(cont)
By ME
… e pegou na pasta para a tirar de cima do pedestal do amor quando, de repente e sem ela ter sequer abanado muito a coisa, a mesma se abriu, vomitando papéis e papelinhos por todo o tapete de Arraiolos (feito pela querida Mãezinha durante estadia no Hospital Santa Maria por crise aguda de herpes rectal).
- Ahhhh!, exclamou Gestrudes enquanto olhava pela janela e piscava o olho ao céu azul que se deixava ver por entre os telhados, chaminés e antenas parabólicas lá do bairro.
Sentou-se no chão, de pernas abertas, e puxou toda aquela parafernália de letras e carimbos para si, bem entre as pernas que era onde gostava de guardar o que lhe era mais sagrado. Dito isto, sacou de sandoca de presunto (sem manteiga) de bolsinha especial da perna direita do collant e enquanto lia o que lhe informava aquela papelada, ia comendo e arrotando com uma satisfação que só visto.
Quando pegou num papel rosa, deixou cair a sandoca e o resto do que estava a mastigar da boca. Mal conseguia acreditar! Era uma factura/recibo das bombas de gasolina onde ela costumava ir comprar o tabaco de mastigar que tanto gostava e não só.
- Mas será que o parvo descobriu alguma coisa e foi lá de propósito? Será que se andou a armar em detective e descobriu o que vou lá fazer???
O terror apoderou-se dela. Tremia que nem varas verdes o que, para uma mulher daquele tamanho, a fazia parecer um monte de gelatina com cócegas. Chegaram-se-lhe os calores. Despiu-se toda em pesado pranto, suplicando a Deus e seus Santinhos que Octávio fosse o mais incompetente de todos os detectives semi-amadores do mundo.
Dirigiu-se à janela e num acto de desafio aos Deuses, sacou do soutien e, de mamas ao léu e bem à vista de todas as vizinhas, gritou:
- Que me caiam já as mamas até aos tornozelos se, raios partam o parvalhoso, eu abdico algum dia do meu Mastigável!
Com mão aberta e dirigida ao céu, jurou para si mesma que tal nunca aconteceria.
Enquanto se vestia, coçava os pêlos encravados que tinha à volta dos mamilos, mandava as vizinhas à merda pela janela, e arrumava os papéis, olhou a cadeira de novo e deixou-se cair naquele sítio tão bonito que só a memória oferece…
Tinha-se casado há três dias quando o seu amado lhe pediu para ir até às bombas de gasolina Etc comprar mantimentos para umas noites que iria passar a vigiar um salão de jogos para ver se o empregado realmente andava a jogar snooker à borla (há donos de estabelecimento desconfiados de tudo), quando, ao passar pela portas automáticas da mesma e depois de ter levado com bafo de ar fresco que a arrepiou todinha e em sítios onde não sabia ser possível arrepiar-se, o viu.
A sua farda impecavelmente engomada, fralda para dentro, cinto de cabedal com fivela dourada. Sapatinho lustroso e bicudo (como ela gostava de ver uns pés assim, grandes). Cabelo cuidadosamente penteado para trás, muito bem agarradinho com elástico de borracha bem no centro da nuca. Barba por fazer e com falhas no pescoço, bem a jeito de levar umas dentadas. Olhou-o e, de repente, esqueceu-se de tudo e todos e caiu redonda no chão de tanta emoção.
Vitorino, o responsável por tal debandada de sangue da cabeça de Gestrudes, agachou-se sobre ela e acabou por se sentar em cima de seu farto peito de modo a ver se a mulher, afinal, respirava ou não. Tapou-lhe o nariz e puxou do espelho que andava sempre dentro do bolso da sua camisa e enfiou-o boca a baixo. Respirava. De seguida, balançou-se duas vezes, mandou dois saltinhos e gritou-lhe ao ouvido para a acordar.
- Oh, minha! ‘Tás aí, pá? Atão? Na podes ficar aqui! Oi! Levanta-me esses rolos do chão q’eu tenho clientes para atender!
Como Gestrudes não respondia, deu mais um saltinho em cima do seu peito acabando por se desequilibrar e aterrar, boca primeiro, em cima dos ressequidos e sedentos lábios de Gestrudes. Acordou de imediato, vendo diante de si uns olhos castanhos semi-cerrados e com tão poucas remelas que até ficou admirada. Num impulso de paixão, Gestrudes enfiou a sua língua para dentro da boca de Vitorino e, num laivo de sensualidade, mordeu-lhe a língua enquanto ele se afastava, preso pela mesma e gritando pela misericórdia de deus naquele, o mais temível momento de sua vida.
