás): Mau, estou a ver que isto não está a progredir adequadamente…
OP: E Deep Throat Julia?
GB: Pá… duhhhhh (e faz um gesto com a mão como se pegasse num objecto longo e cilíndrico e o metesse de lado na boca enquanto empurra a bochecha por dentro com a língua)
OP: Costumavas fazer concursos de lagostas e eras quem puxava a maior?
GB: OK, esta conversa acabou.
OP: Tava a gozar contigo, pá. Anda lá, não te zangues, isto é o álcool a falar! Olha, por falar nisso, queres mamar aqui na minha tainha?
GB: (zangada e com ar de poucos amigos) não, hoje acordei assim: vegetariana.
OP: Mas ainda me trazes o vodca ou não?
GB: foda-se, que remédio, ainda aqui trabalho e não há mais ninguém para to trazer...
OP: Ah, ok, então pode ser de caramelo, sff. Shot. Sem gelo. Sem palhinha. Sem limão.
GB: Right on, bitch.
OP: Hã?
GB: Nada, é uma cena do rock.
OP: Ah. Olha, o que é que vais fazer quando saíres daqui?
GB (naquela de não sei se o mande foder se lhe dê outra oportunidade, também mais ruim que o cabrão do Toni e mais desgraçadinho é difícil...'xa lá ver se isto ainda se compõe): Mhhhh… vou para um cabaré, onde entretenho a audiência a fazer danças burlescas no varão.
OP: Uau… isso deve ser giro!
GB: …não é que mereças! mas acho que engracei contigo. Se prometeres que não te voltas a armar em parvo, dou-te uma nova oportunidade: podes levar-me, se quiseres, meto-te lá dentro, vês o espectáculo e se quiseres depois podes ir ter comigo ao camarim... Se me apetecer deixo-te entrar...
(Cont.)
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
História de Enconar
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208 comentários:
«O mais antigo ‹Mais antiga 201 – 208 de 208gosto de levar com mamas na cara...
e vão 200... cona--- mentos
Olha, passámos os 200... fosca-se, a vara tá a produzir mais comentos que os guisos de um nonagenário, espermatozóides.
fininh0, pá: mas quem é que no seu perfeito juízo não gosta de levar com um bom par de mamas na tromba????
200, pá.
tá na hora de postares umas fotos, palhasse!
O Piçudo tem a mania que é bonito...
Eu n gosto...mas enfim já levei lol
Bockinhas, pá, sentiste-te ofendido ou estás-te a armar para as gajas?
A nuíta e a boobas percebem-me, apesar dos protestos pouco convincentes. ;)
F5, por causa da merda dos 200 comentos, foda-se lá, que só me dão trabalho!!!
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