Gestrudes largou-lhe a língua e sorriu-lhe enquanto ajeitava a blusa e a saia. Vitorino, de pé, sobre ela, ofereceu-lhe a mão para a ajudar a levantar-se. Ela, ainda meio lerda de tanta emoção, pegou-lhe pelo escroto e levantou-se num instante.
- Comia-te, disse ela baixinho, meio envergonhada.
- Mas depois tinhas de me cagar, oh lindona, respondeu-lhe ele.
- Tu vens comigo, disse-lhe ela.
- Aonde?, respondeu-lhe ele.
- Para casa.
- ‘Tá-se, sorriu-lhe ele enquanto coçava os tomates.
Comprou o que tinha a comprar e lá foram.
Chegados a casa, mandou-o esperar nas escadas do último andar do prédio enquanto despachava Octávio.
Permitiu-lhe que lhe apalpasse as mamas duas vezes, em jeito de despedida, e enquanto este saía porta fora, deu-lhe um beliscão na regueifa.
Chamou pelo Vitorino.
Ele veio.
Apareceu-lhe à frente de braguilha já aberta.
- Estava a preparar-me para ti, minha musa, explicou-lhe ele.
- Apressadinho!!!, riu-se ela enquanto pegava nele e o atirava para a cadeira.
É noite cerrada, não há necessidade de fechar as cortinas, pensou ela enquanto rasgava a roupa do seu corpo e se posicionava em cima de Vitorino, pronta para receber a sua espada do amor no seu ninho de mel.
- Abastece-me!!, gritou.
- Levas é já com uma litrada de 98 que até fazes pião!!, respondeu-lhe.
- Não!! Gasóleo que é para durar mais!!, suspirou ela por entre trancadas.
- Até te mudo as velas todas! Yi-hah!!! Galopa, sua maluca, galopa!!, gritou-lhe ele enquanto arrancava o elástico do cabelo e o soltava sobre os ombros num movimento sexy.
Ela, vislumbrando tal cena tão imaculadamente sensual, excitou-se ainda mais e com um forte galope que partiu a cadeira, deu, sem querer, com a mama esquerda bem na testa do seu garanhão, fazendo-o desmaiar.
Levantou-se do chão e ficou a olhar aquele corpinho impecavelmente rapado do peito aos tornozelos. Reparou que continuava de mastro armado.
Sorriu e abocanhou o pobre coitado como se fosse o último Calipo no universo. Lambia e chupava, chupava e lambia. Esfregava e puxava, empurrava e torcia. Retorcia e esticava, mordiscava e cuspia. Estava perfeitamente entretida neste deleite quando Vitorino acordou.
- Ouve lá… essa merda não é pra comer! É pra ir comendo!! Oh aí, carai!!, disse ele meio aflito e ainda com a testa a latejar.
Ela, obediente, mandou-lhe uma última trinca na cabeça do dito e, com surpreendente agilidade, saltou-lhe para cima para, 3 minutos depois, ver o servicinho terminado.
Enquanto isso, a vizinha Maria Anália do terceiro esquerdo do prédio da frente, pegava no telefone enquanto se benzia e aclamava pela bondade do demónio. Ninguém mastigava assim o seu Vitorino e escapava ileso!
- ‘Tou? Vizinho Octávio? Acho que o senhor tem um problema a resolver…
Gestrudes, alheia a tudo isto, mandou Vitorino vestir-se e pô-lo fora de casa antes que o mesmo lhe roubasse o ouro todo.
Desde esse dia que os seus encontros continuavam, começando os mesmos com ida dela às Bombas para comprar o seu tabaquinho.
Encostou-se para trás, depois de ter arrumado a pasta do Octávio e voltou a sentir aquele arrepio. Olhou a janela e viu a vizinha Maria Anália a sorrir-lhe armada em malandra.
- Aquela mulher é esquisita, pensou.
- Bem, é melhor ir fritar as salsichas que o meu Octávio deve estar quase a chegar.
Levantou-se e, ainda sorrindo das suas muitas memórias com o seu Vitorino, foi para a cozinha.
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terça-feira, 24 de agosto de 2010
História de Enconar
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11 comentários:
PRÍ-MEI-RÓS!!!
Primeiros, caralho!
bah.
foda-se, ganda lençol!
Anda, Boquito... Chegale...
abastece-me! AH, AH, AH, AH, AH!!!!
Boa malha, sim senhoras, pá!!!!
Chegale os tomates, o Zeca e a chOURIÇA que le cheguem que também são filhos de alguém.
Perturbados e desfuncionais, mas sempre alguém.
O chÓRAS anda armado em tímido...
Não era a vez do Zeca?
Bock, pá, cortas-te sempre...
Eina, Me, tás feita uma escritora, pá. :)
:'D
Boobs... Sabes lá tu o que me corre por estes neurónios! E se algum dia descobrires, diz-me, ok?
;)
Tankiú!
:) Muito bom...
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